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Entrevista | Barão Vermelho – “É um presente que estamos dando para os fãs”

Com 40 anos de estrada, o Barão Vermelho decidiu levar o karaokê para um outro patamar. Até o dia 14 de novembro, os fãs da banda podem enviar vídeos cantando ou tocando a canção Pro Dia Nascer Feliz. Quem se sobressair, ganhará a chance de fazer isso ao vivo com os integrantes no show do Qualistage, no Rio de Janeiro, em 2 de dezembro.

A iniciativa aconteceu inicialmente na apresentação do grupo no The Town, em São Paulo, quando a plateia cantou tudo do início ao fim.

Desde o último dia 18, a banda tem disponibilizado vídeos dos integrantes tocando e cantando trechos de Pro Dia Nascer Feliz. Os fãs, então, gravam o instrumento que está faltando, em cima da base liberada, e marca o grupo nas redes sociais com a #BaraoEVoce e a página @baraovermelhooficial. É possível ser o guitarrista, o baterista, vocalista, tecladista ou baixista.

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O guitarrista Fernando Magalhães conversou com o Blog n’ Roll sobre o projeto Barão e Você, longevidade da banda e a possibilidade de um álbum de estúdio com inéditas. Confira abaixo.

Como surgiu a ideia do Barão e Você?

O Barão é uma banda de 40 anos, quatro décadas de rock and roll, e tem muitos fãs. Eles vivem marcando a gente (em posts), é o solo do Poeta Está Vivo, alguém cantando Bete Balanço, Pro Dia Nascer Feliz, ou o solo de Bete, o Barão é uma das bandas com mais tributos no Brasil, acho.

Foi uma ideia nossa, que partiu da galera, do Suricato, que tá muito ligado a internet. É uma coisa natural do momento, é um presente que estamos dando para os fãs, e tem esse caráter da pessoa que se sair melhor.

Não sei nem como julgar isso, pois estamos recebendo uma avalanche de vídeos, e tudo é bom, tudo é maravilhoso, vai ser difícil julgar. O ganhador vai tocar com a gente no dia 2 de dezembro, no show que iremos fazer com o Humberto Gessinger, no Rio de Janeiro.

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A ideia do Barão e Você pode ser replicada em outros shows pelo Brasil? O que pensam sobre isso?

A gente acha bacana, vamos ver como os resultados serão, é um experimentalismo, no bom sentido, mas espero que sim. E vão vir mais outras coisas aí, pela frente.

Como manter a banda ativa, relevante, mesmo após duas trocas de vocalistas?

Como diz o Keith Richards: “a gente fez isso acontecer, mas não sei como”. A banda tem uma longevidade, um repertório bacana, mas realmente é algo muito delicado trocar o vocalista. Quantas bandas, mesmo lá fora, trocaram o vocalista e entraram em uma “obscuridade”? O próprio INXS, não é que vá para a obscuridade, eles não engrenaram e tem um repertório muito relevante.

O Barão é curioso, não é só a galera que vem acompanhando há 40 anos, é uma galera nova, às vezes vamos tocar e sentimos que tem uma curiosidade, uma aceitação muito grande, uma felicidade da galera nova falar “eu vi o Barão”.

É meio, sem querer comparar o tamanho, é como quando a pessoa vai ver o Paul McCartney, sem comparar os artistas, mas a situação, mas ele vai no show pensando que vai ver um Beatle, no caso dele é até mais complexo, pois tem 80 anos, e infelizmente talvez nunca mais verá, não sabe se vai ter outra turnê.

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No caso do Barão é tipo isso, nunca vi aquilo e vou ver. Então acho muito interessante, o Barão tem significância com o passar dos tempos, fico muito feliz com isso.

Viva, o primeiro álbum de inéditas com Suricato, teve uma boa repercussão. Vocês pensam em gravar um novo álbum?

Todos nós somos compositores, produtores, na verdade quem produziu o último disco foi o Maurício Barros, tecladista. Ele coordena toda essa parte de produção e finalização, mixagem.

Temos muita coisa nova, pensamos em vir pro ano que vem com coisas novas, o Guto fala uma coisa: “o Barão enche o saco da cara dele antes do público”, talvez por isso mudou muitas coisas. A gente veio com o Puro Êxtase, o Carne Crua, que é pesadão, o Balada MTV, que é acústico, o Viva, que é pra frente. Com certeza virá coisa nova, não sei o que virá, mas com certeza virá.

A geração 80 do rock nacional segue ativa e com muitos projetos, diferente de artistas mais recentes que tiraram férias e retornaram para turnês de despedida. O que diferencia essas gerações?

Não dá pra comparar banda com banda, mas talvez, o fato da gente ter vindo dos anos 80, criou-se uma solidificação para bandas como Engenheiros, Titãs, que estava em trio, mas relevantes, gravando coisas novas, os Paralamas, inacreditável, outro dia assisti eles, 2h30 de hits, repertório é um poço sem fundo de hit.

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Acho que aquilo teve um poder tão grande nos anos 80, talvez seja como os anos 60 foram para as bandas da Inglaterra e dos EUA, atravessou décadas com aquele poderio e relevância.

Mas não sei, a vida é complicada, as infelicidades, um integrante falecer, um integrante sair, Charlie Brown sempre foi uma banda muito forte, os Raimundos também, dos anos 90 temos o Jota Quest, o Skank, que agora o Samuel está solo, mas foi muito relevante, temos o Cidade Negra, que realmente separou, mas tem uma possibilidade de voltar.

Não sei exatamente, talvez seja pela mágica dos anos 80, ficou uma áurea. Mas você também não pode viver de ploc, o Barão não vive de ser ploc, sem nenhuma maldade com festas ploc, acho maravilhoso, mas o Barão é pra frente, respeita o passado e é pra frente, não posso falar por outras bandas, mas acho que é mais ou menos isso.

Os Stones lançaram um disco lindo, os caras com 80 anos, tudo bem lançaram um anterior mais ou menos, mas agora lançaram um lindo. A gente que é músico fica feliz com isso.

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Recentemente, o Nasi, do Ira!, disse que a banda dele era a única de rock popular do Brasil. Você concorda? Ou acredita que Titãs, Barão, Capital e Paralamas também se encaixam nesse perfil?

Opinião dele, mas eu completaria. Existem algumas outras juntas com eles, sem menosprezar. Tenho visto shows dele, pois tocamos juntos em alguns lugares, e está muito bom, sou amigo deles, como sou amigo do André Young, que saiu da banda. É uma banda com uma relevância inacreditável.

Quais são os três álbuns fundamentais na tua formação como músico?

Três é pouco, mas o primeiro seria o Abbey Road, do Beatles, que tem Something, Here Comes the Sun, várias coisas lindas.

Um maravilhoso dos Stones é o Get Yer Ya-Ya’s Out! Pra fechar tem o Let There Be Rock, do AC/DC, que ouvia muito quando era garoto, tinha uns 13 anos quando saiu.

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