Sensação espanhola, Amaia passa mal no palco, retorna e entrega bom show no Primavera

Cantora e pianista natural de Pamplona, Amaia foi mais um nome trazido pelo Primavera Sound para divulgar a música espanhola. No Palco Beck’s, ela teve um início tímido, no piano, mas bastou se apresentar para os fãs que o jogo virou. O forte calor foi o grande rival de Amaia, diante de uma plateia que a apoiou e soltou gritos de incentivo do início ao fim. Na reta final, em função do forte sol, a espanhola de 23 anos chegou a passar mal e precisou sair do palco. Socorrida pelos músicos da banda, logo retornou e cantou mais duas canções. O ponto de virada da apresentação foi quando anunciou que cantaria algumas músicas no piano. Iniciou o set mais intimista com Perdona, canção de Marcelo Criminal que Amaia gravou uma versão com a banda Carolina Durante, que havia se apresentado há pouco em outro palco. Na sequência, foi para a frente do palco e acompanhada da guitarrista, que trocou o instrumento por um violão, cantou uma faixa autoral, Yamaguchi. O retorno da banda veio em Santos que Yo te Pinte, na qual mostrou muito entusiasmo com o apoio do público. Aliás, seguiu dançando e interpretando cada estrofe. Bastante performática, Amaia cantou Quiero Pero No. Ao término da canção foi recebida com gestos de L dos fãs. Repetiu o gestual e perguntou o significado do L. A resposta foi “olé, olé, olé, Lula, Lula”. Sim, as eleições acabaram, mas a alegria do público não. Mas vale destacar como Amaia voltou cheia de disposição depois de passar mal. Em La Canción que no Quiero Cantarte, nem parecia que minutos atrás estava desacordada no backstage. Show de superação e muita dedicação no palco.
Cockney Rejects traz turnê de despedida para o Brasil em 2023

A icônica banda inglesa de street punk Cockney Rejects retorna ao Brasil com a turnê de despedida dos palcos. O primeiro show confirmado será no dia 29 de abril de 2023, no Hangar 110. O evento terá ainda show do Inocentes. A realização é da Agência Sobcontrole com a Ataque Frontal. A Cockney Rejects foi criada em 1978 pelos irmãos Jeff e Mick Geggus e já esteve algumas vezes no Brasil – a última passagem foi em 2017. E lá se foram cerca de 45 anos de devoção ao punk. Com o passar dos anos, a banda revolucionou o gênero e há décadas é considerada – – ao lado de outras lendas, como Sham 69 e Cock Sparrer – uma das formações responsáveis pelo surgimento da música Oi! Oi! é o nome popular do gênero musical street punk e prega amizade, união e também trata sobre questões sociais – afinal, se trata de um tipo de música que nasceu nos subúrbios de Londres. A relação do Cockney Rejects ficou mais próxima quando a banda, em 2017, escreveu uma letra sobre o clube de futebol Chapecoense. A música é uma adaptação de Goodbye Upton Park, que os britânicos haviam recém-lançado. A letra original é sobre o fechamento do estádio Upton Park, em Londres, casa do West Ham entre 1904 e 2016. Ao vivo, o Cockney Rejects é famoso pela altíssima energia e, nesta turnê de despedida com viagem confirmada a São Paulo, o repertório será somente de clássicos, como Fighting in the Streets, We Are the Firm, Power and the Glory, Police Car, o hino do West Ham I’m Forever Blowing Bubbles, Oi! Oi! Oi!, entre outras. Cockney Rejects em São PauloData: 29 de abril de 2023Local: Hangar 110Endereço: rua Rodolfo Miranda, 110 – Bom Retiro, São Paulo/SPHorário: 20hIngresso on-line: Compre aqui Pista1º lote – R$1202º lote – R$150 Mezanino1º lote – R$1802º lote – R$200 Valores de meia entrada e meia entrada promocional, mediante doação de um quilo de alimento não perecível) Ponto de venda (sem taxa de serviço em dinheiro): Galeria do Rock, na Loja 255
Shame confirma show extra e intimista no Bar Alto, em São Paulo

