Entrevista | Suricato – “Às vezes, a gente quer fazer um trabalho sozinho, às vezes mais coletivo”

A banda Suricato volta à ativa depois de cinco anos com nova formação e com uma programação semanal de lançamentos com vídeos e músicas. O artista Rodrigo Suricato, em entrevista ao Blog n’ Roll, contou um pouco sobre as novidades e sua expectativa. Ele também falou que está em turnê com o Barão Vermelho em comemoração aos 40 anos da banda. Além do carioca Rodrigo (voz, guitarra e violão), a banda Suricato é composta por Carol Mathias (teclado e voz), Martha V (synth, voz, violão e guitarra), Marfa (baixo), além de Diogo Gameiro (bateria), cofundador da banda. Dessa vez, a banda se inspirou nos ensaios para criar clipes, e a partir deles, surgiu o EP Sessions. Sob direção de Matheus Sodré, os vídeos trazem ares de jovialidade, com o frescor que a banda busca para as novas criações, segundo Rodrigo. Os quatro EPs de Sessions chegam às plataformas digitais em quatro etapas, com o total de 16 músicas, entre regravações de sucessos autorais e novidades, tudo registrado durante os ensaios. Nesta quarta-feira (19), foi lançado o primeiro vídeo, da faixa Astronauta. Toda quarta-feira, às 20h, haverá um lançamento no canal do YouTube. Confira a entrevista exclusiva com Rodrigo Suricato Como surgiu a ideia de retomar o projeto Suricato com uma cara nova, que também dá voz às mulheres na música? O meu projeto, o Suricato, obedece um pouco ao que acredito que seja a lei da vida. Às vezes, a gente quer fazer um trabalho sozinho, às vezes a gente quer fazer trabalhos mais coletivos. Muitas bandas acabam às vezes porque o líder da banda, o criativo da banda, se sente obrigado a criar com aquelas pessoas pro resto da vida, e ele precisa de um espaço só dele. Se você for ver um documentário de banda, é basicamente um spoiler de todas. Eu passei um tempo cuidando do meu trabalho sozinho depois de ter passado por um desgaste muito grande coletivo com a formação do holofote no meu projeto Suricato. Muitas pessoas passaram por isso, e quando teve o holofote da Suricato, ela já existia há cinco anos. E agora me sinto mais preparado para poder estar coletivamente, trazer pessoas para perto de mim das quais eu tenho uma enorme alegria de estar junto. Sobre a questão das mulheres, é engraçado falar disso, porque isso não deveria ser uma novidade, para a gente ver como está atrasado e errado, e o que eu tento fazer no projeto Suricato, é trazer a verdade do que acontece na minha vida. Eu sempre me dei melhor com mulheres do que com homens. A troca com mulheres, que são sempre menos apressadas, a mulher não se comunica apenas na linguagem verbal, ela não quer só escutar o que você está falando, ela quer sentir o que você está falando, tem um sentido de amplitude que ajuda muito a gente que trabalha com criação de estarmos juntos, e são pessoas que eu tenho um enorme carinho, e a gente se dá super bem juntos. Quais foram as influências femininas para essa retomada da banda? Nesse projeto, a influência feminina são as próprias mulheres que estão na banda. Eu tive o cuidado de chamar artistas, e não só instrumentistas. Existe uma diferença, porque o instrumentista está ali disponível para tocar o que precisa ser tocado. Quando você chama uma artista, ela vai fazer isso também, mas ela se coloca, ela entende o que são os seus sapatos de líder do projeto, e ela consegue se comunicar de uma forma mais criativa e descolada tanto nos instrumentos quanto verbalmente, estamos juntos. Como foi o processo criativo para criar os clipes e lançar junto com as músicas? Eu quis documentar o processo dos ensaios, e quis fazer o processo inverso dessa vez. Normalmente você vê discos desencadeando clipes, e eu quis fazer clipes desencadeando o áudio. Então, eu queria que realmente fosse captada a atmosfera da banda. A minha grande necessidade, era documentar a gente ensaiando o repertório da banda Suricato com algumas releituras. Então, eu queria já fazer os arranjos numa pegada de show, eu acredito que seja uma banda muito boa para festivais, eu queria muito entrar nos festivais antes de lançar um próximo disco. Primeiro, a gente se conhece e depois tem um filho. Estar junto, curtir, aproveitar a companhia um do outro e documentar o passo a passo desse processo, é um casamento sendo celebrado entre uma banda, e depois só Deus sabe. É importante ter essa produção audiovisual para ajudar a ‘dar uma cara’ para o projeto? É exatamente isso. Eu não tenho a linguagem visual de fábrica, eu tive que desenvolver isso mais, e me aliar a pessoas que fazem isso melhor que eu. Então eu chamei um diretor jovem aqui do Rio de Janeiro, chamado Matheus Sodré, para integrar o time e poder ajudar a traduzir essa banda, essa linguagem toda com um visual um pouco mais jovem, dar um refresh na nossa imagem. E é fundamental ter isso. Os vídeos estão super bonitos esteticamente, e a gente consegue ainda assim exprimir uma certa informalidade, talvez você se sinta ali dentro do estúdio com a gente. Na pandemia, você chegou a fazer alguns lançamentos em 2020. Foi um período de bloqueio criativo para muitos artistas, mas você sentiu necessidade de ser produtivo nesse tempo? Na pandemia, os relógios se igualam, não adianta correr. Isso tirou uma pressão minha para tentar lançar coisas que tinham que performar muito bem nas plataformas, porque, às vezes, é caro investir num projeto, gravar uma música, então eu pude ser mais experimental, gravar o que der na telha. Normalmente, a gente sempre maximiza nossas intenções o tempo todo, e eu estava sufocado com isso, eu não tenho ambição de que um determinado projeto estoure. A consequência do que eu faço não é ser famoso, ter um milhão de streams. A consequência é fazer, chegar até o final do processo estando condizente comigo. Então, acho que a pandemia tirou um pouco essa pressa. Vamos arrebentar,

