Booze & Glory confirma retorno ao Brasil em 2026 com show no Hangar 110

Ícone do street punk contemporâneo, o Booze & Glory retorna ao Brasil em fevereiro de 2026 para uma apresentação única em São Paulo. A banda britânica sobe ao palco do Hangar 110 no dia 28 de fevereiro, em show que integra a turnê de divulgação do álbum Whiskey, Tango & Foxtrot. A realização é da ND Productions em parceria com a Fastix. Formado em Londres, o Booze & Glory se consolidou como um dos principais nomes do punk Oi! das últimas décadas, com uma trajetória marcada por letras diretas, refrões fortes e uma estética fortemente conectada à cultura urbana e operária britânica. Liderado pelo vocalista Mark RSK, o grupo construiu uma identidade própria desde o álbum de estreia Always On The Wrong Side, lançado em 2010. Ao longo da carreira, a banda lançou trabalhos como As Bold As Brass, Mad World, Hurricane e Chapter IV, além de manter uma intensa agenda de turnês internacionais. O Booze & Glory já passou por grandes festivais europeus, como Rebellion Festival, Punk Rock Holiday e Mighty Sounds, e realizou apresentações pela Europa, América do Norte, América Latina e Japão. Um dos elementos centrais da identidade do grupo é a relação direta com a cultura do futebol, presente tanto nas letras quanto no imaginário visual da banda. A associação com as arquibancadas inglesas, os cânticos de torcida e o espírito coletivo aproxima o punk Oi! do universo futebolístico, reforçando a conexão com o cotidiano das ruas. Gravado na Itália, Polônia e México, Whiskey, Tango & Foxtrot reafirma o compromisso do Booze & Glory com um som cru e direto, sustentado por guitarras incisivas e batidas aceleradas. Os primeiros singles, como “Boys Will Be Boys”, “Brace Up” e “Mad World”, apontam para um disco pensado para o coro do público, mantendo viva a tradição do punk britânico de transformar shows em experiências coletivas. Booze & Glory em São Paulo Data: 28 de fevereiro de 2026 (sábado) Local: Hangar 110 Horário: 18h (abertura da casa) Endereço: rua Rodolfo Miranda, 110 – Bom Retiro, São Paulo/SP Ingressos: fastix.com.br/events/booze-glory-uk-em-sao-paulo

Luís Capucho transforma cotidiano e mistério em narrativa no novo single “Tava na Noite”

O cantor, compositor, escritor e pintor Luís Capucho lança o single “Tava na Noite”, mais um capítulo do álbum Homens Machucados, previsto para os próximos meses. Dono de uma obra gravada por nomes centrais da música brasileira, como Cássia Eller, o artista apresenta uma canção que destaca sua voz singular e a força de uma escrita voltada para o cotidiano, conduzida pela intuição e pelo mistério que marcam sua trajetória autoral. O lançamento chega aos serviços de streaming pelo selo + Um Hits. Assim como o single anterior, “A Masculinidade”, a nova faixa surge sem um projeto prévio definido. Capucho explica que a composição nasceu de forma espontânea, a partir de uma situação simples, uma viagem de ônibus, que se desdobra em pensamentos, nostalgia, possibilidades e realidades. Com violão marcante e voz aveludada, “Tava na Noite” aposta na escuta atenta e no tempo dilatado, características recorrentes em sua obra mais recente. Compositor intuitivo e sem formação acadêmica em música, Capucho se afirma como um criador múltiplo, transitando entre música, literatura e artes visuais. Após enfrentar sequelas motoras que o afastaram temporariamente do violão, encontrou na escrita e na pintura novas formas de expressão, como a série de retratos As Vizinhas de Trás. Hoje, aposentado da docência em língua portuguesa, assume plenamente a música como principal modo de vida e expressão artística. Pela primeira vez em sua carreira, o artista mantém uma banda estável, formada por Felipe Abou, na bateria, e Guilherme Vieira, no baixo. O trio, que atravessa diferentes gerações, compartilha a música como eixo central da vida. Musicalmente, Capucho carrega referências que vão da música caipira, brega e jovem guarda, ouvidas na infância no interior do Espírito Santo, à MPB urbana e literária, além de uma rusticidade adquirida após o reaprendizado do violão, aproximando seu som do rock e do underground. Em Homens Machucados, essas camadas se encontram e ajudam a consolidar uma identidade artística cada vez mais definida.

