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Crítica | Triângulo da Tristeza

Engenharia do Cinema

Sempre ao ouvir o nome do cineasta Ruben Östlund, certamente os mais cinéfilos ficam atentos de imediato. O diretor sueco não só conseguiu ganhar duas vezes a Palma de Ouro em Cannes (com “The Square: A Arte da Discórdia” e este “Triângulo da Tristeza“), e o prêmio do Júri com “Força Maior“. Um feito totalmente difícil de se fazer, se tratando do Festival de Cannes. Pegando um pouco da essência do primeiro, ele aposta novamente em satirizar o quão ridículo se torna o ser humano, à medida que mais dinheiro e poder estão em suas mãos.    

A história é centrada no casal de modelos Yaya (Charlbi Dean) e Carl (Harris Dickinson), que mesmo vivendo uma crise no relacionamento, resolvem se aventurar em um cruzeiro dado por um patrocinador da primeira. Porém, eles não imaginariam o quão louca seria essa experiência para ambos.

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Imagem: Diamond Films (Divulgação)

Em seu primeiro capítulo, Östlund procura preparar o terreno não só para a mensagem que ele está disposto a exercer ao seu público, como também nos faz criar uma sutil (onde muitas situações são jogadas para refletirmos) proximidade com o casal protagonista (mostrando que por mais que eles sejam famosos e da classe alta, possuem problemas comuns de quaisquer pessoas).

Quando o segundo ato entra em cena, o sueco faz uma grande homenagem ao clássico “Apertem os Cintos, Que O Piloto Sumiu!“, pois ele coloca os mais caricatos personagens em um cenário totalmente inusitado e sempre fazendo idealizar indiretamente que aquilo era uma merda (seja por intermédio de uma mosca sendo enfatizada em uma simples cena, o empresário Dimitry (vivido por Zlatko Buric) ser especialista em vender tal especiaria citada).

Não hesito em dizer, que a presença do ator Woody Harrrelson funcione como um verdadeiro “sinal verde”, pois além dele estar ótimo no papel do Capitão da Embarcação, o timing cômico dele é brilhante (sendo responsável pelas melhores piadas do filme, principalmente a discussão sadia com Dimitry).

Triângulo da Tristeza” não só consegue resgatar o estilo da comédia pastelão, como também mostra que ainda é possível ainda realizar filmes deste gênero e nos fazer refletir no final de sua exibição.

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