Backengrillen: membros do Refused anunciam banda de “death jazz”

Os suecos do Refused estão encerrando as atividades em 2025, mas três integrantes da banda de hardcore já estão trabalhando em outro projeto. Backengrillen é um novo grupo formado pelo vocalista Dennis Lyxzén, o baixista Magnus Flagge e o baterista David Sandström ao lado do saxofonista Mats Gustafsson. O álbum de estreia autointitulado já foi anunciado e está previsto para ser lançado em 23 de janeiro pela Svart Records. O material composto por somente cinco faixas promete se inspirar na improvisação do free jazz para criar um “punk experimental” ou um “doom jazz”. Em uma nota sobre o trabalho, o Backengrillen descreve o próprio som como “um hino ao caos e à destruição”. Além disso, eles já se posicionam como uma banda “antifascista, antirracista de free form death-jazz em memória de Lars Lystedt (trombonista de jazz sueco)”. Influência de Little Richard e doom metal no som do Backengrillen O Backengrillen gravou todo o álbum de estreia em apenas três dias, gerando o que eles definem como “música crua, estúpida e instintiva”. Segundo a banda, o material traz influências que vão de The Cramps, Little Richard, Misfits e Can a músicos de jazz como Albert Ayler e John Zorn. O curioso grupo também divulgou o primeiro single: “A Hate Inferior”. A faixa com 10 minutos de duração reflete bem a proposta do projeto de “pegar um riff de death/doom metal ou noiserock e tocá-lo até que perca o sentido, depois desmantelar por completo”. Uma pequena curiosidade: o nome do álbum “The Shape of Punk to Come” do Refused foi inspirado em “The Shape of Jazz to Come” do músico de free jazz Ornette Coleman. Aparentemente, os músicos da banda sueca estão “voltando às origens” no novo projeto. Separe um tempo para ouvir “A Hate Inferior” do Backengrillen: Backengrillen de Backengrillen

The Damned anuncia álbum de covers em homenagem a Brian James

O The Damned agendou o lançamento de Not Like Everybody Else, seu novo álbum de estúdio, para 23 de janeiro de 2026. O material será uma homenagem ao guitarrista e fundador Brian James, falecido em março de 2025, trazendo versões de artistas que influenciaram o músico a tocar, compor e a fundar a lendária banda de punk rock. There’s a Ghost In My House, versão do clássico do cantor canadense R Dean Taylor, foi escolhido como o primeiro single do álbum. O som, lançado nesta quinta-feira (30), traz a energia e o charme sombrio do The Damned, assim como visto desde os primeiros trabalhos do grupo. A faixa também ganhou um clipe com imagens filmadas durante a recente turnê norte-americana do grupo. Gravação em cinco dias e a volta do baterista Rat Scabies Not Like Everybody Else foi gravado em apenas cinco dias no Revolver Studio, em Los Angeles, após a turnê do The Damned pela América do Sul – incluindo shows no Brasil – e EUA. O disco também marca o retorno do baterista Rat Scabies em um disco de estúdio com a banda após 40 anos. Além de There’s A Ghost In My House, o álbum contará com versões de See Emily Play do Pink Floyd, Gimme Danger do The Stooges e When I Was Young do The Animals. Ou seja, teremos várias covers de rock clássico adaptadas ao estilo “gothic punk”. O toque final de Not Like Everybody Else é dado pela faixa de encerramento This Could Be The Last Time dos Rolling Stones. O registro, gravado ao vivo em 29 de outubro de 2022, se tornou a última apresentação de Brian James com o The Damned. Confira a tracklist completa de Not Like Everybody Else do The Damned There’s a Ghost In My HouseSummer In The CityMaking TimeGimme DangerSee Emily PlayI’m Not Like Everybody ElseHeart Full Of SoulYou Must Be A WitchWhen I Was YoungThis Could Be The Last Time

Cacofonia escancara a fúria feminista contra o falso moralismo no EP “Eletrodoméstico”

A Cacofonia revelou seu primeiro EP para o mundo: Eletrodoméstico. O trio riot grrl de Joinville traz uma sonoridade inspirada em bandas brasileiras do mesmo gênero, como Bulimia e Charlotte Matou Um Cara. O material conta com apenas três faixas rápidas e diretas ao ponto, trazendo críticas ao patriarcado na sociedade. Algo bem curioso – e interessante – se considerar que é uma banda formada somente por mulheres em um dos estados mais conservadores do Brasil. Liberdade de Ódio e Autocracia Domiciliar são sons que deixam explícitos a fúria da luta feminista contra o falso moralismo. Já a faixa-título Eletrodoméstico fala diretamente do medo que alguns homens têm de perder seus “direitos”. A capa de Eletrodoméstico é outro destaque, remetendo a arte cheia de colagem do álbum Histórias de Sexo e Violência dos Replicantes. No entanto, aqui o foco é na hipersexualização e imposição de padrões irreais para as mulheres, com imagens de carne e armas cobrindo rostos e partes íntimas das modelos. Ouça Eletrodoméstico da Cacofonia

Hurry Up coloca no ar o vídeo de Sobre o Fim

A Hurry Up lançou nesta sexta-feira (2) o clipe de Sobre o Fim. Retirado do álbum Empatia (2019), o vídeo tem uma fotografia bem diferente trabalhando as cores vermelho e azul. Ao mesmo tempo, ele traz cenas da banda sendo filmada em um estúdio com imagens sobrepostas. De acordo com a banda, a produção do clipe foi 100% “do it yourself”. Por exemplo, os próprios integrantes filmaram uns aos outros durante os takes. A produção final por conta da Last Mosh Films. Em Sobre o Fim, como fica claro pelo título, a Hurry Up aborda o lado mais doloroso do encerramento de diversas fases na vida de uma pessoa:  “A música é sobre qualquer coisa que chega ao seu ponto final para uma das partes envolvidas. Seja um projeto ou uma relação”, explica o guitarrista e vocalista Lucas Arissa. “Ela é a anunciação disso como um direito individual de ‘sentir-se mais’ ou ‘não sentir um pouco’ como fala nos refrões”. Confira o clipe de Sobre o Fim da Hurry Up:

Refused apresenta a agressiva Blood Red

O Refused continua vivo. A banda sueca anunciou recentemente o lançamento do álbum War Music e nesta sexta-feira (2) revelou o single completo de Blood Red. Sem dúvidas, a agressividade sonora dos primeiros anos parece estar de volta. De acordo com a banda, eles sentiram falta de uma energia a mais nas apresentações da turnê do seu último álbum, Freedom (2015). Então, durante uma jam na passagem de som de um dos shows, surgiu o riff de Blood Red. E, como consequência, a vontade de criar um álbum mais enérgico para eles e para os fãs. Em relação ao álbum War Music, o Refused retorna às suas raízes políticas com um discurso anticapitalista. Pelo menos é o que a banda transparece no discurso sobre a nova fase da carreira. Desta maneira, eles defendem uma democracia direta e distribuição igualitária de recursos. “Nós acreditamos no ditado marxista ‘De cada um de acordo com a capacidade, para cada um de acordo com a necessidade’. Isso está no nosso pé de apoio, nas nossas costas encostadas na parede e cercados de inimigos”, destaca a mensagem no Instagram. Vale lembrar que War Music não será o único lançamento do Refused nos próximos meses. Os suecos foram convidados para participar da trilha sonora do jogo Cyberpunk 2077 e vão dar vida a banda fictícia Samurai. Saiba mais clicando aqui. Refused: um breve guia O Refused surgiu no começo de 1991 em Umea, cidade no nordeste da Suécia. Inspirados pelo punk rock e hardcore combinados por diversas pautas políticas, o grupo lançou os álbuns This Just Might Be the Truth em 1994 e Songs to Fan the Flames of Discontent em 1996. No seu segundo trabalho, o grupo utilizou um fanzine dentro do encarte para explicar e propagar suas ideias políticas. Ao mesmo tempo, a banda parecia se encaminhar para o som próximo ao “metallic hardcore”, uma fusão do metal extremo com o hardcore. No entanto, isso mudaria em breve. The Shape of Punk to Come Em 1998, o Refused lançou o seu mais famoso álbum: The Shape of Punk to Come. Com 12 faixas, a banda incorporou ao seu som elementos de música eletrônica, jazz e música ambiente. Além de incluir diversos samples de cenas de filmes como Apocalypse Now (1979) e álbuns de jazz e r&b dos anos 1950. Na realidade, a intenção era desafiar e quebrar os próprios paradigmas do punk rock. Curiosamente, na época do seu lançamento, o álbum foi um fracasso comercial e de crítica. Muitos fãs e críticos não conseguiram acompanhar a evolução musical da banda. Para complicar mais, a turnê de divulgação do álbum foi bastante conturbada. Por exemplo, metades das datas foram canceladas no meio da viagem pelos Estados Unidos e a última apresentação foi interrompida pela polícia após quatro músicas.  Então, o Refused decidiu encerrar sua carreira. Intitulada Refused Are Fucking Dead, uma carta aberta divulgada no site da gravadora sueca Burning Heart expôs diversos problemas internos. Principalmente, os constantes conflitos entre o vocalista Dennis Lyxzén e o resto dos músicos da banda. Refused Are Fucking Dead Surpreendentemente, um ano após do lançamento de The Shape of Punk to Come e o fim do Refused, o número de vendas do álbum cresceu. Ao mesmo tempo, diversos artistas passaram a reverenciar o trabalho e citar a banda como influência. Em 1998, Dennis Lyxzén criou o The (International) Noise Conspiracy. A banda conquistou um relativo sucesso comercial, com uma sonoridade mais pop e singles com títulos provocadores como Capitalism Stole My Virginity. No entanto, muitos críticos ainda o citavam como “a banda do ex-vocalista do Refused”. Ao longo do início dos anos 2000, os membros da banda se dedicavam a outros projetos como TEXT, Final Exit e AC4. Em 2010, surgiram rumores da possível volta da banda por conta do relançamento de The Shape of Punk to Come e a estreia do documentário Refused Are Fucking Dead. Porém, a reunião foi negada por Dennis. Freedom O que era um sonho distante se tornou verdade apenas em 2012. O Refused retornou às atividades e participou de uma série de grandes festivais. Por exemplo, eles foram headliner do Groezrock na Bélgica e esteve no lineup do Coachella Festival e Download Festival. Pouco depois das apresentações daquele ano, a banda deixou claro que foi apenas uma reunião pontual. Porém, em 2014 a banda se reuniu novamente para participar de outros grandes festivais europeus e americanos. Então, logo os rumores de um novo álbum começaram a vir à tona. Assim, o Refused anunciou o álbum de inéditas Freedom em 2015. Apesar de não ter o mesmo peso sonoro do clássico The Shape of Punk to Come, o material se destaca por abordar temas políticos como a violenta colonização francesa do Congo (Françafrique). Sem dúvidas, os dois últimos álbuns são fundamentais para compreender a importância do Refused para a música. Seja em aspectos musicais ou políticos. Então, convido você a apreciar essas duas pérolas do rock sueco.