Ana Cacimba comemora 10 anos com Luminosa Ato 1 Lua: obra dividida entre espiritualidade e expansão

A cantora, compositora e instrumentista Ana Cacimba lança Luminosa Ato 1 Lua, trabalho que marca seus dez anos de trajetória artística e inaugura um projeto conceitual dividido em dois capítulos. Quilombola e periférica, a artista propõe uma obra guiada por metáforas de luminosidade, em que a Lua simboliza mistério, intuição e espiritualidade, enquanto o segundo ato, Sol, previsto para os próximos meses, representará expansão e realização. O lançamento sai pelos selos Head Media e Universal Music. O primeiro ato reúne canções autorais e tradicionais diretamente conectadas à fé da artista, com a Música Popular Brasileira atravessada pela afro religiosidade. A sonoridade percorre samba rock, samba, pop, afrobeat, kuduro e referências da música caipira inspirada nas congadas do Rosário do Vale do Jequitinhonha. O asalato, instrumento de origem africana, aparece como elemento central e reforça o vínculo com a ancestralidade. Segundo Ana, o conceito de Luminosa nasce da necessidade de falar sobre autoestima e valorização do próprio brilho pessoal e espiritual em meio às exigências do cotidiano. O disco se abre com “Exu”, uma poesia autoral em forma de reza, seguida por “Padê Onã”, ambas com participação de Alessandra Leão. Ao longo do repertório, a espiritualidade se manifesta em diferentes camadas, como na exaltação do sagrado feminino em “Pombagira Dona da Casa Maria Mariá”, na força dos ventos em “Oyá”, que dialoga com o kuduro angolano, e nas homenagens às yabás das águas em “Ponto de Oxum” e “Canto de Iemanjá”. Tradições também são revisitadas em faixas como “Preto Velho”, “O Sino da Igrejinha” e “Se Meu Pai é Ogum”, além das referências às memórias quilombolas da família da artista ao celebrar Oxóssi, Oxalá e Xangô. A produção musical é assinada por Los Brasileros e Dmax. O lançamento vem acompanhado de um visualizer para “Exu Padê Onã”, dirigido por Gabriel Sorriso, com imagens captadas durante a gravação no estúdio Head Media. A identidade visual reforça o conceito do projeto, trazendo a Lua como personagem central da capa, em um trabalho concebido por Ana Cacimba e desenvolvido em parceria com uma equipe majoritariamente feminina. O segundo ato, Sol, dará sequência à narrativa ao explorar experiências cotidianas, alegria e a energia do convívio com o mundo exterior, ampliando o retrato da afro brasilidade e da afro religiosidade na música popular brasileira.

Entrevista | Rancore faz show secreto no Bar Alto e apresenta novo álbum na íntegra

