Circuito Nova Música, Novos Caminhos 04: shows gratuitos e inéditos em São Paulo e interior

O Circuito Nova Música, Novos Caminhos chega à sua quarta edição entre 9 e 12 de outubro, conectando artistas, público e espaços independentes em uma rota que parte de São Paulo rumo ao interior do estado. A travessia sonora passará por Sorocaba, Americana e Campinas, reunindo atrações nacionais e locais em uma série de shows, encontros e experiências de música ao vivo. Entre os nomes confirmados estão Pelados, Nina Maia feat. Francisca Barreto e Chococorn and the Sugarcanes, além de bandas convidadas de cada cidade. A estreia da edição #4 acontece no dia 9/10 no Cineclube Cortina, em São Paulo, com o duo de hip-hop Kim & Dramma. Em Sorocaba, no dia 10/10, o Asteroid Bar recebe o rock alternativo do Pobre Orfeu, banda local que abre a noite. Já em Americana, no Espaço GNU, a Lighthouse dá início à programação no dia 11/10. O encerramento acontece em Campinas, no Tetriz Pub, no dia 12/10, com a banda local Paralelo ao Fim, conhecida pelo rock/emo e prestes a lançar seu disco de estreia pelo selo Downstage. “O Circuito Nova Música, Novos Caminhos foi concebido com o desafio de ser referência em curadoria de novos artistas e estamos muito felizes de fortalecer a cada edição essa imagem diante do público. Seguimos com o desafio contínuo de expandir para novos públicos e destinos, além de dar visibilidade a todos os artistas que passam pelos nossos palcos”, destaca José Guilherme Padovani, co-idealizador do projeto. Uma novidade desta edição é o lote grátis, sujeito à lotação, recomendando-se retirada antecipada. A lista de entrada gratuita inclui pessoas trans e não binárias, enquanto os demais ingressos têm preço acessível, reforçando o caráter inclusivo do evento. O circuito, que já se consolidou como selo reconhecido no mercado da música independente, segundo o curador Lúcio Ribeiro, busca sempre apresentar artistas com sonoridade própria e distante da mesmice. “Com esta edição, vamos aumentar ainda mais nossa barra de exigência. O Circuito tende a crescer cada vez mais, dando chances de realizarmos tudo o que planejamos com ele”, afirma Ribeiro. A identidade visual do Circuito #4 também é destaque, criada por André Faria, managing director da Evil Twin Music. Publicitário premiado com 42 Leões de Cannes, André acumula experiência de duas décadas no mercado e também atua como músico, tendo se apresentado em festivais como Primavera Sound e abrindo shows para Radiohead e Flying Lotus em São Paulo. O Circuito Nova Música, Novos Caminhos segue como uma plataforma itinerante que fortalece a música independente no estado de São Paulo, conectando artistas emergentes, público e espaços culturais de forma inédita a cada edição. ServiçoCircuito Nova Música, Novos Caminhos #4 Ingressos: primeiro lote gratuito (sujeito à lotação), lista gratuita para pessoas trans e não binárias. Demais lotes com preço acessível. Patrocínio Heineken.

Scream Invasion: Tudo o que você precisa saber sobre o novo festival Emo do Brasil

