28 – Rubbermade Ducks

28 – Rubbermade Ducks

O rock no Litoral Sul de São Paulo, entre Praia Grande e Peruíbe, não é nenhuma novidade. Desde o final dos anos 1960 quando Raimundo Vigna (nosso eterno boqueiro) e seus parceiros rumaram pra lá em busca de um som experimental, muitas bandas boas surgiram nessa região. A consolidação de um cenário, no entanto, sempre foi um empecilho. As representantes eram obrigadas a se deslocarem às vizinhas São Vicente, Santos, Cubatão e Guarujá para chegar em um público maior.

A Rubbermade Ducks era uma delas. Surgida em 1992, foi um dos principais nomes do hardcore da Baixada Santista nos anos 1990 e 2000. “Tocava batera em um barzinho e dois caras (Kleber e Lampadinha) me chamaram para fazer uma banda de rock. Convidei o Neto e mais uns dois camaradas para tocar também. Dessa mistura de camaradas saiu a Rubbermade Ducks”, diz Anderson de Souza, um dos integrantes fundadores.

Souza lembra que sempre foi difícil fazer rock na Praia Grande. “Não tinha estúdio na cidade. Ensaiávamos sempre na casa de algum camarada, fábrica de prancha (Megatons) e até no escritório político do pai do Daniel, que virou nosso guitarra”.

A mudança começou quando a banda resolveu montar o próprio estúdio. Os ensaios passaram a dar mais resultados, Neto apareceu com as primeiras composições em inglês e os shows se tornaram mais frequentes. As influências da Rubbermade iam do punk rock da Social Distortion ao hardcore californiano do Nofx, Bad Religion e No Use For A Name.

Anderson e Neto foram os dois integrantes que ficaram até o término das atividades no final de 2013. “Guitarra foram vários que passaram. Daniel Manzon e o Jarel Santos ficaram mais tempo, mas tivemos também o Pedro Begotti, Daniel Sacomanni, Fernando dos Anjos e por ai vai”, brinca Souza.

Se agendar show em Praia Grande era uma tarefa complicada, Santos virou a principal base da banda. Tocava quase que semanalmente no Armazém 7. Bar do 3, Praia Sport Bar e Banana Grogue foram outros espaços frequentemente visitados pela Rubbermade, que chegou a abrir shows do Lag Wagon e No Fun At All na cidade.

“O mais marcante pra gente foi tocar no Hangar 110, em São Paulo. Tocamos muito lá, participamos do Esquema 110, tocamos com o Blind Pigs. Nesse show vendemos 25 demos”.

E por falar em demos, foram três antes do primeiro CD: Lanche Time (1998), Move Your Ass (1999) e Going Fast (1999). O CD veio em 2001: 3 Years Late. A banda participou ainda da coletânea Bem Vindo ao Paraíso (Trololo Records) e lançou o EP A Day Late And A Dolar Short, em 2012, com seis músicas.

Com o fim da Rubbermade, Anderson seguiu com a banda Mar Morto e Neto com a Maches n Gasolines. Só o tempo dirá se essa turma voltará a se reunir nos próximos anos. Mas o legado na Baixada Santista já está consolidado.