O Rancore realizou dois shows secretos no Bar Alto, em São Paulo, na noite de ontem (18), em duas sessões seguidas. O Blog N’ Roll foi convidado para acompanhar a apresentação das 21h30 que marcou a execução ao vivo, pela primeira vez, das 11 faixas que compõem o novo álbum da banda, ainda sem título definido. Após a audição completa do material inédito, o grupo encerrou o set com quatro músicas já conhecidas do público: Quando Você Vem, Jeito Livre, Samba e Mãe. O novo trabalho chega 15 anos após Seiva e mantém uma característica histórica da discografia do Rancore: cada álbum soa diferente do anterior. Ainda assim, este novo disco dialoga diretamente com Seiva, tanto pela atmosfera quanto pela proposta artística. A experiência de ouvir o álbum ao vivo junto com os fãs e a presença de palco do vocalista Teco Martins foi além da música em si, evocando uma sensação quase ritualística, de caráter espiritual, resultado de uma construção sonora densa e imersiva. Essa abordagem reflete influências diretas dos hinários xamânicos que permeiam o universo criativo do vocalista, somadas a referências do post-punk dos anos 1980, das brasilidades das décadas de 1970 e 1980 e do punk brasileiro em sua forma mais crua. Há ecos claros de bandas como Olho Seco e Restos de Nada, em um disco que se afasta de rótulos fáceis e reafirma a identidade mutável do Rancore, sempre em transformação. Em entrevista ao Blog N’ Roll, Teco Martins conta sobre a volta da banda, as influências e diferenças criativas dos integrantes e também a decisão de deixar de fora os singles lançados anteriormente, como Quando você vem e Pelejar. O álbum novo ainda não tem nome. Em que estágio ele está e qual é a previsão de lançamento? Teco Martins – O disco está totalmente pronto. A gente está finalizando a arte e vivendo uma disputa intensa sobre o nome. O primeiro single sai agora no começo do ano, em janeiro. Deve vir outro em fevereiro e, provavelmente, o álbum completo chega em março. Ainda não é uma certeza absoluta, mas esse é o planejamento. Essa indefinição do nome diz algo sobre o processo do disco? Teco Martins – Totalmente. Essa disputa pelo nome representa tudo o que foi a construção do álbum. Encontrar a intersecção entre nós cinco foi o grande desafio. Somos pessoas muito diferentes, com influências muito distintas, mas que se amam muito. Somos amigos de infância. A escolha do nome precisa representar isso tudo, e a gente vai encontrar. Ele vai aparecer. O que pesou na decisão de não incluir os singles Pelejar e Quando Você Vem no álbum? Teco Martins – Sinceramente, porque sentimos que as outras músicas são melhores. E também achamos interessante lançar um disco totalmente inédito. Eu amo Pelejar e Quando Você Vem, elas me representam muito, mas sentimos que essas músicas funcionaram como um aquecimento para fazer esse disco. Foi uma escolha consciente. Também achamos legal ter singles soltos. Esse novo repertório aponta para uma mudança de linguagem do Rancore? Teco Martins – Sim. As onze músicas seguem uma linha diferente. A galera vai precisar entender melhor essa transformação que começou no Seiva e continua agora. O público do Rancore já está acostumado com mudanças. Do Yogo Stress e cafeína para o Liberta foi uma diferença grande, do Liberta para o Seiva também. A gente nunca quis fazer a mesma coisa. Queremos fazer o que acreditamos no momento. Estamos sempre em transformação, e a música reflete isso. Quais foram as principais influências desse disco? Vi de post punk até o início do movimento punk brasileiro, algumas coisas me lembraram Olho Seco… Teco Martins – Você foi bem sagaz ao perceber o punk. O punk 77 foi algo com que eu me conectei muito nesse disco. Sempre gostei de The Clash, mas dessa vez me aproximei bastante de Olho Seco, Cólera, Flicts, Os Excluídos, Restos de Nada, Dead Kennedys. Esse foi um lado do álbum. Mas também tem noise, glitch, eletrônicos mais experimentais. E as influências mais espirituais e brasileiras? Teco Martins – Eu gosto muito de música xamânica, de hinários, de Santo Daime. Isso aparece bastante. É tanta influência que fica claro por que a busca pela intersecção entre nós cinco é tão importante. Cada um viveu experiências muito diferentes. O Candinho estava em Berlim fazendo música experimental. O Gulão mergulhou na música eletrônica e virou DJ, com o projeto Nuvem. O Alê tocou com o Supla e trouxe essa energia punk. Eu estava fazendo música de ritual, ligado à floresta, à terra. Como tudo isso se encontra dentro do Rancore? Teco Martins – O Rancore bebe de muitas fontes musicais e de estilos de vida muito diferentes. E, mesmo assim, somos os mesmos caras há muitos anos, a mesma formação desde a época da escola. É bonito esse encontro de pessoas que pensam muito diferente, mas conseguem se comunicar musicalmente e criar algo que é só nosso. Vocês conseguem definir o som desse novo disco? Teco Martins – Não. Nem a gente sabe definir. É hardcore, psicodélico, indie, tropical, punk. É muita coisa. E acho que todo artista busca isso: fazer algo com personalidade única, algo que só existe ali. Podemos dizer que você se reconectou com o rock para fazer esse disco? Teco Martins – Sim. Eu tinha parado de ouvir rock por um tempo. Para fazer esse disco, me reconectei com isso. Você está usando a camiseta do Black Sabbath, essa foi uma das bandas. Teve também o The Clash, Deep Purple, o rock mais raiz. Também com o rock brasileiro mais pesado, os punks antigos. Quando eu era adolescente, minha cabeça era hardcore melódico, quanto mais rápido melhor. Mas agora me conectei muito com essa essência mais crua do punk, e isso está muito presente nesse disco.