O Scream Invasion está prestes a invadir São Paulo com uma explosão de energia e nostalgia. Marcado para o dia 2 de novembro de 2025, no Vibra São Paulo, o festival promete reunir os maiores nomes do emo, screamo, post-hardcore e metalcore em uma noite inesquecível. O evento promete ser mais do que um simples festival. Será uma celebração da cena emo e alternativa que marcou gerações. Com um line-up que atravessa décadas de história é uma oportunidade única para reviver clássicos e descobrir novas músicas que continuarão a ecoar nos corações dos fãs. O Blog N’ Roll preparou um guia com apresentando o atual momento de cada banda e também os prováveis setlists que eles irão tocar, com base em seus últimos shows. Black Veil Brides O Black Veil Brides é o headliner e grande estrela do Scream Invasion. A banda, liderada por Andy Biersack, está prestes a lançar seu novo álbum, que já está totalmente mixado e em processo de masterização. Andy compartilhou que este trabalho representa uma expressão mais autêntica e pessoal, comparável ao seu primeiro álbum solo. Recentemente, eles lançaram o single “Hallelujah”, que tem sido bem recebido pelos fãs e críticos. Além disso, o grupo se apresentou no Vans Warped Tour e está atualmente em turnê pela América do Norte. Possível Setlist:Knives and PensBleedersTorchFaithlessCoffinHallelujahDevilThe LegacyPerfect WeaponI Am BulletproofIn The End Underoath Em março deste ano, o Underoath lançou seu décimo álbum de estúdio, The Place After This One (leia o review), que apresenta uma sonoridade mais industrial e experimental, mantendo sua essência metalcore. O álbum foi bem recebido pela crítica, sendo descrito como ambicioso e inovador. A banda também está em uma turnê de destaque pela América do Norte como banda de abertura para o Papa Roach e Rise Against. Possível Setlist: LossIn Regards to MyselfBreathing In A New MentalityShameIt’s Dangerous Business Walking Out Your Front DoorAll The Love Is GoneReinventing Your ExitHallelujahDown, Set, GoVulturesA Boy Brushed Red Living In Black And WhiteGeneration No SurrenderWriting On The Walls Silverstein O Silverstein lançou recentemente o álbum Pink Moon, que é a segunda parte de seu ambicioso projeto de dois álbuns, iniciado com Antibloom. O álbum foi gravado no deserto de Joshua Tree e apresenta uma sonoridade mais introspectiva e emocional, com colaborações de artistas como Cassadee Pope e Rory Rodriguez. Possível Setlist Skin & BonesConfessionInfiniteBad HabitsThe AfterglowA Midwestern State of EmergencyMassachusettsOne Last DanceVicesMy HeroineSmile in Your SleepSmashed into Pieces Senses Fail O Senses Fail lançou recentemente o álbum Hell is in Your Head, que apresenta uma mistura de post-hardcore e elementos eletrônicos. A banda também anunciou a turnê “Scream Team Tour” com o Story of the Year, que passará por diversas cidades dos Estados Unidos. Os fãs podem esperar uma performance energética e emocional, sem deixar de lado os clássicos e clima de nostalgia. Possível Setlist Rum Is for Drinking, Not for BurningCalling All CarsLady in a Blue DressBuried a LieWolves at the DoorYou’re Cute When You ScreamSick or Sane (Fifty for a Twenty)Shark AttackDeath by WaterBloody RomanceCan’t Be SavedBite to Break Skin I Set My Friends on Fire A banda anunciou recentemente o lançamento de uma nova música chamada “Demise”, disponível gratuitamente para os fãs no Discord oficial da banda. Além disso, eles se apresentaram no tradicional Sonic Temple Festival em maio. Para quem não conhece ainda, eles foram um dos queridinhos do cast da Epitaph misturando influências de metalcore e música eletrônica, trazendo uma identidade única. Ultimamente eles têm tocado músicas do seu álbum de estreia You Can’t Spell Slaughter Without Laughter. Possível Setlist Ravenous, Ravenous RhinosReese’s Pieces, I Don’t Know Who John Cleese Is?Beauty Is In The Eyes Of The BeerholderASLSex Ed RocksWTFWJDBut The NUNS Are WatchingHxC 2-StepCrank ThatThings That Rhyme With Orange Serviço 🎤 Festival: Scream Invasion📅 Data: Domingo, 2 de novembro de 2025🕓 Horário: Abertura dos portões às 16h📍 Local: Vibra São PauloAv. das Nações Unidas, 17955 – Vila Almeida, São Paulo, SP 🎟️ Ingressos: Venda presencial na Loja Estrondo, localizada na Galeria do Rock Venda online pelo Pixelticket