Fã de Charlie Brown Jr. remasteriza Acústico MTV em 4k; confira!

O publicitário santista Matheus Ramos Dias, um fã assumido da banda Charlie Brown Jr., transformou a admiração pela banda em ação, e ‘remasterizou’ os clipes do clássico show ao vivo Acústico MTV, de 2003, e disponibilizou os clipes em alta qualidade no YouTube, gratuitamente. Ao divulgar o resultado do trabalho nas redes sociais, o post viralizou. No Twitter, Matheus já contabiliza mais de 24 mil curtidas, além de 6 mil retweets, e o número de visualizações do post passou de 2 milhões. Já no canal do YouTube, foram 165 mil visualizações no total. O Acústico MTV foi o primeiro álbum ao vivo da banda Charlie Brown Jr, lançado em 2003 em CD e DVD, e faz parte de uma série de shows acústicos da MTV Brasil. No país, o álbum vendeu mais de 250 mil cópias, sendo certificado com Disco de Platina pela ABPD. Matheus conta que a ideia de publicar os vídeos gratuitamente para os fãs e em qualidade 4K surgiu após ele conhecer a técnica, usada por estrangeiros em clipes internacionais, em outros canais do YouTube. “Quando vi que um fã americano conseguiu remasterizar o clipe de Never Gonna Give You Up, do Rick Astley, em altíssima qualidade (4K 60FPS), fui atrás dele para entender qual software e técnicas foram utilizados, já planejando utilizar no meu DVD preferido de todos os tempos, que infelizmente só estava disponível em uma qualidade péssima, e assim realizando um grande sonho pessoal”, explica. 🚨 ATENÇÃO 🚨 Depois de 1 semana e 110GB de renders (e um strike no YouTube), finalmente CONSEGUI disponibilizar todo o Acústico MTV do Charlie Brown Jr. remasterizado em 4K 60FPS. Tá separado faixa a faixa pra quem quiser ouvir uma só. APROVEITEM ❤️https://t.co/xjRXXj4xu0 pic.twitter.com/BdjWeEDgay — Matheus (@matheusdevdd) December 30, 2021 O publicitário conta que não deu muito trabalho para fazer a remasterização, mas foram meses de dedicação até chegar no resultado perfeito. “Trabalho em si, foi pouco. Mas foram meses até conseguir executar o processo como queria. Para se ter noção, eu consegui o DVD original em fevereiro de 2021 e na época precisei de 18 horas apenas para fazer quatro minutos de vídeo – o trecho de Só Por Uma Noite. Então, quando meu irmão comprou peças novas para o computador já em dezembro, consegui processar o Acústico MTV inteiro, de pouco mais de 1h, em apenas 24 horas”. Depois de conseguir a gravação original, para garantir a melhor qualidade possível, o publicitário usou um software que combina diversos presets de inteligência artificial para cada tipo de vídeo, seja ele progressivo, entrelaçado ou analógico. “Não sou nenhum especialista no assunto, mas o software tornou tudo extremamente fácil – e isso faz jus ao valor dele, de 200 dólares.” Como fã, Matheus diz que se sente realizado em poder trazer alegria para outros fãs, no Brasil e no mundo, através dos vídeos, agora em alta qualidade, e disponíveis em uma plataforma gratuita e acessível. “De todas as coisas que já fiz na internet, essa foi a que teve a recepção mais inesperada e positiva de todas. Parece que os fãs, desanimados pelas polêmicas que vêm acontecendo envolvendo a banda, tiveram um pequeno momento para deixar isso para trás e lembrar os bons tempos de Chorão e Champignon”, conta. Marcão, um dos guitarristas e fundadores do Charlie Brown Jr., também compartilhou a iniciativa de Matheus nas redes sociais, feliz com o resultado. Agora, o publicitário não pretende parar. Depois de remasterizar o show Acústico MTV da banda Charlie Brown Jr., a ideia é continuar publicando vídeos em alta qualidade de outros shows antigos. “Já comecei a trabalhar no Acústico MTV da Cássia Eller, que é ainda mais antigo que o do Charlie Brown Jr. e que a qualidade está ainda mais prejudicada. Já me pediram para fazer remasterização de diversos shows, de Marcelo D2 a Rebelde, mas ultimamente recebo muitas mensagens das pessoas tentando comprar o DVD completo comigo”, conta. Na primeira tentativa, ao tentar publicar no YouTube o show completo, o vídeo foi barrado. Já os vídeos com as faixas separadas, foram aceitos pela plataforma. “Já recebi umas três ofertas de PIX, mas não vou e nem posso aceitar. Não sou camelô, e nem quero receber processo, e estou totalmente disposto a repassar o DVD na íntegra para a banda disponibilizar no canal oficial, sem cobrar nada por isso”, finaliza o fã. Para conferir os vídeos, acesse canal do YouTube clicando aqui.