Entrevista | Supercombo – “Tivemos que acreditar no processo para a turnê começar”

A Supercombo encerrou 2025 em clima de celebração, no último domingo (14), com um show especial na Audio, em São Paulo. A apresentação marcou oficialmente a fase ao vivo do álbum Caranguejo e confirmou o bom momento da banda, que entregou um repertório equilibrado entre músicas novas e faixas já consolidadas da carreira. Com a casa cheia, o público respondeu com intensidade desde os primeiros acordes, acompanhando cada refrão e criando uma atmosfera de conexão constante com o quarteto ao longo da noite. No palco, as músicas de Caranguejo ganharam ainda mais força, reforçando a proposta do disco de resgatar a essência roqueira da Supercombo sem abrir mão das experimentações. Faixas como A Transmissão, Piseiro Black Sabbath e Hoje Eu Tô Zen evidenciaram a versatilidade do grupo, enquanto momentos mais introspectivos, como Testa e Alfaiate, trouxeram contraste e profundidade ao set. O show funcionou como um retrato fiel do álbum e deixou claro que o projeto representa um dos pontos altos da trajetória da banda, além de criar expectativa para os próximos passos já anunciados para 2026. Nossa correspondente e produtora da banda, Fernanda Santana, conversou com a banda representando o Blog N’ Roll. A entrevista encerra um ciclo que começou com um papo exclusivo antes do lançamento de Caranguejo. Qual foi a maior lição que 2025 trouxe para vocês como banda? Léo Ramos – Acreditar no processo. A gente teve a ideia de lançar o disco em duas etapas e segurou um bom tempo de shows para poder fazer o lançamento. Tivemos que acreditar no processo para a turnê começar de fato no meio do ano. O início foi meio caótico, porque é muito ruim para uma banda ficar um tempo sem fazer show, principalmente a gente, que ama tocar e tem muitos lugares para ir. Para mim, o maior aprendizado é confiar no processo e no planejamento e ver as coisas acontecendo à medida que a gente vai fazendo. A turnê foi muito massa esse ano e já estamos ansiosos pela parte dois. E com 2026 chegando, o que o coração de vocês espera que o próximo ano traga, fora do roteiro? Paulo Vaz – Eu imagino que a gente está plantando muito em 2025, com tudo o que está fazendo agora e ainda no processo de 2026. Eu sempre penso que as coisas acabam acontecendo por causa desse plantio. Então, eu creio que o ano que vem vai ser tão bom quanto esse, com coisas novas, com algumas realizações inesperadas e outras esperadas, que esse plantio vai trazer. Festas chegando, qual é a música de Natal favorita de cada um? Carol Navarro – Mariah Carey Paulo Vaz – Do Ivan Lins, “Começar de Novo” Carol Navarro – Uma que eu sempre escuto e fico triste, mas é sempre bom ouvir, é a da Simone. É muito triste, não sei por que colocaram isso no Natal. Léo Ramos – Agora, com a minha filha, a favorita é a do “Acabou o Papel”. Essa é a música do momento lá em casa. André Dea – Minha cabeça está um grande vazio agora, não consigo lembrar de nenhuma. Talvez esteja na hora da Supercombo fazer uma música de Natal… Quem sabe, né? Qual é a idade musical de vocês no Spotify Wrapped? Carol Navarro – A minha é 71.Léo Ramos – A minha foi 19 anos.André Dea – A minha deu 70.Paulo Vaz – A minha foi 82. E o artista e álbum do ano para cada um no Spotify? Carol Navarro – Eu fiquei muito viciada no disco novo da Hayley Williams (Ego Death At a Bachelorette Party). É enorme o nome, nem sei falar direito, mas esse disco é muito foda. Paulo Vaz – Em matéria de álbum, para mim ainda é o Caju, da Liniker. Foi o que mais me surpreendeu nos últimos 20 anos. Léo Ramos – Minha banda mais ouvida do ano foi Badluv, até porque fui tocar com os caras. Então, beijo Badluv. André Dea – O meu disco mais ouvido foi Papota, do Ca7riel & Paco Amoroso. Foi muito massa porque a gente viu esse show aqui mesmo na Audio, de pertinho. Independente de streaming, qual foi o artista revelação do ano para vocês? Léo Ramos – Para mim foi o Sleep Token. Eu já gostava antes, mas o último disco me surpreendeu muito. Eles misturaram pop com metal, quase um R&B metal. Achei muito foda. Carol Navarro, Paulo Vaz e Andre Dea – Eu vou de Ca7riel e Paco Amoroso. Tudo o que eles fazem eu acho foda. Eles fizeram um pop fora do padrão tradicional, algo que ninguém estava fazendo. A história do lançamento, deles na banheira comendo sushi, é inacreditável. O Cara dos Discos e o Blog N’ Roll foram responsáveis pela primeira entrevista de vocês neste novo ciclo, gostaria que você deixasse um recado para a audiência deles: Muito foda. A gente acompanha o trabalho. Obrigada por estar sempre com a gente, falando de tudo, até das fofocas. Oh, o Korn veio ai, ano que vem vai ter Korn. Obrigado pelo espaço sempre. É legal porque ele corre e a gente corre também. Vale tudo sempre. Valeu, Renatão, Cara dos Discos. Ano que vem tem mais.

