Crítica | A Vida Depois

Engenharia do Cinema Exibido em Março de 2021, no Festival de Cinema de Southwest, “A Vida Depois” foi lançado mundialmente apenas agora pelo streaming do HBO Max e, tem chamado atenção de vários cinéfilos e assinantes do serviço. Estrelado por Jenny Ortega (“Pânico“) temos um drama que reflete e muito a situação dramática que vivem os estudantes que indiretamente são afetados pelos atentados ocorridos em suas escolas. A historia gira em torno de Vada (Ortega), uma adolescente que vive uma vida tranquila e bastante familiar com as pessoas em sua volta. Mas tudo muda quando ela acaba se escondendo no banheiro de sua escola com a popular Mia (Maddie Ziegler) e Quinon Fitch (Niles Fitch), de uma chacina que está ocorrendo em sua escola. Após o mesmo, Vada passa a ter uma intimidade maior com os dois se tenta estabilizar sua vida. Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação) Escrito e dirigido pela estreante Megan Park, a mesma mostra que sabe conduzir um filme com uma temática delicada. Não há piadas fora de época, novelas mexicanas ou até mesmo situações clichês. Estamos falando de um trio de pessoas afetadas gravemente por um atentado violento, e a mesma acaba apresentando como foco a desconstrução de Vada. Esta é vivida por Ortega com mastreia e mostra como a própria acaba se desconstruindo por conta de tudo que vem passando. Ele só acaba pecando apenas no quesito de poder ter aproveitado melhor nomes como Shailene Woodley (que faz uma ponta como uma psicologa) e John Ortiz (que interpreta o Pai de Vada e possui apenas uma cena forte, mas poderia ter tido mais momentos como este). “A Vida Depois” parece ser uma produção clichê adolescente, mas acaba se transformando em um interessante filme sobre situações luto e amor.

Crítica | Reacher – 1ª Temporada

Engenharia do Cinema Após dois sucedidos longas metragens estrelados por Tom Cruise, a franquia “Jack Reacher” acabou tomando novos rumos e foi adquirida pela Amazon Studios para a produção de um seriado. Com uma equipe e envolvidos totalmente diferentes, o personagem criado por Lee Child literalmente renasceu. Sendo vivido agora por Alan Ritchson, a série “Reacher” já começou mostrando o diferencial do personagem com relação aos outros. A história começa com o misterioso Reacher sendo enquadrado pela policia e acusado de um assassinato que não cometeu. Após terem comprovado sua inocência, ele acaba se juntando aos investigadores no caso e descobre que tudo pode ser pior do que imaginam. Imagem: Amazon Studios (Divulgação) Com quase dois metros de altura, com uma personalidade que mescla o mais brucutu de Clint Eastwood, Chuck Norris e até mesmo Arnold Schwarzenegger, Jack Reacher é o típico personagem que consegue cativar o público fã do cinema de ação dos anos 80 e 90, facilmente. As breves passagens onde ele sozinho conseguia abater um grupo de marginais e escapar de cenários totalmente caóticos, são bastante famosas nos livros e conseguem ser transpostas de forma divertida na série (e até faz contexto com o sentido apresentado, não sendo apenas colocado como uma esquete).    Mesmo com o enredo sendo bastante similar a diversas séries policiais e de investigação que já conhecemos e cansamos de ver, o carisma de Ritchson consegue ser o verdadeiro chamariz para conseguirmos comprar a série nesta primeira temporada (e até mesmo lhe maratona-la em uma única tacada). Inclusive ele deixa transposta uma enorme química com os atores Malcolm Goodwin (Oscar Finlay) e Willa Fitzgerald (Roscoe Conklin), e aos poucos compramos a trinca de protagonistas. Com oito episódios, a primeira temporada de “Reacher” mostra o quão o personagem tem potencial para ser explorado em futuras temporadas e como ele ainda pode homenagear o estilo brucutu com êxito.    