Entrevistas | Supercombo, Jovem Dionísio e Terno Rei nos bastidores do Aurora Sounds

O festival Aurora Sounds trouxe boa parte dos nomes do cenário indie e alternativo para a cidade de Santos no último sábado, 4 de outubro, no Arena Club. Antes, o evento passou por São José dos Campos, no Palácio Sunset, dia 03 de agosto. O line-up esteve centrado em cinco bandas que já vinham gerando movimento nas redes e nas rádios independentes: Hibalta, banda da casa, O Grilo, Jovem Dionísio, Supercombo e Terno Rei. Cada uma entregou seu repertório com personalidade, e, apesar de ser um festival, o público saiu com a sensação que os shows foram com apresentações bem completas e estruturadas. Em entrevista ao Blog N’ Roll, os headliners do Aurora Sounds Supercombo, Jovem Dionísio e Terno Rei falaram sobre a carreira e os planos para o futuro. Jovem Dionísio Vi que vocês vão lançar um novo álbum e já tem um single rolando. Qual é a expectativa para os fãs com esse trabalho? Bernardo Pasquali – Então, esse último single que a gente lançou ainda não faz parte do disco, na verdade. Ele dá uma ideia do que a gente está fazendo, mas o disco mesmo a gente começou a trabalhar de verdade no mês passado. Então, ele tem um som mais próprio, diferente desse single. Eu acho que são as melhores músicas que a gente já fez até agora. Mesmo nessa fase inicial do processo, já dá pra ver que vai ser muito bom, sabe? Não sei dizer exatamente o que ele remete Bernardo Hey – Acho que gente está curtindo o momento. O que a gente está gostando agora é o que está guiando o som. O tempo vai passando, a gente vai mudando o que ouve, o que quer experimentar. Então, do primeiro pro segundo e agora pro terceiro disco, parece que teve uma mudança maior mesmo. E vocês acabaram estourando nas redes sociais, especialmente com o TikTok. Qual foi o grande desafio de sair desse estigma de “a banda que viralizou com um refrão” para se firmar como um nome de peso em festivais e grandes eventos? Bernardo Pasquali – Cara, acho que a gente simplesmente seguiu fazendo o que sabe fazer, que é música. Todos esses acontecimentos no TikTok e no Instagram foram coisas que aconteceram de forma orgânica. A música que usaram era nossa, mas nenhum movimento foi criado por nós. Então, a gente se manteve focado no nosso trabalho, no ofício de criar música. A banda começou com esse princípio, e quando tudo isso aconteceu, a gente colocou a cabeça no lugar e pensou: “vamos seguir fazendo mais música pra frente”. Supercombo O primeiro show da turnê “Caranguejo” aconteceu aqui. Acabei de ver o show, mas que spoilers vocês podem dar para o público que vai acompanhar o restante da turnê pelo Brasil? Leo Ramos – Olha, primeiro que vai ter mais música do disco novo ao vivo em relação a esse show. Segundo que a gente está montando umas coisas a mais para ter nos outros shows, porque esse foi um show meio que de festival. Então é o show da turnê nova, porém um pouquinho menor. O nosso show mesmo, que são só nossos shows, que não é dentro de festival, é um pouquinho maior. Eu estou falando muita doideira porque estou depois do show. Famoso louco de show. Famoso louco de show, é isso. Mas é isso, não sei se deu pra entender. Vocês tocaram hoje músicas muito pessoais para você, como “Alento” (feito para a filha) e “Testa” (homenagem póstuma à mãe). Como foi a recepção do público e o sentimento de ver a galera cantando essas faixas ao vivo? Leo Ramos – Cara, foi emocionante demais, eu não sei nem como é que eu consegui terminar a música ali. Principalmente Testa, foi bem emocionante sim. Mas cara, foi muito massa e gratificante ver a galera cantando essa música especialmente para mim. Terno Rei São 15 anos de banda, mas os últimos anos de vocês foram intensos: Lollapalooza, abertura para o Smashing Pumpkins, participações com Lô Borges e Samuel Rosa. Qual foi o momento mais marcante desse período pra vocês? Ale Sater – Ah, eu acho que o lance de tocar no Lolla duas vezes foi muito legal, porque os dois shows deram muito certo. Mas eu também diria que, quando a gente fez a session com o Samuel Rosa, naquele momento da pandemia, foi algo muito especial. A gente estava muito restrito, sem fazer nada por um bom tempo, então foi um momento que deu um gás, de conhecer ele, fazer uma entrevista e gravar junto. Foi irado, cara, um dos momentos mais legais da história da banda acho que foi essa session com o Samuel Rosa. Vocês têm uma forte referência anos 80, e o Brasil sempre teve uma cena marcante com bandas como Legião Urbana e Capital Inicial, que exploraram o pós-punk. Como é pra vocês encabeçarem hoje esse cenário de rock alternativo brasileiro? Bruno Paschoal – Pô, eu nunca tinha parado pra pensar nisso, mas agora que você falou, eu senti uma pressão. Mas eu fico feliz de ver o reconhecimento da galera, esse respeito e o reconhecimento do trabalho duro que a gente faz. A gente dá a vida por isso há mais de 15 anos, então é muito satisfatório chegar nesse lugar, saber que as pessoas estão ouvindo, prestando atenção e querendo falar com a gente. Tudo isso é super gratificante. Esperamos continuar por muitos anos ainda, se Deus quiser, nessa toada. E aproveitando a deixa, depois do novo álbum, já tem uma próxima parada? Greg Maya – Próxima parada é minha cama (risos).

