Na linha tênue entre o eletrônico e orgânico, beiramaquina, alter ego do artista cearense Davi Serrano, se manifesta entre glitches, ruídos e minimalismo. Radicado em São Paulo, o fundador da banda Oto Gris se reinventa em uma série de singles. O lançamento mais recente, Tatear o Vazio?, é um mergulho no alternativo para buscar forças para continuar.
“Tatear o Vazio? é uma faixa energética, com beats que têm influência do industrial e elementos ‘glitchados’ que de certa forma tentam recriar algumas influências com Bjork, Thom Yorke… A letra convida à introspecção, mas também à ação. Encoraja o enfrentamento dos desafios que se apresentam ainda que pareçam desconhecidos ou inesperados”, conta Serrano, que recentemente lançou o single Tudo tem Maré, com participação de Marcelo Cabral (Metá Metá, Passo Torto), e que tem Xavier com convidado especial na nova música.
Além do Oto Gris, Davi já colaborou, gravou ou se apresentou ao lado de artistas como Soledad, Igor Caracas e Daniel Medina, além de criar trilhas sonoras para performances e espetáculos.
Seu trabalho mais recente é a trilha de Se piscar já era (2021), espetáculo dirigido por Rodrigo Vieira que debate sobre o que entendemos por escuta, unindo performers surdos e dançarinos do estilo passinho – dança urbana que se popularizou em bailes do complexo do Jacarezinho, no Rio de Janeiro. Todo esse olhar coletivo surge no beiramaquina.
“Nestes anos em São Paulo me distanciei da guitarra e do formato banda e parti para sons sintetizados e experimentais, criados em casa de forma livre. Agora compartilho o trabalho como forma de criar um canal de ideias através das minhas práticas”, conta Davi.
Com arte criada em parceria entre o artista e plataformas de inteligência artificial, Tatear o Vazio? tem mixagem de Daniel Toledo e masterização de Fernando Sanches, no estúdio El Rocha.