Originalmente sendo lançado em vários festivais de cinema espanhóis e sendo exibido nos cinemas de lá, foi adquirido pela Netflix e teve um lançamento discreto neste início de dezembro. Porém, devido a diversos comentários positivos vem conseguindo um grande destaque na mesma. Mesclando os sucedidos “Ilha do Medo” e “Um Estranho no Ninho“, “As Linhas Tortas de Deus” consegue ser um intrigante suspense e nos coloca no pensamento se a nossa protagonista “está certa ou errada” nesta história.
Inspirado no livro de Torcuato Luca de Tena, a história mostra a investigadora Alice (Bárbara Lennie) que resolve se internar em uma clinica psiquiátrica para investigar um assassinato. Mas à medida que os dias vão passando, todos começam a se questionar se ela está lá por conta disso ou se há algum diagnóstico de loucura realmente se manifestando nela.
Imagem: Netflix (Divulgação)
O grande mérito deste filme ter funcionado e seus 150 minutos terem passado despercebidos, decaem sobre a atuação de Lennie. Embora ela esteja em um cenário propício a desenvolver alguns sintomas de diversas doenças psicológicas, é impossível não entrarmos em sua mente e tentar refletir se ela foi internada por alguém e se realmente ela foi com o intuito de investigar um crime.
Seu contraponto acaba sendo um dos chefes do local, o doutor Samuel Alvar (Eduard Fernández, em uma excelente atuação) que a todo momento acaba batendo de frente com a mesma e que acaba se tornando o grande antagonista na trama. Embora esse clima de tensão entre ambos seja o carro chefe do filme, há diversos momentos que a mesma interage com alguns pacientes que acabam realmente sendo o arco dramático do enredo (inclusive alguns chegam a emocionar, de forma breve).
“As Linhas Tortas de Deus” termina sendo um interessante suspense dramático, que nos faz refletir o quão existem pessoas em situações mais precárias e tristes, do que nós.