A primeira grande atração confirmada para o intimista palco do Bar Alto é o Shame, da Inglaterra, no próximo dia 14. A banda se apresenta no Brasil dois dias antes, como atração principal das comemorações dos dez anos do selo musical e produtora cultural Balaclava Records, três anos após sua primeira visita ao país. Considerados um dos principais representantes da volta da sonoridade punk do Reino Unido, ao lado de bandas como IDLES e Fontaines D.C., e presentes nos principais festivais ao redor do mundo, como o Primavera Sound, em Barcelona, e Coachella, na Califórnia, o Shame gravou seu mais recente trabalho no estúdio La Frette, na França, com James Ford, produtor do Arctic Monkeys. O evento acontece como um “hard” opening (pelo estado da reforma e pelo som da banda), com o lugar ainda em final de obras e se preparando para, depois, começar a operar em “soft” opening, até o começo de dezembro. Serviço – Bar Alto Endereço: Rua Aspicuelta, 194 – Alto de Pinheiros, São Paulo Data: 14/10 Horário: 19h Valores: A partir de R$ 130 Link aqui
Entrevista | Hollywood Undead – “Ver o punk de volta é refrescante”

Na abertura da Virada SP, Planet Hemp esquece “Jardineiros” e foca em clássicos

Foram 22 anos de espera até um novo álbum de estúdio do Planet Hemp. Jardineiros chegou na última sexta-feira (21). Uma visita a Santos também demorou bastante, tendo em vista que as últimas tentativas do Planet Hemp foram canceladas de última hora. No fim da tarde deste sábado (22), Marcelo D2, B-Negão e companhia abriram a programação da Virada SP, na Praça Mauá, em Santos. No entanto, o álbum novo foi praticamente ignorado. A única exceção foi Distopia, single que tem a participação de Criolo. Para os fãs mais antigos, porém, o show foi um prato cheio. Usuário, disco de estreia da banda, lançado em 1995, teve nove faixas lembradas pelo Planet Hemp: Não Compre, Plante!, Legalize Já, Dig Dig Dig (Hempa), Mary Jane, Planet Hemp, Fazendo a Cabeça, A Culpa é de Quem, Deisdazseis e Phunky Buddha. O mais chocante notar é que 27 anos depois do lançamento de Usuário, todas as músicas parecem atuais. Ou pior, ainda mais atuais. Pior porque as denúncias não envelheceram. Tudo que o Planet protestava em 1995, segue sendo motivo de manifestação até hoje. Aliás, o show do Planet Hemp foi palco de muitas manifestações. Entre uma música e outra, gritos de apoio a Lula (PT), candidato à presidência, gritos hostis contra o atual presidente, Bolsonaro (PL), além de discursos inflamados de Marcelo D2 e B-Negão. “Trabalhador vota em trabalhador. Patrão nunca. Patrão nunca!”, gritou D2. “Dia 30 temos uma eleição importante pela frente. Se ganharmos, será uma guerra a partir do dia seguinte. Se perdermos também será uma guerra. Mas se ganhar, sem salto alto. Vamos ficar atentos”, discursou B-Negão. A sessão de nostalgia do Planet Hemp também passou pelo disco Os Cães Ladram Mas a Caravana Não Pára (1997): Zerovinteum, Seus Amigos, Queimando Tudo e 100% Hardcore foram as lembradas. A apresentação também teve espaço para uma homenagem ao Ratos de Porão, que ganhou uma versão de Crise Geral, faixa do disco Cada dia mais sujo e agressivo (1987), dos paulistanos. O último álbum antes do longo hiato, A Invasão do Sagaz Homem Fumaça (2000), foi lembrado por faixas como Stab, Contexto e Quem Tem Seda? D2, que disse ter comido uma feijoada mais cedo e estava se sentindo pesado, voltou a fazer mais discursos inflamados durante a apresentação. “Preta, mulher, gay e favelada. Quando eu disser Marielle, vocês respondem ‘presente’”, pediu, sendo atendido de forma imediata na homenagem à ex-vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL), assassinada em março de 2018. A trinca final do show, em uma Praça Mauá bem cheia, contou com Samba Makossa (Chico Science & Nação Zumbi), A Culpa é de Quem e Mantenha o Respeito. Positivo para os nostálgicos, negativo para quem está com o álbum novo fresquinho na mente e só pode ouvir Distopia ao vivo. A pesada Taca Fogo, também de Jardineiros, foi lembrada apenas de forma falada por D2.
Entrevista | Larry McDonald (Skatalites) – “Para outras pessoas é fácil pegar o ska e colocá-lo em uma música ‘pesada'”

