53 – Leucopenia

53 – Leucopenia

Antes do surgimento da Abuso Sonoro, principal referência em anarco punk da Baixada Santista, um dos integrantes foi responsável por criar outra banda importante no cenário: Leucopenia. Arílson Aparecido formou o grupo com outras três pessoas em 1990. As atividades foram encerradas em 1993, ano do início da Abuso Sonoro.

“Era início de 1990, quando três garotos desconhecidos, que nunca haviam trocado uma palavra comigo, vieram até a casa onde morava pra perguntar se eu estaria disposto a montar uma banda com eles. Disseram que me viam pela cidade vestido com camisetas de bandas punk e tiveram interesse de entrar em contato comigo. Eles perguntaram se eu sabia tocar algum instrumento e respondi que não. Eles disseram que isso não seria um “problema” porque eles também não sabiam tocar nada”, relembra Arílson.

A formação original da Leucopenia contava com Arílson (guitarra), Pitu (bateria), Fábio (vocal) e Jaílson (baixo). Depois do primeiro show, Carlinhos assumiu o lugar de Jaílson e permaneceu até o fim da trajetória da banda.

“Tivemos duas fases nesses três anos. Na nossa primeira demo ensaio éramos influenciados por bandas punks europeias e brasileiras. Eu também ouvia muitas bandas straight edge como Lärm Profound, Minor Threat entre outras. Não apenas na questão musical mas também na expressão positiva das letras. Pode se notar isso na nossa única demo tape: Vontade de Viver, nessa que poderia ser chamada de segunda fase da banda”, diz Arílson.

O material foi gravado no quarto do músico, o qual ele considera o local mais importante da Leucopenia. “Era onde ensaiávamos, o lugar que aprendíamos fazendo a cada final de semana o que não sabíamos. Foi a melhor fase”, resume.

leucopenia demotape vontade de viver

O guitarrista da Leucopenia se recorda de duas apresentações marcantes da banda. O primeiro show, que ocorreu em uma casa chamada Jambo Coco, em Vicente de Carvalho, além da estreia fora da Baixada Santista, no festival Use a Mente Que é Legal.

Arílson perdeu o contato com os outros integrantes. Hoje mora na Europa e se dedica a um café vegano chamado Café Vux, que montou junto com a sua companheira. “Vivo distante deles, há tempos não tenho notícias. O que sei é que eles tem um monte de filhos, espero que felizes”, finaliza.