Rafael Baldam estreia com Sumidouro, álbum instrumental que une música, narrativa e imagem

Sumidouro é o álbum de estreia de Rafael Baldam e apresenta uma jornada instrumental construída a partir de seis interpretações que funcionam como capítulos de uma mesma narrativa. Mais do que um disco, o projeto nasce como uma obra multimídia que integra música, texto e colagens visuais, ampliando a experiência para além do áudio e propondo diferentes camadas de leitura e escuta. A ideia do trabalho surgiu da inquietação criativa de Baldam, interessado em transitar por linguagens diversas como composição, interpretação, escrita, colagem e vídeo. Ao perceber que essas práticas não eram paralelas, mas complementares, o músico passou a integrá-las em um único processo criativo. O resultado é um álbum que se organiza em três dimensões interligadas: a música que conduz, o texto que orienta e as imagens que completam o percurso narrativo. O ponto de partida de Sumidouro está na escolha de composições de nomes centrais da cena paulista da música brasileira contemporânea. As versões instrumentais criadas por Rafael abriram espaço para a construção de um conto em prosa poética que acompanha o disco. Cada faixa ganhou também uma colagem própria, reunidas em um livro que estabelece o elo entre som e imagem e reforça o caráter conceitual do projeto. O repertório reúne obras de Maurício Pereira e Daniel Szafran, Marcelo Cabral e Rômulo Fróes, Dandá Costa, Rodrigo Campos, Thiago França e Kiko Dinucci. Todas as faixas foram rearranjadas e executadas por Rafael em formato solo, criando um panorama coeso de referências que dialogam entre si e ajudam a desenhar o universo sonoro do álbum. Segundo o músico, a escolha desses compositores reflete tanto uma afinidade estética quanto um gesto simbólico de filiação artística. A travessia sonora começa com Pra Marte, que desloca elementos originalmente vocais e de sopro para o violão, aproximando a faixa do choro. Invente o Amor apresenta mudanças sutis de timbre e sinaliza novos caminhos. Em “Bandeira”, o tom menor e a entrada da guitarra ampliam o espaço sonoro e marcam outra etapa do percurso. Single do disco, Na Memória Vida Outra sintetiza aspectos centrais do projeto ao alternar o protagonismo entre violão e guitarra, reorganizando a tensão da faixa. Dentro da Pedra aprofunda a exploração de efeitos e reverberações, com a guitarra assumindo papel central. O encerramento fica por conta de Ciranda do Aborto, que parte de arpejos contidos e avança para camadas mais densas, concluindo a narrativa proposta ao longo do álbum. Gravado entre julho e agosto de 2025 no Juá Estúdio, em São Paulo, Sumidouro teve captação e mixagem assinadas por Leonardo Ost e Alencar Martins. Rafael Baldam responde pelos arranjos, interpretações, texto e colagens que acompanham o disco, articulando todas as etapas do projeto em uma obra que se completa na soma de suas linguagens e convida o público a construir sua própria relação com esse trabalho de estreia.

