A ideia de montar uma banda surgiu em meados de 1991. Matheus Flórido, Alexandre Nicola e Gustavo Krupensky se conheciam das sessions de skate em Santos. Os três tinham o mesmo gosto musical e para completar contavam com uma proximidade com o pessoal da IHZ, banda do irmão do Gustavo e uma das principais do cenário hardcore até então. Criar o próprio trabalho, então, foi um pulo. Nascia em dezembro de 1991 a Stupid Society, projeto embrionário que viraria Primal Therapy na sequência.
“Eu e o Gustavo assumimos as guitarras e o Alexandre foi para a bateria. Muita gente passou pelo vocal e baixo até encontrarmos a primeira formação definitiva com o Luis Sergio no baixo e o André Luis no vocal. O som até então não era muito coeso e as influências iam do indie rock até o hardcore mais crossover”, relembra Flórido.
Em 1992, a Primal Therapy passou pela sua primeira mudança de formação, com Giuliano Quiqueto assumindo os vocais e Guilherme Borgomoni (ex-K.O.V) entrando como guitarra solo. O baixo ficou sob responsabilidade de Flórido. “Com esse time e uma ideia de som mais clara, baseada principalmente no hardcore californiano, gravamos a primeira demo tape considerada oficial com quatro músicas, a Word For Justice, e passamos a fazer alguns shows pelo litoral paulista e São Paulo”.
Dois anos depois, um dos trabalhos mais reconhecidos da Primal Therapy foi lançado. Owner’s Choice chegou pela Low Life Records com cinco sons inéditos. O período marcou também a última mudança na formação, com Flórido voltando para guitarra e Krupensky para o baixo.
Em 1996, já reconhecida como uma das principais bandas de hardcore do Brasil, a Primal Therapy lançou mais quatro sons inéditos e duas regravações de canções da demo tape Litost no CD Split Flying Music 4 Flying People. A coletânea da Cogumelo Records contou com gravações de outros importantes nomes como Pinheads, Dread Full e Noise Grind.
“O trabalho do Primal sempre foi autoral. O único cover gravado foi uma versão de Head On, da Jesus and Mary Chain. Como destaque é possível citar a faixa Somethings, do Flying Music 4 Flying People, que foi regravada pelo Dead Fish com o nome de Sometimes“.
Próximo do fim da carreira, em 1997, a Primal Therapy ainda participou de outra coletânea, 100Trifuga, da revista 100% Skate, com outros dois sons novos.
Ao longo dos seis anos de carreira, a banda fez shows memoráveis com Dead Fish, Pinheads, Safari Hamburguers e White Frogs, todas no início da trajetória, em casas como Aeroanta, Der Tempel, Black Jack (São Paulo) e o Teatro de Arena (Santos).
Atualmente todos os integrantes seguem suas carreiras profissionais fora da música, já que a Primal Therapy sempre foi uma atividade em paralelo com os estudos e projetos de cada um deles. “Ainda mantemos contato, um mais outros menos, mas por conta de trabalho e até por alguns não morarem mais em Santos é praticamente impossível uma reunião”.
Discografia completa
Word for Justice – DT (1992)
Owner’s Choice – EP 7” – Low Life Records (1994)
Litost – DT (1995)
Flying Music 4 Flying People – CD Split – Cogumelo Records (1996)
Untitled – DT (1997)
100TRIFUGA – CD coletânea – Short Records/100% Skate (1997)
Ouça abaixo uma compilação com 45 minutos de músicas da Primal Therapy
Ouça a versão do Dead Fish para Somethings