“A maioria dos artistas que me inspiram, ou me influenciaram de alguma forma, já tiveram músicas instrumentais, e alguns deles já até se arriscaram a compor álbuns. E este é um caminho que estou a trilhar, passo a passo”, comenta Rod Krieger que lançou a música Este Comboio Não Para em Arroios, segundo single do disco A Assembleia Extraordinária, após Cai o Sol e Sobe a Lua, lançado em maio.
A canção instrumental segue uma tradição, uma vez que Raio, também foi single do álbum que marcou a estreia solo, A Elasticidade do Tempo (2020). E desta vez vem com uma mensagem que marcou um período da vida do artista.
“Este comboio não para em Arroios” era uma frase repetida todas as vezes que o metrô passava pela estação de Arroios, em Lisboa, que naquele momento estava interditada para obra. Era pré-pandemia, uma outra realidade. E foi quando a faixa ganhou os seus primeiros acordes”, explica.
“Lembro de quando comecei a esboçar a música, recém tinha montado a minha banda, ainda em Lisboa. Depois de quinze anos como baixista, foram os primeiros ensaios de volta ao meu instrumento de origem, no caso a guitarra. O volume dos instrumentos era muito alto e isso colaborou para que nascessem canções mais pesadas”, completa Krieger.
“Nesta época, o disco que fazia a trilha sonora das minhas caminhadas até o estúdio era A Página do Relâmpago Elétrico, do Beto Guedes e o Com Uma Viagem na Palma da Mão, do Jorge Palma, dois álbuns que influenciaram todo este meu momento. E numa dessas idas e vindas aos ensaios, peguei o celular do bolso e gravei a voz que tanto ressoou nos meus ouvidos”, conta.
No fim, a canção acaba por marcar a mudança de Lisboa para o Sobral do Parelhão, aldeia no oeste português onde o álbum foi registado e finalizado.
“E a partir do momento que me mudei de Lisboa, a frase fez ainda mais sentido, pois a linha de trem da imagem da capa do single – no caminho entre Sobral do Parelhão e Bombarral – realmente não para em Arroios”, comenta Rod Krieger.