Como uma travessia de fronteiras musicais que conecta o passado e o futuro, o orgânico e o eletrônico, em uma mistura das batidas do samba-reggae com o ritmo da cumbia, o peso do punk nacional e a explosão do arrocha carioca, BNegão lançou Metamorfoses, Riddims e Afins, primeiro álbum-solo após décadas de contribuição para a cultura brasileira, sendo um dos vocalistas à frente do grupo Planet Hemp e também fundador dos Seletores de Frequência.

Disponível em todas as plataformas digitais, a obra madura e visceral reflete uma busca por novos caminhos, diferentes formas de expressão e, acima de tudo, pelo aprofundamento da conexão com suas raízes e influências.

“Praticamente tudo que eu fiz até hoje tem a mesma raiz: a África. Sempre fui fascinado pelo impacto físico da música. Todo som que toco (sob a alcunha de BNegron Bota Som) é basicamente produção brasileira ou da América Latina e da América Central com raiz africana. A minha discotecagem acontece totalmente dentro dessa dinâmica, com produções atuais que tem como característica o grave e essa energia que move o corpo”, afirma BNegão.

“E, ao longo dos últimos anos, senti uma vontade imparável de trazer essa sensação para o cerne, para o centro da minha produção musical. A intenção era criar algo que avançasse mais intensamente nessa direção, de uma forma direta, que nunca havia acontecido antes, dentro do meu som. Que todas as músicas fossem desenvolvidas nessa ideia de dança e movimento. Dança livre. Pensamento livre”, completa o rapper.

O nome Metamorfoses, Riddims e Afins carrega em si o espírito de transformação e de reinvenção. BNegão explica que a palavra “metamorfose” reflete a essência de muitas das canções do álbum, que são recriações de músicas suas ou de composições que fazem parte do seu DNA sonoro.

Já “Riddims” faz referência a uma expressão tipicamente jamaicana, que é o modo patoá de se referir à palavra “ritmo” — termo que remete diretamente à cultura dos Sound Systems, as enormes caixas de som que dominam as festas de rua de Kingston, na Jamaica. Riddim é a faixa instrumental que pode ser usada, cantada, gravada e desenvolvida por diferentes artistas, de formas completamente distintas.

O álbum foi produzido pelo próprio BNegão e tem uma série de colaborações valiosas. Artistas como Pedro Selector, Sandro Lustosa e MC Paulão King são algumas das figuras que dão vida a esse som plural. O trabalho conta também com a participação fundamental de Gilber T, responsável por guitarras e bases eletrônicas que deram o RG final ao disco.

“Música urbana, feita do Brasil para o mundo. Conectando novas e antigas tradições ao que há de mais moderno em termos de produção musical. Som do Sul Global”, explica o artista.

Da cumbia ao samba-reggae, do pagodão ao punk rock nacional, passando pelo samba, arrocha carioca e rocksteady jamaicano, o álbum desafia convenções e propõe novas alquimias sonoras, sob a regência total e certeira de BNegão.