Entrevista | Yo La Tengo – “Eu amo a cultura brasileira e quero conhecer coisas novas”

Após mais de uma década longe dos palcos brasileiros, o Yo La Tengo retorna ao país em novembro de 2025 para dois shows em São Paulo. O trio norte-americano se apresenta no Balaclava Fest no dia 9 de novembro, no Tokio Marine Hall, em sua formação elétrica, e faz no dia seguinte, 10 de novembro, um show acústico especial no Cine Joia. A passagem faz parte da nova fase da banda, que segue divulgando o elogiado álbum This Stupid World (2023). Com mais de 40 anos de carreira, o grupo formado por Ira Kaplan, Georgia Hubley e James McNew é uma das formações mais queridas e respeitadas do indie rock mundial. Sempre transitando entre o barulho experimental e a delicadeza melódica, o Yo La Tengo construiu uma discografia marcada pela liberdade criativa e pela constante reinvenção, mantendo sua essência mesmo após quase quatro décadas de estrada. Em entrevista ao Blog n’ Roll, o baixista James McNew falou sobre o reencontro com o público brasileiro, o processo artesanal do último álbum, a parceria com Jad Fair e a química de tocar ao lado de um casal que forma a base da banda desde 1984. Faz quase uma década desde a última vinda de vocês ao Brasil. O que os fãs podem esperar dos dois shows de novembro? Um deles será em um festival, então será um show elétrico, mais reduzido, com cerca de uma hora ou um pouco mais. O outro será apenas nós, tocando de forma mais calma, mas por muito mais tempo, com muito mais músicas. Eu nem sei exatamente o que esperar desse show, mas acho que os dois serão muito divertidos, cada um à sua maneira. E como você sente a conexão do público brasileiro com a música do Yo La Tengo? Eu me sinto ótimo em relação a isso. Eu amo a música e a cultura brasileira. Faz muito tempo desde que estivemos aí, e é um lugar muito especial para nós. Não conseguimos visitar com frequência, é difícil fazer isso acontecer. Então, quando finalmente conseguimos, ficamos realmente animados. Mal podemos esperar para voltar e reviver as experiências que tivemos, além de descobrir coisas novas também. O álbum This Stupid World recebeu uma ótima recepção da crítica. Como tem sido tocar essas músicas ao vivo? Tem sido muito divertido. Tocamos bastante esse repertório em turnês por vários lugares, mas ainda não na América do Sul. Então, agora é a hora de vir para cá. Esse é um álbum pós-pandemia. O processo de gravação foi diferente dos anteriores? Totalmente. Todos os nossos discos anteriores foram feitos em estúdios, com engenheiros e produtores brilhantes. Desta vez, fizemos tudo em um cômodo onde ensaiamos, só nós três. Cometemos muitos erros, aprendemos a resolver problemas e fomos muito criativos. Trabalhar em casa foi libertador e podíamos testar ideias o tempo que quiséssemos, sem pressão. Foi um processo muito divertido. O disco foi descrito como um dos mais intensos da carreira recente da banda. Vocês buscaram essa energia mais crua de propósito? Acho que foi apenas o que estávamos sentindo. Fizemos o disco sozinhos, sem produtores ou engenheiros externos, apenas nós três. Não tínhamos ninguém para nos dizer se algo era uma boa ideia, então seguimos nossos instintos. Como vocês equilibram faixas longas e atmosféricas com músicas mais curtas e agitadas dentro do mesmo álbum? Isso acontece naturalmente. É como expressar sentimentos. O ritmo de um álbum inteiro tem que fazer sentido emocionalmente. Gostamos muito de fazer as duas coisas. Como surgiu a parceria recente com Jad Fair que entrou recentemente no streaming? Essa não é uma música nova. Gravamos esse disco há uns 30 anos, foi uma das primeiras coisas que fizemos com o Jad. O selo com o qual o Jad trabalha perguntou se gostaríamos de relançar o disco que fizemos juntos em 1996, que estava fora de catálogo há muito tempo. Nós dissemos sim. Éramos grandes fãs dele e da banda dele. Quando ele nos convidou para gravar juntos, tudo foi improvisado. Não sabíamos nem o que ele estava cantando, só seguíamos quando ele dava o sinal. Essa experiência teve uma grande influência sobre nós, especialmente em relação à espontaneidade. Até hoje, quando escrevemos músicas novas, eu penso naquele processo e em como foi divertido. E recentemente foi lançado também o registro Live in New York nas plataformas. Como foi revisitar esse show acústico de 1992? Olha, na verdade, isso foi lançado sem que soubéssemos (risos). Falando em setlists, vocês costumam incluir covers de artistas como Neil Young e The Beach Boys. Como escolhem essas músicas? Nosso setlist muda a cada show. É sempre uma questão de espontaneidade, do que parece certo naquele momento. Tocar covers é divertido. Acho interessante o contexto de incluir uma música de outro artista em meio às nossas. Dá para aprender muito sobre a personalidade de uma banda pela escolha de um cover, tanto quanto pelas músicas próprias. Existe alguma música antiga que os fãs pedem muito, mas que vocês raramente tocam? Sim, há uma música de I Can Hear the Heart Beating as One, chamada The Lie. Nós a gravamos em 1997 e só a tocamos ao vivo pela primeira vez em 2024. E como é fazer parte de um trio em que os outros dois integrantes são casados? É ótimo, eu recomendo totalmente (risos). Você sempre sabe onde os outros dois estão. Isso torna as viagens bem práticas. E o melhor é que eu não preciso dividir o quarto com eles nas turnês. Não tenho do que reclamar. Deixe uma mensagem para os fãs brasileiros que estão ansiosos para o show. Brasil, ficamos muito tempo longe de vocês, e estamos realmente animados para voltar. Não vejo a hora.