Crítica | Hermanoteu na Terra de Godah: O Filme

Engenharia do Cinema Após fazer bastante sucesso nos teatros pelo Brasil, a peça cômica da trupe “Os Melhores do Mundo”, rotulada como “Hermanoteu na Terra de Godah” foi adaptada em formato de filme. Apesar de ser um humor inspirado claramente no nonsense (visto em obras clássicas como “Corra Que A Polícia Vem Ai” e “Monty Python“), vemos claramente uma comédia que tira piadas já vistas em outros longas e que claramente abusa da inteligência do espectador, ao tirar piadas onde aparentemente só os envolvidos acham graça. Antes previsto para ser exibido nos cinemas nacionais, acabou sendo direcionado direto para o serviço de streaming do Telecine. Apenas digo que foi sábia a escolha dos envolvidos.    A história tem início quando o Cardeal Gerônimo é eleito o novo Papa, e ao se preparar para selecionar seu novo nome e os funcionamentos da Igreja, acaba ouvindo a história secreta do Apóstolo Hermanoteu (Ricardo Pipo). O mesmo esteve presente em diversas passagens da Bíblia, desde Exodus até mesmo na Última Ceia.    Imagem: Telecine (Divulgação) Realmente é difícil conseguir comprar a premissa deste filme, pois ele tenta tirar graça de situações que claramente não possuem tonalidades humorísticas. E quando eles tentam tirar isso, acabam resultando em piadas do “tio do pavê”. Um claro exemplo é em uma determinada cena, onde Hermanoteu conversa com o anjo e fala “Eu quero dar” em resposta a um questionamento do mesmo e como os outros vêem apenas o primeiro, acham duplo sentido na frase deste. Isso sem contar outras coisas bastantes supérfluas e forçadas, como tentaram criar uma pseudo-crise sexual em Júlio César, os apóstolos não levando a sério o renascimento de Cristo e por aí vai.    Mesmo chegando a possuir um design de produção e figurinos de primeira, isso não acaba se tornando sinônimo de qualidade quando temos um roteiro horrível em mãos e direção totalmente amadora. Já que quando estamos no arco no Vaticano, parece estarmos vendo um filme e quando vemos a trajetória de Hermanoteu, parece estarmos vendo uma peça teatral totalmente amadora e sem ritmo. “Hermanoteu na Terra de Godah: O Filme” se mostra como uma adaptação vergonhosa da peça teatral, que só não consegue ser pior que os especiais cristãs do selo “Porta dos Fundos“.

Crítica | Kimi: Alguém Está Ouvindo

Engenharia do Cinema Sendo o terceiro longa do cineasta Steven Sodebergh para o HBO Max, após os medianos “Let Them All Talk” e “Nem um Passo em Falso“, “Kimi: Alguém Está Ouvindo” é seu filme mais simples em anos e realmente conseguiu ser seu melhor projeto cinematográfico desde “Distúrbio” (que foi inteiramente filmado com Iphone), lançado em 2018. Estrelado por Zoë Kravitz, pode-se dizer que é o primeiro grande projeto que explora uma protagonista com uma certa “neura” em um cenário de pandemia, porém este é apenas um mero detalhe no perfil da mesma (já que este não é o foco). A história gira em torno da analista de sistemas do sistema operacional Kimi, Angela (Kravitz), que sofre de agorafobia. Durante seu trabalho em home-office, ela descobre um áudio de um crime e resolve contestar para seu superior. Porém ela não imaginava a gravidade do mesmo, diante de toda sua empresa. Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação) O roteiro de David Koepp realmente consegue se aproveitar de várias situações que mudaram diante do cenário de pandemia, durante sua narrativa. Seja pelo fato da falta de necessidade de uma pessoa ir até a empresa em que trabalha, e ser desconhecida por várias pessoas da mesma e até mesmo como a sociedade está independente com relação ao uso de mascaras (onde algumas pessoas usam e outras não, independentemente do local). Diante desta situação, é criada uma produção de suspense de primeira, onde passamos a compreender a mente de Angela (mérito também da própria Kravitz, que realmente transpõe estes sentimentos) e ver que várias pessoas ficaram como ela. Porém, há um breve ploat que chega a aumentar ainda mais esta situação e funciona. Com uma piada de Alfred Hitchcock na direção de Sodebergh, (principalmente se tratando de “Janela Indiscreta”) vemos que este notoriamente não cai na mesmice do clássico citado (o que tem ocorrido com várias produções do gênero). Inclusive a metragem é exata para este tipo de projeção (no máximo, 90 minutos são suficientes para este tipo de filme). “Kimi: Alguém Está Ouvindo” é realmente um suspense que consegue se aproveitar da situação imposta pela pandemia, para entregar um suspense bem interessante.

