O clima de Lollapalooza começou com sucesso em São Paulo. Na noite de quarta-feira (22), a banda americana Rise Against abriu a primeira noite de sideshows do evento com uma performance acalorada no Cine Joia.
Em aproximadamente 1h30 de apresentação, Tim McIlrath, Zach Blair, Joe Principe e Brandon Barnes não deram descanso aos fãs, e proporcionaram uma noite de muito hardcore, embalada majoritariamente por faixas de álbuns mais antigos do grupo.
O show do Rise Against
O relógio marcava 21h13 quando o Rise Against subiu no palco do Cine Joia. E não demorou mais que um minuto para que o público fosse a loucura.
Com a sequência de Re-Education (Through Labor), The Violence e Architects, a banda mostrou que a noite seria agitada. E os fãs responderam bem, cantando todas as músicas a plenos pulmões e mantendo o fôlego para o grande moshpit que se formou na parte central da pista.
Antes de iniciar House on Fire, o vocalista Tim McIlrath chamou atenção para o tamanho do Cine Joia, e disse que se tratava de um lugar único para se curtir um show de punk.
“Vamos ter uma noite doida por aqui”, disse o músico.
E ele não estava errado. Sem deixar o ritmo cair em momento algum, a banda emendou seguidas faixas, como Ready to Fall, Satellite, Chamber the Cartridge e Like the Angel. Mesmo sem enrolar muito entre uma música e outra, o vocalista fazia questão de dizer que sentiu muita falta do Brasil nos seis anos que o grupo ficou sem aparecer por aqui.
Durante essa sequência de músicas, inclusive, Tim largou seu microfone em um determinado momento, foi até o fundo do palco e surgiu com um megafone em mãos. Favorecido pela acústica do espaço relativamente pequeno do Cine Joia, ele se fez ouvir muito bem quando cantou o refrão de uma das canções com o aparelho em mãos, deixando ainda mais caótico e divertido o ambiente.
Logo depois, o vocalista falou da importância de se apoiar a cena local e pediu palmas para a banda brasileira Statues on Fire, que abriu o show. Ele ainda agradeceu o carinho dos fãs que são de tão longe de onde o grupo foi formado, e ficou feliz em ver alguém na plateia com uma bandeira do estado de Chicago.
Neste momento, pela primeira e única vez na noite, a banda desacelerou o ritmo. Tim ficou no palco com um violão em mãos enquanto o restante da banda saiu para que ele cantasse a versão acústica de Swing Life Away. E os fãs, como em todo o show, permaneceram fiéis e cantaram juntos do início ao fim.
Os poucos minutos de calmaria acabaram e a apresentação começou a se encaminhar para a reta final, quando a banda lançou Give It All e Nowhere Generation, faixa-título do álbum mais recente do grupo, que faz críticas a forma como o mundo e a sociedade estão caminhando sem perspectiva de melhoras.
Em seguida, o grupo apresentou Survive, e trouxe mais um momento emotivo para o palco. No meio da música, o vocalista pediu para que todos acendessem suas lanternas e emendou um discurso sobre saúde mental, pedindo para que os fãs se lembrassem daquele momento e de todas aquelas luzes quando estivessem se sentindo mal.
Depois disso, os papos com o público acabaram, e mais quatro músicas deram o tom para encerrar a noite: Prayer of the Refugee, Make It Stop (September’s Children), Paper Wings e a aclamada Savior, que tirou a galera do chão e finalizou a apresentação em grande estilo.
Com promessas de um retorno em breve ao Brasil, Rise Against deixou o palco com um ótimo show entregue, abrindo a semana intensa de shows em São Paulo.
O grupo se apresenta no Lollapalooza na próxima sexta-feira, às 21h15, no Palco Adidas. Já os sideshows do evento continuam nesta quinta-feira com YUNGBLUD.
Na semana que vem, Cigarretes After Sex se apresenta na segunda-feira, e a sueca Tove Lo toca na terça na Capital.
Show de abertura
Antes de Rise Against levar o público ao delírio, a missão de aquecer a casa foi dada ao Statues on Fire, banda formada por músicos experientes do ABC Paulista, incluindo os integrantes da lendária Nitrominds. E o grupo cumpriu bem seu propósito.
Apesar de naturalmente não trazer o caos como a banda principal da noite, o quarteto fez uma apresentação sólida e com faixas bem agitadas e agradou a plateia. No entanto, os ajustes de som não estavam perfeitos, o que prejudicou um pouco a performance.
O Statues on Fire merece uma oportunidade no Lollapalooza. É sempre bom quando o festival foge de pacotes de selos e gravadoras para investir em bandas que são reconhecidas por sua eficiência no Brasil e fora. Fica a dica!