Upchuck lança I’m Nice Now, punk cru que transforma raiva em música

O Upchuck lança I’m Nice Now, seu terceiro álbum, com uma explosão de punk cru e visceral que transforma raiva em força e resistência. Produzido por Ty Segall, o disco aborda temas urgentes como racismo, sexismo e lutas diárias, mantendo a energia crua que tornou a banda referência do cenário atual. O Blog’n’Roll entrevistou recentemente a banda e, no bate papo, a vocalista Kaila “KT” Thompson afirmou: “Nunca houve um momento em que eu não tivesse raiva. Neste mundo de distrações constantes e estressores, é importante manter seu corpo e espírito sãos o suficiente para continuar nesta luta aparentemente interminável.” Essa raiva se traduz em músicas como Tired, faixa de abertura que soa como um grito coletivo contra injustiças, e Forgotten Token, escrita após a perda da irmã de KT, que aborda luto, racismo e desumanização: “Eu só sinto / Porque sou negra / Isso está empilhado / Em um armário perdido” O álbum também se destaca pela diversidade de vozes e idiomas, com o baterista Chris Salado assumindo os vocais em espanhol nas faixas Un Momento e Homenaje, trazendo uma perspectiva multicultural que amplia os limites do punk tradicional. “Para mim é natural. Meu pai e meu avô me ensinaram a tocar cumbia desde criança. Já toquei em banda de cumbia. Quando entro no estúdio, faço freestyle, vou gravando partes e guardo o que gosto. Punk e cumbia andam juntos”, confessa. A produção de Ty Segall mantém a intensidade das guitarras distorcidas e do baixo pulsante, equilibrando momentos de groove mais suaves em Slow Down e New Case com explosões sonoras em Nowhere, faixa que encerra o álbum com força e emoção. “Nós amamos o Ty. Gravamos no Sonic Ranch, em dez dias, e ele trouxe uma vibe muito boa. É um cara relaxado, que nos dá liberdade, mas também direciona em alguns pontos. Depois do último álbum com ele, foi natural voltar”, conta KT. I’m Nice Now, do Upchuck, é um manifesto sonoro de resistência e sobrevivência.

Horizons/West: Thrice mistura alt-rock e post-hardcore com maestria

Quatro anos após Horizons/East, o Thrice retorna com Horizons/West, um álbum que não apenas dá sequência ao trabalho anterior, mas também expande suas fronteiras sonoras. Enquanto Horizons/East explorava texturas atmosféricas e introspectivas, Horizons/West mergulha em uma sonoridade mais crua, com guitarras distorcidas e um flerte evidente com o alt-rock. O álbum abre com Blackout, uma faixa que mistura elementos de post-punk com uma energia cinematográfica, lembrando trilhas sonoras de filmes de ação. A guitarra de Teppei Teranishi, com riffs pesados e atmosferas densas, é um dos destaques. Faixas como Gnash e Vesper Light apresentam uma agressividade que remete aos primeiros trabalhos da banda, mas com uma maturidade sonora adquirida ao longo dos anos. Albatross surge como uma balada introspectiva, enquanto Undertow traz influências de Radiohead, com uma mistura de folk eletrônico e rock alternativo. O encerramento fica por conta de Unitive/West, uma faixa meditativa que, apesar de sua beleza, pode parecer um pouco anticlimática após os picos de intensidade anteriores. Em 2023, o Thrice revisitou seu clássico The Artist in the Ambulance, álbum que me apresentou a banda, regravando-o com novas interpretações e participações especiais. Essa releitura serviu como um exercício de reflexão sobre sua trajetória, preparando o terreno para a evolução sonora apresentada em Horizons/West. Com este álbum, o Thrice reafirma sua capacidade de se reinventar, mantendo sua essência enquanto explora novas sonoridades. Horizons/West é uma continuação natural de Horizons/East, mas com uma energia renovada e uma direção mais ousada.