Crítica | Morte no Nilo

Engenharia do Cinema Adiado por quase dois anos por conta da pandemia, finalmente chegou aos cinemas a nova aventura do detetive Hercule Poirot, criado por Agatha Christie. Novamente sendo interpretado por Kenneth Branagh, que continua assumindo a direção da franquia, confesso que “Morte No Nilo” não foge do paradigma proposto pelo seu primórdio, “O Assassinato no Expresso Oriente“, em 2017: um filme com um grandioso elenco, englobado em uma trama repleta de mistério e que mexe com nossas emoções e raciocínio. A história começa em plenos anos 30, quando Pirot acaba acompanhando o casal Simon Doyle (Armie Hammer) e Linnet Ridgeway (Gal Gadot), em suas festividades do seu casório, no Nilo. Acompanhados de vários amigos e pessoas próximas, todos acabam virando suspeitos quando um assassinato misterioso ocorre. Imagem: 20th Century Studios (Divulgação) Não é novidade que Branagh é um dramaturgo shakespeariano, desde seus primórdios na área e aqui não poderia ser diferente. Desde enquadramentos em personagens chaves, até uma excêntrica melodia (assinada novamente por Patrick Doyle) quando há alguma cena de morte. Só que ele faz isso funcionar, pois ele apresenta muito bem o contexto da trama e dos personagens, antes de começar a ação central do filme. Porém, como vivemos em uma geração pela qual o espectador quer uma resposta e solução rápida, isso não pode soar algo divertido dependendo do tipo de público (tanto que alguns podem cair no sono, nas primeiras horas de projeção). Mas quando o arco central está prestes a ocorrer, o ritmo é acelerado e nós ficamos cada vez mais curiosos para saber “quem realmente é o assassino?”.  Isso só perde um pouco da força, quando o arco é intercalado brevemente com uma subtrama fraca envolvendo “amores perdidos” de alguns personagens (não vou entrar em spoilers, mas quem viu o filme, já sabe o que estou falando). Assim como o fraco CGI para “representar” alguns locais do Egito, que é perceptível o uso de tela verde.  No quesito de atuações, pode-se dizer que Branagh nasceu para interpretar Pirot e realmente tem a presença que este personagem necessita. E deste quesito ele realmente entende, pois soube usar isso à favor de nomes como Gal Gadot, Armie Hammer e Emma Mackey (“Sem Education”). Enquanto os coadjuvantes vividos por nomes como Annette Bening, Rose Leslie, Letitia Wright, Sophie Okonedo e Russell Brand, decaem para escanteio e só aparecem quando é necessário. “Morte No Nilo” consegue divertir e entreter quem procura um longa de suspense e investigação, com pitadas de um elenco estrelar.

Crítica | Time do Coração

Engenharia do Cinema Com produção de Adam Sandler, esta comédia claramente entra no padrão de seus filmes feitos para a Netflix. Onde ele chama os amigos e até mesmo parentes como a esposa, filhas e sobrinhos para fazem personagens coadjuvantes. Só que desta vez ele coloca seu amigo, Kevin James para ser o protagonista nesta trama que remete demais aos filmes de esporte realizados nos anos 90. Baseado em fatos reais, a história gira em torno treinador de futebol americano Sean Peyton (James) que foi suspenso de seu cargo pela NFL. Com a vida totalmente em conflito, ele resolve assumir o time de futebol do seu filho, que não vai muito bem no campeonato juvenil. Imagem: Netflix (Divulgação) O roteiro de Chris Titone e Keith Blum claramente coloca mais tonalidades cômicas nesta trama, para se encaixar no padrão de comédia do universo de Adam Sandler. Então se preparem para piadas envolvendo quaisquer tipos de situações pastelões como comida, vômitos, peidos e etc. Dependendo do seu tipo de humor, isso pode funcionar. Mas para este tipo de filme, seria mais interessante terem optado pelo arco mais dramático. Porém como estamos falando de uma produção que há nomes como Rob Schneider, Gary Valentine e até mesmo Taylor Lautner como coadjuvantes, o humor não poderia faltar. Isso sem citar que estamos falando de um filme totalmente previsível, pelos quais chegamos até a recordar produções famosas como “Nós Somos os Campeões” e até mesmo “Golpe Baixo” (cujo remake de 2005, foi também realizado por Sandler). “Time do Coração” acaba sendo mais uma produção feita apenas com o intuito de entreter, quem procura algo para passar o tempo na Netflix.

