Em meados dos anos 1990, o hardcore melódico ganhou um grande espaço no cenário independente da Baixada Santista. Quem ajudou bastante na divulgação das bandas que surgiam quase que semanalmente na região foram os fanzines. Um deles, em especial, o Rebel Magazine, comandado pelo jornalista Wladimyr Cruz, chegou a lançar coletâneas com sons dessas representantes entre 1996 e 2000. Uma delas bandas era a X-Ten, que teve início no mesmo ano que o zine.
Formada pelos amigos Márcio (bateria) e Tutti (guitarra), a banda era influenciada pelo hardcore da Face to Face, Nofx, Bad Religion, Lag Wagon entre outras. Com a entrada do Murillo (guitarra), em 1997, começam a surgir as primeiras músicas próprias e os shows iniciais.
“A banda foi prejudicada com a constante troca dos seus integrantes. Chegamos na formação final com Daniel (baixo), Márcio (bateria), Murillo (vocal/guitarra) e Rodrigo (guitarra)”, recorda Murillo. Antônio Cavalo (baixo), Thiago (baixo), Cesar (vocal) e Fabiano (guitarra) também passaram pela X-Ten.
Sem pretensões, a X-Ten tocava por diversão e queria expressar apenas o que os integrantes pensavam no auge dos seus 18 anos de idade. “Além de tocar hardcore, a idéia era falar sobre assuntos polêmicos e criticar o sistema”.
O único registro próprio da X-Ten foi a demo Time to Go, gravada em 2000, com sete músicas: Shoot and Kill, Your Wife is Mine, Mr. John, Strong Alone, The Way, Change the System e Darkside of Life.
Seu principal show rolou no Banana Grogue, segundo Murillo. “O público além de cantar com a gente as músicas próprias, lotou o local. Soubemos depois do show que a casa fechou por lotação. Foi demais”.
Hoje, Murillo mora em Campinas e atua como headhunter. Rodrigo continua morando em Santos, trabalha na televisão e tem dois projetos (Sara e Rodrigo / Banda Valentina). Marcio reside em São Paulo e virou personal trainer e proprietário de uma assessoria esportiva.