Na trilha do guitarrista Reinaldo Andrade

Na trilha do guitarrista Reinaldo Andrade

O último homenageado da nossa série sobre guitarristas da região, Alexandre Birkett, indicou três instrumentistas com técnicas apuradas e que merecem um lugar de destaque no Hall da Fama do Rock Santista: Alexandre Blanc, Rodrigo Alves e Reinaldo Andrade. Os três são unanimidades, foram citados em outras entrevistas e até hoje seguem construindo um legado no rock regional e nacional.

Hoje, vamos focar na carreira de Reinaldo Andrade, que chegou a participar do G3 Santos, ao lado de Milton Medusa e Mauro Hector, os dois primeiros homenageados da nossa série.

“É uma honra ter sido citado pelo meu grande mestre Alexandre Birkett, com quem estudei há muitos anos e até hoje aprendo muito com ele. Acredito que tenha sido lembrado pelo fato de tentar incorporar vários estilos no meu modo de tocar, seja rock, pop, soul, música brasileira. E também pelos vídeos onde toco alguns sons legais que sempre procuro postar para ser lembrado! Afinal, é um veículo de divulgação muito importante hoje em dia”, comenta.

Andrade conta que sua paixão pela guitarra teve início com a audição de bandas como Iron Maiden, Kiss e Scorpions, aos 11 anos. “Só curtia ouvir e tocar com as vassouras”, brinca.

A vassoura ganhou cordas pouco tempo depois. “Um dia minha irmã, Silvana, que já tocava, me mostrou uma música do Iron no violão e pirei na hora! Pedi a ela para me ensinar como tocar e depois disso não parei mais”.

O músico foi atrás de referências. Ouviu muito Trevor Rabin, Steve Vai, Joe Satriani, Richie Kotzen, Eric Johnson e um santista. “O próprio Birkett, claro”, conta, sem esconder a grande admiração pelo mestre.
Sempre se atualizando, o santista de 45 anos revela que tem grande apreço por nomes contemporâneos, como Heitor Pereira, Robben Ford, Michael Landau e Rafael Moreira, um guitarrista brasileiro que mora nos Estados Unidos, tocou com grandes artistas e tem uma banda chamada Magnetico.

Para quem ainda não fez o link de quem é Andrade, vamos refrescar a memória. Ele tocou por muito tempo com a banda Afarra, com o cantor Beto Brazil, o Dentinho do Alta Tensão, os bateristas Alexandre Gomes e Renato Muniz e o baixista Zé Carlos Luño.

Depois, quando se mudou para Minas Gerais, dedicou o seu tempo à Kassaníkeo. “Essas foram bandas de sons autorais, onde você sonha e aposta suas energias durante um tempo. Foi um período de grande aprendizado, onde conheci grandes músicos. Mas para mim chegou num ponto em que decidi me profissionalizar na música e tive que me virar, dando aulas,tocando e gravando com todo mundo, em vários estilos”.

A mudança no foco o permitiu dedicar boa parte do tempo à música. Hoje, ele toca na Banda Trilha Sonora. Mas garante que não deixou o trabalho próprio de lado. “Também invisto no meu som autoral de música instrumental, tendo inclusive lançado o álbum Cores e participado de alguns eventos importantes”.

Autodenominado um eremita, por não acompanhar as bandas in loco, Andrade afirma que assiste muitos guitarristas da região em vídeos. “Poderia citar o Roberto Barros, Leonardo Vilar, Andy Sabino, Luiz Oliveira e o Sergio Casalunga. Não sei se todos são tão novos, mas os conheci depois”.

Além de dar aulas e tocar os seus projetos, o santista sonha em aprender piano e orquestração para entrar em um novo mercado. “Tenho um enorme interesse em compor trilhas para cinema e TV”.