Não é novidade que a Netflix é conhecida por lançar filmes de qualidade ruim e mediana, e raramente nos entrega uma obra realmente boa. “Continência ao Amor” se encaixa perfeitamente neste último quesito, tanto que está há quase um mês entre os longas mais vistos do serviço. Apesar de pegar uma fórmula já conhecida do cinema (vide “A Proposta“), temos dois protagonistas que realmente possuem química e estavam dispostos a fazerem um ótimo projeto.
A história mostra a cantora Cassie (Sofia Carson), que após descobrir não ter mais dinheiro para conseguir tratar de suas diabetes, acaba tendo uma brilhante ideia: Se casar com um militar de fachada, para conseguir usufruir dos benefícios hospitalares (já que nos EUA, os tratamentos para cônjuges de militares são os melhores). E ela acaba conhecendo justamente Luke (Nicholas Galitzine), que está prestes a embarcar para o Iraque, mas aceita a proposta devido a uma dívida que ele possui com um traficante.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Um dos principais méritos deste projeto ter dado certo é o roteiro de Kyle Jarrow e Liz W. Garcia, procurar enfatizar o lado humano dos protagonistas. Em uma era de polarização, é bastante “normal” você encontrar casais com pensamentos ideológicos diferentes, o que os fazem ter várias discussões por conta de atitudes divergentes (e que neste texto, acabam rendendo ótimas piadas dentro do contexto). Já que aqui temos um militar mais beirando para o lado conservador, que se “casa” com uma feminista.
E a diretora Elizabeth Allen Rosenbaum é bastante inteligente neste contexto, pois ela sabe que para fazer graça e até mesmo reflexão neste tipo de assunto, você deve jogar ele não a todo momento, e sim em momentos chaves e de forma homeopática. E por isso, ela procura dividir o projeto em blocos, que exploram os tópicos citados no segundo parágrafo.
Mesmo sendo previsível, “Continência ao Amor” acaba sendo um dos raros casos de projetos da Netflix que realmente funcionam positivamente e rendem um entretenimento sadio.