Madball leva o hardcore nova-iorquino pela primeira vez a Goiânia

Nome fundamental do hardcore nova-iorquino, o Madball se apresenta pela primeira vez na região Centro-Oeste do Brasil no dia 5 de março de 2026, em Goiânia. O show acontece no De Leon Music Pub e integra a nova passagem da banda pelo país, que ainda inclui uma apresentação em São Paulo, no dia 6 de março, no Fabrique Club. As bandas nacionais de abertura em Goiânia serão anunciadas em breve. Liderado pelo explosivo vocalista Freddy Cricien, o Madball retorna ao Brasil reafirmando o status de um dos maiores nomes da história do hardcore, com uma trajetória marcada por intensidade, postura direta e conexão absoluta com o público. A sonoridade do Madball é a tradução crua do hardcore nova-iorquino. Guitarras secas, grooves pesados, batidas urgentes e vocais que soam como um grito coletivo definem um estilo nascido nos subúrbios de Nova York, sem adornos e focado na mensagem. Faixas curtas, objetivas e construídas para impacto imediato fizeram da banda uma referência mundial do gênero. Álbuns como Set It Off, Demonstrating My Style, Look My Way, Hold It Down, Legacy e Infiltrate the System pavimentaram a reputação do Madball como os chamados reis do hardcore. A banda surgiu no fim dos anos 1980 e, ao lado do Agnostic Front, ajudou a consolidar a cena nova-iorquina. Freddy Cricien, irmão mais novo de Roger Miret, começou cantando nos shows do Agnostic Front antes de assumir definitivamente o microfone do Madball. Nos anos 1990, o grupo incendiou a cena com apresentações intensas, muitas vezes sem palco, tocando no mesmo nível do público. Desde então, construiu uma base fiel de fãs ao redor do mundo, com destaque para Brasil e Argentina, onde a banda mantém uma relação histórica com o público. O evento marca a estreia da Burning Music Produções, que promete trazer outras atrações internacionais para a capital goiana ao longo de 2026. A estreia em Goiânia amplia esse vínculo e coloca a cidade no mapa das grandes turnês internacionais do hardcore. SERVIÇO Madball em GoiâniaData: 5 de março de 2026, quinta-feiraHorário: 19h, abertura da casaLocal: De Leon Music PubEndereço: Rua Oitenta e Seis, 605, Goiânia, GOIngressos: fastix.com.br/events/madball-eua-em-goiania ValoresR$ 180,00 meia entrada solidária e estudante, 1º loteR$ 360,00 inteira, 1º lote

Fabio Lione adia show em São Paulo e anuncia nova data no Manifesto Bar para fevereiro de 2026

