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Crítica | Drive My Car

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Realmente uma das grandes surpresas no final de 2021/início de 2022, foi o drama japonês “Drive My Car“. Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, neste ano, o longa de Ryûsuke Hamaguchi (que também assinou o roteiro com Takamasa Ôe) procura relatar como o ser humano supera seus desafios e lutos, das maneiras mais diversificadas possível. Mesmo com três horas de duração, estamos falando de um longa que dificilmente será compreendido por parte do público, mas isso será retratado nos próximos parágrafos.    

Inspirado no curta de Haruki Murakami, o longa mostra o ator Yûsuke Kafuku (Hidetoshi Nishijima) que após perder a esposa (Reika Kirishima), é convidado para dirigir uma peça teatral de uma obra pelo qual ele possui uma grande familiaridade, mas em outra cidade. Mas devido a uma regra do grupo, ele não poderá ir até o local dirigindo, e para isso eles contratam a jovem Misaki (Tôko Miura) para assumir a função.

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Imagem: C&I Entertainment/MUBI (Divulgação)

Uma das principais graças deste filme é você conferir ele sem saber muito do que ele se trata, muito menos seus desdobramentos ao decorrer da trama. Embora em um primeiro momento nos leve a crer que será algo no estilo de “Green Book” e “Birdman”, Hamaguchi mostra que estamos totalmente errados, pois seu projeto tem uma imagem única (que vai muito além do carro vermelho).

Com os créditos iniciais aparecendo após cerca de 40 minutos depois do inicio do mesmo, já vemos que ele teve uma grande preocupação em criar uma atmosfera para o espectador comprar as motivações de Yûsuke, no decorrer do filme (sim, muito do que foi visto nesta metragem, será importante lá na frente). Hamaguchi poderia ter usado artimanhas “plausíveis” na industria como trilha sonora com tecladinho de churrascaria (com o intuito de causar lágrimas) e até mesmo constantes flashbacks, mas ele deduz que o espectador dele é inteligente demais e não necessita destes recursos.

E para aproveitar esta “brecha” na metragem, ele opta por desenvolver melhor vários coadjuvantes que são apresentados na história (e datada a temática do filme, eles são importantes e servem como verdadeiras lacunas ao luto do protagonista). Menções honrosas para Miura e Masaki Okada (intérprete do arrogante ator Koji Takatsuki), que conseguem roubar a cena em várias situações só com seus olhares que vendem alguns pensamentos que estavam sendo estabelecidos (quem viu o filme, sabe do que estou falando).    

Drive My Car” é mais um grande caso que mostra como o cinema asiático está realmente começando a ganhar mais espaço, em uma época onde a indústria estadunidense decai a cada lançamento.    

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