Crítica | A Filha do Rei

Engenharia do Cinema Com as gravações ocorrendo em 2014, originalmente este filme seria lançado em 2015, pela Paramount Pictures. Porém após diversos problemas em sua pós-produção e cientes da bomba que teriam em mãos, o estúdio vendeu os direitos para uma independente nos EUA e o lançou apenas agora nos cinemas de lá (curiosamente no Brasil, ele acabou sendo lançado logo no inicio deste ano, diretamente pelo Telecine). Com as gravações sendo realizadas no verdadeiro Palácio de Versalhes (durante a madrugada, que é quando o mesmo está fechado) realmente afirmo que essa é a única coisa boa nessa produção de época. Inspirado no livro de Vonda N. McIntyre, a história na verdade é uma bagunça. Ela gira em torno de Marie-Josephe (Kaya Scodelario) que descobre ser filha do então Rei Louis XIV (Pierce Brosnan), o que a faz ir até o Palácio de Versalhes para se encontrar com o mesmo. Ao mesmo tempo ela tem uma série de encontros com uma Sereia curandeira (Bingbing Fan) e se apaixona pelo plebeu Yves (Benjamin Walker). Imagem: Gravitas Ventures (Divulgação) O roteiro de Barry Berman e James Schamus parece que queria ser várias coisas e acabaram sendo absolutamente nada. Com essas três tramas distintas e menos de 90 minutos de projeção, a sensação é que a dupla simplesmente foi jogando os fatos e tentar captar a atenção das espectadoras femininas (o que leva a escalação de Scodelario). Porém, eles não conseguem sequer ter um público certo, pois não há como saber se estamos falando de um filme sobre monarquia ou até mesmo um reboot de “A Pequena Sereia”. Inclusive até os atores estão perdidos, com tamanho deslize (ressalvo que as gravações foram em plena madrugada, e o “sol” foi colocado com CGI). E isso é notório até mesmo em uma breve cena entre Scodelario e Brosnan, onde logo após ela falar que ele é seu Pai, este já fala que ela deve se casar com um cidadão que ele deseja! (não estou brincando, é isso mesmo que acontece). “A Filha do Rei” acaba sendo oficialmente a primeira grande bomba lançada em 2022, sem viés de dúvidas.