AFI retorna aos anos 80 com Silver Bleeds the Black Sun

O AFI se reinventa mais uma vez com Silver Bleeds the Black Sun, mergulhando no post-punk e no gótico dos anos 80, com homenagens explícitas. Você pode se identificar com The Cure, Joy Division, Siouxsie and the Banshees, Bauhaus e Echo & The Bunnymen facilmente, porém tudo com a originalidade do AFI. O Baixo marcante, sintetizadores etéreos e elementos de bateria eletrônica criam uma atmosfera densa e cinematográfica, reafirmando a identidade da banda em seu novo álbum. Entre as faixas, Ash Speck in a Green Eye merece destaque. Com uma batida surpreendentemente animada e quase dançante, ela contrasta com a poesia sombria de Davey Havok, que canta versos como “I’m an ash that burns in beauty’s fire and I fall upon its fragile knife”. A música equilibra energia e melancolia, lembrando Blaqk Audio (projeto eletrônico de Davey Havok e Jade Puget) em alguns momentos, e prova a habilidade do AFI em fundir letras profundas com arranjos eletrônicos sofisticados. É uma faixa que se destaca pelo lirismo e pelo groove envolvente, transformando o peso emocional em movimento quase hipnótico. Davey Havok brilha em todo o álbum, sua voz mais madura e imponente guia o ouvinte por camadas de guitarras, sintetizadores e baixo pulsante. Embora o álbum tenha momentos em que algumas músicas compartilham cadências semelhantes, a intensidade e o refinamento das performances fazem valer cada faixa. Silver Bleeds the Black Sun é uma carta de amor aos anos 80 e um convite para explorar a elegância sombria do AFI.