Neste domingo, a partir das 15 horas, quando o Skatalites estiver no palco da Virada SP, na Praça Mauá, em Santos, o público estará diante de um dos pais do ska. Além disso, na percussão, uma lenda viva da música jamaicana também estará presente, Larry McDonald. Aos 85 anos, Larry McDonald simplesmente gravou com todos os grandes nomes possíveis: de Slackers a Mick Jagger, de Taj Mahal a Lee Scratch Perry, de Peter Tosh a Toots & The Maytals, passando por outros mais variados, como Cat Power e Soulfly.E, mesmo com esse currículo pesado, Larry McDonald não perde a simplicidade. Em conversa com o Blog n’ Roll, o músico demonstrou muita alegria em estar no Brasil. Além de Santos, ele ainda passará por várias cidades, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro. “É minha primeira vez no Brasil. Em 60 anos de carreira, nunca estive no Brasil. Acho que vocês não me queriam aqui”, disse aos risos. Falando sobre o pioneirismo do Skatalites, Larry tirou o peso de “pioneiro do gênero”. “Veio com o começo da indústria fonográfica… Vou ter que dizer, teve uma greve nas gravadoras nos Estados Unidos e nenhum disco estava sendo feito. Acredito que foi por volta desta época que as pessoas iam para os Estados Unidos, mas não conseguiam comprar discos por causa disso. Então, as gravadoras começaram a gravar artistas locais… e o resto como dizem é história”. Admiração de Larry McDonald pela música brasileira Admirador de bossa nova, Gilberto Gil e Gal Costa, Larry relembrou o dia em que gravou com Max Cavalera, em um álbum do Soulfly. “Fiz um álbum de metal com o Max Cavalera, do Soulfly. Eu o conheci em um festival de reggae. Ele disse que quando voltássemos aos Estados Unidos, ele queria fazer alguma coisa comigo. E ficamos uma semana para gravar isso”. Para Larry, os movimentos subsequentes ao ska raiz, dos anos 1960, na Jamaica, são muito bons, tais como as bandas da 2Tone ou a terceira onda do ska. E não trata a situação com purismo quando vê bandas misturarem o gênero com punk e hardcore, por exemplo. “Para outras pessoas é fácil pegar o ska e colocá-lo em uma música “pesada”. É bem natural, como se sentisse em casa, porque nós sempre fazemos nossas coisas e distorcemos um pouco das nossas inspirações”. Confira a programação musical completa da Virada SP, em Santos Palco Mauá – Praça Mauá s/nº, Centro Sábado (22) 18h – Planet Hemp 20h30 – Supla 23h – Zimbra 1h30 – Ana Cañas canta Belchior Domingo (23) 12h – Mike Love 13h – Andrew Tosh 15h30 – Skatalites 18h – Baile do Simonal + Paula Lima
Entrevista | Kokoroko – “Nosso crescimento vem das pessoas”