Crítica | O Beco do Pesadelo

Engenharia do Cinema Após ter vencido o Oscar por “A Forma da Água“, o cineasta Guilhermo Del Toro anunciou que iria realizar o remake do clássico longa “O Beco das Almas Perdidas“, de 1947. Inspirado no livro de William Lindsay Gresham, a obra tem tudo que podemos esperar de um filme do cineasta e claramente que o mesmo iria aproveitar seu talento para “contar fábulas”. Porém após sofrer paralisações em suas gravações por conta da pandemia, vemos que o mesmo acabou perdendo um pouco a mão e realizando “dois filmes, em um único”. A história gira em torno de Stanton Carlisle (Bradley Cooper) que acaba indo trabalhar em um Circo, local onde aprende a realizar alguns truques e magias fraudulentas. Mas ao se apaixonar por Molly (Rooney Mara), ele acaba saindo do local e exerce suas pseudo-mágicas em locais da alta sociedade. Até que ele acaba conhecendo a misteriosa Lilith Ritter (Cate Blanchett), que se mostra mais esperta que ele nesta função.    Imagem: 20th Century Studios (Divulgação) Realmente estamos falando do longa mais fraco de Del Toro, em anos. Focado em detalhar as motivações de Stanton e sua história de origem, vemos que o mesmo se perde ao enrolar em arcos que poderiam ter sido resumidos com uma linha de diálogos e até mesmo gestos. Isso acaba pesando demais, pois estamos falando de um filme que tem 150 minutos e facilmente poderia ser reduzido para 120, no máximo. Apesar de ter boas atuações do trio protagonista, ele se perde ao dividir a trama em dois momentos. No primeiro ele explora de forma interessante os personagens de Toni Collette e Willem Dafoe. No segundo ele simplesmente “some” com estes e foca em Blanchett e Richard Jenkins, e ainda desenvolve uma breve subtrama com Mary Steenburgen e Peter MacNeill (que interpreta um juiz que sofre com o falecimento do filho, com sua esposa vivida por aquela). Realmente estamos falando de um filme que se atrapalha ao abordar seus coadjuvantes. Com relação a produção técnica, digamos que é tudo de primeira linha. Design de produção (que tem tonalidades que mesclam os estilos noir e expressionismo alemão), figurino e até mesmo a fotografia podem ser as únicas categorias lembradas no Oscar deste ano. Realmente não há do que se reclamar nestes tópicos. “O Beco do Pesadelo” realmente é um dos mais fracos filmes da carreira de Guilhermo Del Toro, e futuramente acabará caindo no esquecimento em sua filmografia.

Crítica | Moonfall: Ameaça Lunar

Engenharia do Cinema Após o fiasco de “Independence Day: O Ressurgimento” nas bilheterias e crítica, o cineasta Roland Emmerich ficou com a carreira em xeque. Seu próximo filme após este foi “Midway“, cuja produção foi por intermédio de distribuidoras e estúdios menores (mas com um ótimo elenco). “Moonfall: Ameaça Lunar” acabou indo para o mesmo caminho do citado, porém ao invés de focar em um cenário de Segunda Guerra Mundial, agora ele retornou para o estilo catástrofe.     A história se passa em um cenário onde após um misterioso problema, a Lua está prestes a se chocar com a Terra nas próximas semanas. Então a única salvação da humanidade acaba caindo para a Chefe da NASA, Jocinda ‘Jo’ Fowler (Halle Berry), o ex-astronauta Brian Harper (Patrick Wilson) e o pseudo-cientista KC Houseman (John Bradley). Imagem: Diamond Films (Divulgação) Apesar de se tratar de uma produção cujo foco é totalmente na destruição da humanidade e diversas cenas envolvendo este fator, o roteiro escrito pelo próprio Emmerich com Harald Kloser e Spenser Cohen apela para situações já vistas em filmes antecessores do cineasta como “O Dia Depois de Amanhã” e “2012“. Agora com menos patriotismo que nas outras produções, vemos que ele resolve tratar seus protagonistas como os verdadeiros heróis, e com motivações humanas (como o Pai que quer salvar seu filho e o nerd solitário que sonha em ser alguém na NASA). Só que isso realmente não é tratado como foco de forma detalhada, mas sim sucinta (reitero, que realmente este não era o foco do filme). Assim como os filmes citados, ele aproveita para contar outras subtramas paralelas ao arco central e confesso que algumas apelam para “facilitações narrativas” só para poder “cortar e ir para o próximo arco” (vide algumas soluções repentinas e mortes que não faziam sentido). Como podemos ver a abordagem do personagem de Donald Sutherland, que não faz sentido em estar no filme. Mas isso é algo que o próprio Emmerich vem fazendo na maioria de seus filmes, desde os primórdios. Com relação aos efeitos visuais, realmente para um orçamento curto, eles impressionam. Estamos falando não apenas da construção de algumas cenas de ação, mas até mesmo arcos englobando outras coisas mais além (não entrarei em território de spoilers, mas só alego o fato do roteiro ter trabalhado de forma interessante este ploat). “Moonfall – Ameaça Lunar” acaba sendo um divertido longa catástrofe, pelo qual se você procura entretenimento pipoca e nada mais além disso, irá comprar com maestria.