Lollapalooza 2026: guia com todas as bandas de rock separadas por dia

Entre os dias 20 e 22 de março, o Lollapalooza Brasil 2026 desembarca no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. O festival é conhecido pela diversidade de estilos, mas quem busca guitarras, distorções e atitude também tem muito o que aproveitar. Selecionamos abaixo as principais bandas de rock e suas vertentes em cada dia do Lollapalooza 2026 e criamos uma playlist para você curtir no Spotify, conhecendo novos artistas. Sexta-feira (20/03) Os californianos do Deftones voltam ao Brasil como headliner e uma das atrações mais aguardadas do Lollapalooza. Referência do metal alternativo, o grupo liderado por Chino Moreno equilibra peso e atmosferas melódicas em shows intensos e catárticos. O Interpol representa o indie rock em sua versão mais sombria. Com estética pós-punk revival, a banda de Nova York se tornou um ícone dos anos 2000 e segue atraindo fãs com sua sonoridade envolvente. O trio canadense Men I Trust aposta em uma fusão delicada de indie pop e dream pop. Suas canções etéreas, embaladas por grooves suaves, prometem uma experiência mais contemplativa no meio do festival. Já o Viagra Boys chega com energia bruta e humor ácido. O grupo sueco se destaca pelo punk rock debochado e performances caóticas, que transformam o palco em um ambiente imprevisível e explosivo. No cenário nacional, o Scalene mostra a força do rock alternativo brasileiro. A banda, que já rodou festivais importantes, combina peso e introspecção em composições que dialogam com diferentes gerações. O hardcore tem espaço garantido com o Worst, banda paulista que é referência na cena underground. A expectativa é de um show rápido, pesado e intenso, daqueles que incitam rodas de mosh. Com uma pegada mais melódica, o Terraplana aposta no shoegaze e no indie rock. A atmosfera densa e introspectiva da banda curitibana cria um contraste interessante em meio à programação. A sexta ainda traz a força cultural do reggae com Edson Gomes, um dos maiores nomes do gênero no Brasil. Sua presença reforça a diversidade sonora do festival e adiciona uma camada de crítica social e engajamento. Sábado (21/03) O destaque internacional fica com o The Warning, trio mexicano que ganhou projeção mundial com seu rock alternativo pesado e cheio de personalidade. Formada por três irmãs, a banda é uma das grandes revelações da cena latina. O lendário Cypress Hill traz ao festival sua mistura inconfundível de hip hop com pitadas de rock, marcada por colaborações históricas e riffs pesados em alguns clássicos. O grupo californiano é conhecido por performances intensas e faixas icônicas que atravessam gerações, tornando sua presença uma oportunidade rara de ver um dos nomes mais importantes do rap mundial dialogando com o público do Lollapalooza. Já para quem procura uma experiência mais pop dentro do indie, o TV Girl oferece um show repleto de melodias lo-fi e atmosferas nostálgicas, equilibrando o dia com leveza e clima retrô. Entre os brasileiros, o Varanda traz uma sonoridade alternativa que aproxima o público do indie, misturando texturas modernas e letras que