Xandra Joplin morre aos 56 anos, em Santos

A cantora Xandra Joplin morreu aos 56 anos, em Santos, vítima de um câncer, nesta terça-feira (31). A artista ficou conhecida por fazer cover da cantora Janis Joplin, e por copiar seu visual. Ela era uma das artistas independentes mais conhecidas da região, e participou de programas de televisão e ganhou prêmios ao longo da carreira. Xandra foi diagnosticada com um câncer de colo de útero em 2020, e fazia quimioterapia para tratar a doença. Aliás, nas redes sociais, amigos chegaram a criar uma vaquinha virtual para ajudar a cantora a arcar com as despesas de seu tratamento. Contudo, da meta de R$ 15 mil, foram arrecadados cerca de R$ 13 mil. Despedida Pelas redes sociais, fãs, colegas e amigos prestaram homenagens a Xandra. O também músico Ismael Bastos, disse: “Estivemos juntos entre o final do ano de 2009 e setembro de 2012. Nesse tempo em que ficamos juntos, aconteceram coisas muito marcantes na minha vida. Ela me fez virar guitarrista de sua banda. Tivemos um projeto acústico que foi uma das coisas mais divertidas que eu já fiz em termos de música. Gravamos duas músicas minhas em um estúdio, onde essas músicas com a voz dela, deu aquele colorido que ela sabia muito bem dar”, publicou nas redes sociais. “Antes dela descobrir o câncer, ela não estava fazendo shows por causa da pandemia, o que dificultou sua vida financeira. Triste saber que se foi. Não só pelo talento que tinha, mas também pela criança que tinha dentro dela”, emocionou-se. O músico Luciano Albano também prestou sua homenagem a cantora nas redes sociais: “Convivi pouco com ela, mas o suficiente para admirar ainda mais seu talento gigantesco. Xandrinha nos contagiava com sua voz, com seu timbre, carisma, alegria. Respirava rock, nos surpreendia com suas performances inebriantes. Mas o que mais me chamava atenção era seu sorriso fácil, sincero. Vai deixar muita saudade. Mas as lembranças sempre estarão vivas.” O velório acontece na manhã de quarta-feira (1º), na Santa Casa de Santos, e o sepultamento será no Cemitério do Saboó. Carreira de Xandra Joplin Xandra Joplin começou a cantar com a banda The Wiser, mas logo passou a ser comparada com Janis Joplin. A banda terminou e, desde então, ela se dedicava a fazer cover da americana, ícone do rock dos anos 60. Xandra foi premiada em concursos de covers, e deu diversas entrevistas para a televisão.