Influências distintas: Alexandre Blanc e Rodrigo Alves

Influências distintas: Alexandre Blanc e Rodrigo Alves

A primeira temporada do nosso especial sobre os guitarristas mais marcantes da Baixada Santista chega ao fim com uma homenagem dupla merecida: Alexandre Blanc e Rodrigo Alves, ambos exaltados pelo mestre Alexandre Birkett.

Como a maioria dos guitarristas do nosso especial, o rock dos anos 1970 e 1980, principalmente o heavy metal, foi fundamental para a formação de Alves.

“As guitarras do Iron Maiden no disco Piece of Mind me tomaram de assalto. Aliás, 30 anos depois, fiz um tributo a eles no meu canal do YouTube”, comenta o músico.

Usando o Iron como porta de entrada, Alves seguiu explorando outros estilos. Chegou aos violonistas de new age: Michael Hedges, Will Ackerman e Alex de Grassi. “Hoje, se for resumir, meus favoritos são Eric Johnson, Larry Carlton, Daryl Stuermer, Dominic Miller e Rik Emmett”.

Blanc carrega algumas inspirações dos pais. Apesar de nenhum deles ser músico, ambos mantêm a melodia intacta até hoje.

“Minha mãe canta o dia todo, o fato de ter música em casa já inspira. E meu pai sempre gostou de música. Eu ia com ele nas lojas e voltávamos com vários discos. Na mesma sacola vinham Bill Halley, Clara Nunes, Jacksons Five e John Denver. Ele trazia informações diferentes e eu ouvia com ele. Já herdei isso do meu pai”.

Blanc, que chegou a cursar pouco mais de dois anos da faculdade de Arquitetura, abandonou o curso para se dedicar à música, de 1990 a 1991. “Sempre dei muita aula. Lembro que quando larguei a faculdade, chegou a ser exaustiva a quantidade de aulas, mas me ajudou a comprar os instrumentos”.

Depois, ele também passou a aceitar convites, antes recusados, para bandas covers e gravações. Tocou com os covers do Pearl Jam, U2, Creedence Clearwater Revival e Queen, no qual tinha a companhia de Renato Pelado (ex-Charlie Brown Jr) na bateria.

No final dos anos 1990, Blanc passou a tocar com o ator e esportista Rômulo Arantes. “Eu tinha um pezinho na country music e ele estava com foco em rodeios. Fiquei um tempo com ele até o acidente que tirou a vida dele (2000)”.

Quase na mesma época, o santista ainda recebeu um convite, por meio do amigo Mauro Hector, para tocar com Guilherme Arantes. Desde então já são 20 anos com o músico.

“O Guilherme mudou de escritório de São Paulo e Rio de Janeiro, mas ele sempre insistiu que continuasse com ele, mesmo com as mudanças que ele fez na formação”, comenta o guitarrista, de 47 anos, que também gravou o último DVD do Aliados, em Santos.

Alves possui uma ligação maior com bandas. A primeira foi aos 15 anos, a Warkings, com quem fez seu primeiro show, em 1987.

Não demorou muito para ser observado. Foi convidado para tocar no Viper, que na época contava com André Matos nos vocais e Yves Passarell na guitarra.

“Foi um contrato temporário, até o outro guitarrista (Felipe Machado) retornar de um intercâmbio nos EUA. Eu tinha apenas 16 anos, zero experiência, e era muito fã deles”.

Fez parte do Merlin (1991-1995) e Parallax (2009-2014), bandas nas quais tocou com vários músicos conhecidos da região. De 1997 para cá, Alves lançou quatro discos solo: Suddenly, Retratos, Spiritua e Hours, todos disponíveis na internet.