A banda britânica Kokoroko, atração do Sesc Jazz, que rola neste sábado (22) e domingo (23), no Sesc Pompéia, em São Paulo, conversou com o Blog n’ Roll sobre a origem do grupo, as influências do afrobeat e jazz, além da ligação com a música brasileira. Os interessados em curtir essas apresentações devem correr para garantir os últimos ingressos no site do Sesc. Os ingressos variam entre R$ 15 e R$ 50. Confira abaixo nossa conversa com Sheila Maurice-Grey, responsável pelo trompete, flugelhorn e vocais e Ayo Salawu (bateria). A música que o Kokoroko faz é uma bela homenagem à terra natal de vocês. O que vocês querem que aqueles que não são da África Ocidental ou do Caribe saibam sobre a cultura de vocês? Sheila – É uma ótima pergunta, acredito que nunca tinham me perguntado isso. Eu acho que é importante para as pessoas se sentirem conectadas com nossas músicas, então independente do cenário que essa pessoa vem é importante que se conectem e entendam. Mesmo que não seja uma conexão cultural, seja uma conexão espiritual, as pessoas têm histórias muito lindas para nos contar sobre nossas músicas. Então além da cultura, da raça, acho que isso é muito bonito, muito grande, que conquistamos em nossa música. Ayo – Eu também penso, que além disso, muito da música negra rodou o mundo e inspirou muitas pessoas, e o fato de nossa músicas ter muita influência africana, a música que criamos tem muitos elementos de soul, jazz, funk, gospel, então sinto que alguém que ouça a música do Kokoroko, caso não tenha contato a música do oeste da áfrica, sentirá os elementos do jazz e se conectarem, ou outros desses elementos. Nossa música é uma fusão dessas influências, então sinto que há algo nisso para as pessoas se conectarem. Em tempos de TikTok, como manter a proposta de som original sem se render ao viral forçado? Ayo – Eu acho engraçado, pois eu pessoalmente não tenho TikTok, e como banda, mesmo o Instagram, só fomos mais ativos com o intuito de impulsionar o álbum e coisas assim. Mas fomos abençoados também que nosso crescimento vem das pessoas se conectando com a música, majoritariamente. Ainda não empenhamos muita energia em impulsionar nosso trabalho a ser mais mainstream no Instagram, queremos que as coisas aconteçam mais organicamente. Sheila – Acho que nunca foi parte de quem somos, nós nunca nos apoiamos neste lado da mídia social como ferramenta. E acredito que tudo que fizemos foi para ser uma verdadeira representação de nós, e não necessariamente fizemos algo para fazer parte do que está acontecendo, não que sejamos contra, mas só queremos ser nós mesmos e autênticos. Could We Be More, álbum de estreia de vocês, teve grande aceitação. Queria que você me falasse um pouco sobre o processo de produção. Como foi, onde gravaram? Ayo – O processo gravando o álbum foi uma longa, porém divertida, jornada, aprendemos muito. Eu acho que uma das coisas que foi crucial, claro que teve a pandemia e para muitas pessoas foi um infortúnio, mas para nós criadores foi uma oportunidade de desacelerar, e ser presente, e capaz de viver no mesmo espaço que você escreve e grava, sendo caseiro. Coisas assim nos deixam presentes e muito focados no lado criativo das coisas. Uma das coisas boas que veio da pandemia para nós foi o tempo, que nos permitiu ficar mais focados. Nosso produtor também foi um cara que conseguimos nos conectar bem, e ele foi uma grande influência no nosso som, e também nosso engenheiro. Sheila – Nós gravamos no estúdio que compramos, ficamos lá basicamente por um mês, dois meses. O que pesou na montagem do tracklist? Sheila – Nós queríamos contar uma história. Nós decidimos o título do álbum até terminar, uma coisa que ficou clara era que nós queríamos que fosse uma jornada, e queríamos que as pessoas seguissem nessa jornada através da história. Eu acho que isso foi muito importante na escolha da ordem das músicas, tivemos muitas ordens até chegar na última. E até assim eu não lembro, quando eu escuto penso “nossa, é desse jeito”. O que significa Kokoroko? E o que representa para vocês? Ayo – Kokoroko significa “seja forte”, e é uma palavra iorubá da Nigéria. Sheila – E também, dependendo da tradução, pode dizer “difícil de se quebrar”, e eu adoro isso. Eu acho que é muito relevante. Como o Kokoroko se posiciona na cena londrina, tendo em vista a fusão enorme de culturas que existe na cidade? Sheila – Eu acho que é tão relevante, quando você olha para Londres, você enxerga tantas culturas que se uniram. Algumas pessoas se prendem muito a suas culturas, mas quando se frequenta a escola, o mercado, você muitas culturas. E eu acho tão único, há poucos lugares assim no mundo, e Londres é um deles. Como está a expectativa para os shows no Brasil? Vocês se apresentam neste sábado e domingo em São Paulo. Ayo – Será incrível, esperamos muita energia e muita dança. Tivemos um pequeno gosto disso em 2018 quando viemos tocar aqui, e agora é bom estar de volta. As pessoas são livres para se expressarem, nós sempre nos doamos no palco e permitimos que juntem a nós, mesmo quando ficam apenas parados lá sem dançar, então estar em um lugar que entenda a cultura da dança será muito bom. Sinto que não será um show do Kokoro, todos farão parte dele. Vocês conhecem algo da música brasileira? Já ouviram nossos artistas? Sheila – Lembro de música ótima. Conhecemos a Liniker, vamos encontrar ela, a Luedji Luna, que também conheci na última vez, o Jonathan Ferr. Ayo – Eu conheci um pouco também na última, não recordo o nome, mas era um grande produtor, com um guitarrista e um baixista, e fui até conhecer no Instagram, a música era muito boa, eles foram para o show também. A cultura musical aqui é muito boa. Muito se fala sobre a ligação de vocês com
Entrevista | IRA! – “Meu lugar é em cima do palco tocando IRA!”

Entrevista | Gavin James – “Acabou de terminar o namoro, escreva uma música”