Uma das vozes mais marcantes do heavy metal mundial, o italiano Fabio Lione teve seu show em São Paulo remarcado. A apresentação, que aconteceria neste sábado, 20 de dezembro, no Manifesto Bar, foi adiada por conta de problemas de saúde familiares enfrentados pelo músico. A nova data já está definida: 27 de fevereiro de 2026, no mesmo local, na capital paulista. Conhecido por passagens históricas por bandas como Angra, Rhapsody, Vision Divine, Kamelot, Labyrinth e Athena XIX, Fabio Lione vem acompanhado de uma banda formada por Johnny Moraes na guitarra, Wagner Rodrigues na guitarra, Fábio Carito no baixo, Leandro Freitas nos teclados e Marcus Dotta na bateria. O repertório promete revisitar momentos marcantes de mais de três décadas de carreira dedicadas ao rock pesado. O show acontece no Manifesto Bar, casa que há mais de 30 anos ocupa lugar central na cena rock de São Paulo e, recentemente, opera em novo local. Os ingressos adquiridos anteriormente seguem válidos para a nova data. Quem optar pelo reembolso deve entrar em contato com o Clube do Ingresso para preencher o formulário de solicitação. ServiçoShow Fabio LioneLocal: Manifesto BarData: 27/02/2026Horário: 20hIngressos: A partir de R$ 80 – Clube do IngressoEndereço: Rua Ramos Batista, 207, Vila Olímpia, São Paulo

Lvcas “Inutilismo” lança EP amnd e consolida identidade autoral no metal moderno

Lvcas lançou o EP amnd, sigla para Abatido Mas Não Derrotado, trabalho que marca um ponto de virada em sua trajetória musical e consolida o artista como compositor e produtor. O novo registro sucede o álbum Humanamente, lançado em 2024, e apresenta um som mais coeso, pesado e focado, refletindo um momento decisivo de amadurecimento artístico. Com cinco faixas, o EP constrói uma narrativa centrada em conflitos pessoais, culpa, repetição de erros e a recusa em desistir, mesmo diante de um cenário de desgaste emocional. Três das músicas ganharam videoclipes, ampliando o universo conceitual do projeto. O EP nasce de uma fase conflituosa e reflexiva da vida de Lucas, em que o artista questiona escolhas, caminhos e o próprio propósito como músico. As letras são introspectivas e lidam com dilemas como perdão, resiliência e continuidade, reforçando a ideia de que seguir em frente não significa negar a dor, mas se recusar a aceitar a derrota como destino. Em um dos momentos centrais do trabalho, o verso “viver em frente sem olhar para a estrada que não trilhei” sintetiza o espírito do EP. Sonoramente, amnd se apoia no metal moderno, com influências claras de nu metal, metalcore e elementos industriais. As faixas transitam por referências como Korn, Limp Bizkit, The Prodigy e Rammstein, explorando diferentes atmosferas sem perder a unidade. A produção opta por uma identidade mais crua e suja, com destaque para breakdowns agressivos e uma dinâmica mais orgânica. Uma das principais evoluções em relação ao trabalho anterior está na substituição das baterias programadas por gravações orgânicas, assinadas pelo baterista Bruce. A mudança confere mais peso e vitalidade às músicas, reforçando o caráter direto e visceral do EP. A ordem de lançamento dos singles também faz parte do conceito. Mea culpa abre o trabalho como um marco de metamorfose para o compositor, apresentando de imediato o aumento de peso e a mudança de direção sonora. A ideia é causar impacto em um território que o público já reconhece, mas sob uma nova perspectiva. O universo visual de amnd acompanha a densidade do som. Os clipes exploram cenários de abandono e uma estética suja, especialmente em mea culpa e bico do corvo, materializando a sensação de um inferno astral. Lvcas se apresenta de forma vulnerável no corpo, mas firme na postura, criando uma conexão direta com ouvintes que também enfrentam batalhas silenciosas. Para quem conhece Lvcas apenas por sua trajetória na internet com o Inutilismo, o EP funciona como uma afirmação clara de que a música não é um projeto paralelo ou passageiro. Amnd firma os pés no chão e aponta consciência artística, evolução técnica e maturidade criativa. Com sonoridade coesa, letras sinceras, produção centrada e identidade visual bem definida, amnd abre caminho para novos shows, turnês e para a consolidação de uma base de fãs cada vez mais conectada à fase autoral do artista.