exploram as contradições da vida cotidiana. Com base em Sergipe, o Cidade Dormitório é um dos nomes mais criativos da cena nacional. A mistura de indie rock psicodélico e crítica social faz da banda uma das apostas mais originais do festival. A baiana Jadsa mostra sua ousadia ao unir MPB e rock alternativo. Seu experimentalismo sonoro deve surpreender quem busca novidades fora dos formatos tradicionais. Para fechar, os Hurricanes oferecem um rock direto, com estética de garagem e riffs enérgicos. O grupo tem tudo para embalar o público com uma apresentação crua e vibrante. A noite também conta com o Foto em Grupo, que traz influências de MPB, pop e indie em um formato híbrido, mostrando a versatilidade da cena alternativa brasileira. O supergrupo é composto por Ana Caetano (do duo Anavitória), Pedro Calais e Otavio “Zani” Cardoso (da banda Lagum), e João Ferreira (do Daparte). Domingo (22/03) O peso do hardcore está garantido com o Turnstile, banda americana que vive um momento de enorme popularidade. Misturando hardcore punk com elementos modernos, o grupo entrega shows de altíssima energia. Na sequência, o Royel Otis traz o clima nostálgico do indie rock australiano, mesclando melodias leves e pegada pop em composições cativantes que já conquistaram espaço no circuito alternativo. O The Dare injeta dinamismo ao domingo com seu dance-punk, um estilo que combina guitarras e batidas dançantes, perfeito para a atmosfera de festival. Da Nova Zelândia, o Balu Brigada aposta no indie pop-rock com refrões solares e boa energia. A proposta é simples e certeira: animar o público com canções leves e acessíveis. No Brasil, o veterano Mundo Livre S/A representa o manguebeat, movimento que mistura rock, ritmos regionais e crítica social. Ícone dos anos 1990, a banda deve revisitar clássicos e mostrar a atualidade de sua música. A lista se completa com o Entropia, nome emergente da cena underground. O grupo aposta em sonoridades modernas ligadas ao rock alternativo e reforça a vitalidade da cena independente nacional.

Bloco Emo anuncia Hell-O-Emo Festival com Bullet Bane e Hevo 84

O Bloco Emo revelou o line-up do Hell-O-Emo Festival 2025, marcado para o dia 25 de outubro (sábado), a partir das 23h, no Carioca Club, em São Paulo. Reconhecido como o maior Halloween Emo do Brasil, o evento terá shows das bandas Bullet Bane e Hevo 84, além de tributos a nomes históricos do emo e do rock, como Bring Me The Horizon, Linkin Park, Charlie Brown Jr. e Bad Omens. Mais do que uma programação de shows, o festival aposta em uma experiência completa: open bar, concurso de fantasias, performances cênicas, photobooth, áreas instagramáveis, flash tattoos, drinks temáticos com copo colecionável e uma cenografia imersiva inédita. Haverá também espaço de maquiagem temática, com direito a lápis preto, glitter e sangue fake liberados. Na discotecagem, os DJs Lya Hemmel, Thiago DJ e Fish Nothing garantem a pista cheia até o último refrão. Na última edição, os ingressos esgotaram rapidamente, e a expectativa é de casa cheia novamente em 2025. Os bilhetes já estão à venda em: www.clubedoingresso.com/evento/hell-o-emo-festival-2025