As bandas continuaram a surgir, os discos autorais idem, mas os shows de rock na região tiveram uma queda forte, na temporada passada. Com o sertanejo, o funk e o pagode liderando as preferências dos jovens, muitas casas deixaram o gênero sessentão de lado. E quando apostavam em algum evento mais roqueiro, dá-lhe bandas covers para suprir a demanda do público.
Mas 2018 começa com novos ventos e promessas de bons shows nos próximos meses. Logo no início do ano, Esteban Tavares (ex-Fresno e Humberto Gessinger) deu as caras por aqui. Na outra ponta do cenário, o independente Alternapalooza chegou ao seu décimo evento, priorizando nomes da região como Rama, Zebra Zebra e Heitor Vallim.
Até abril, CPM 22, Dead Fish, Fresno, Strike, Ratos de Porão, Garotos Podres entre outros vão passar por Santos. E podem esperar por muito mais. As negociações seguem a todo vapor.
Um dos responsáveis por essa retomada é o empresário roqueiro Daniel Azevedo, proprietário da Arena Club, casa que abriu suas portas em novembro passado, na Avenida Pinheiro Machado, 33, na Vila Mathias, em Santos.
“Abrimos a Arena. Antes fazia os shows de menor expressão em outras casas, mas agora temos uma casa para 1,4 mil pessoas. Estou querendo colocar uma banda de rock grande uma vez por mês, pelo menos. Faremos os maiores shows de rock da região lá. É um trabalho de longo prazo, mas estamos fazendo a nossa parte. Financeiramente, o rock não é o melhor no momento, mas é uma missão minha”.
A produtora Rock Show, que já trouxe nomes como Bad Religion, Face to Face, Pennywise, MxPx, entre outras para Santos, voltou a atuar com força também. “Fizemos algumas coisas pontuais nos últimos meses. Dois anos atrás estávamos num momento de crise, mas a situação melhorou”, garante o proprietário da Rock Show, Celso Bernardes.
Para o santista, o fato do Brasil ter recebido muitos festivais de grande porte no ano passado dificultou um pouco. “Tivemos Rock in Rio, Lollapalooza, Maximus, muita coisa. O público os prioriza até por receber bandas que não costumam vir com frequência. É natural, é um processo de renovação”.
Bernardes destaca que o show do CPM 22 com Dead Fish teve um início promissor nas vendas. “Estamos no meio do Carnaval, o show vai rolar só em abril, mas já temos 200 ingressos vendidos”. E o feedback já abre espaço para mais: “O público pode esperar por uma surpresa no festival do Dia Municipal do Rock, em julho”.
Diretor de cinema e idealizador do portal Zona Punk, Wladimyr Cruz destaca a união dos produtores. “Estão se ajudando mais, tem bastante gente fazendo coisa em diversos espaços da cidade, para todos os gostos e bolsos”.
O produtor Fabio Hutterer, que está atuando com Cruz nas organizações dos shows, afirma que Santos sempre é uma incógnita. “Os produtores das bandas nunca sabem qual será o desfecho. A última vez que tentei o Ratos de Porão, fui obrigado a cancelar. Não tinha público. Na semana do evento só tinha vendido 35 ingressos. Agora, no Valongo, o show é só em março e já vendi 150 ingressos, numa casa para 250 pessoas. Se continuar assim vamos ter que abrir mais uma noite com eles”.
Para Cruz, a cena local está sólida novamente. “Temos boas casas, lojas, produtores, selos, estúdios, distribuidoras de material, e claro, bandas. Com tudo jogando a favor, dá para arriscar novamente. Para isso se manter, agora, só depende do público comparecer”.
24/02 – Strike
Depois de anunciar sua despedida dos palcos, o Strike retorna para um dos seus últimos shows. E a apresentação na Arena Club será especial, com o disco Desvio de Conduta (2007) sendo tocado na íntegra.
Além disso, farão companhia para os mineiros os músicos Mi Vieira (Glória) e Teco Martins (Rancore), com os seus projetos solos.
O Strike, que surgiu na onda do hardcore e pop punk no mainstream, junto com Nx Zero e CPM 22, já emplacou canções em novelas da Globo. Com produção da Rock Show, o evento está com ingressos à venda. Eles custam entre R$ 30,00 (pista/meia) e R$ 120,00 (área vip open bar). Site.
03/03 – Vanguart
Hélio Flanders e companhia não dão as caras na região há tempos. A apresentação na Arena Club será um esquenta para o grande show da banda na temporada, que acontece no final do mês, no Autódromo de Interlagos, durante o Lollapalooza, na Capital.
Em Santos, eles apresentam o último trabalho de estúdio, Beijo Estranho, lançado no ano passado. Foi o primeiro registro da banda em quatro anos. Mas tal como tem ocorrido em outras cidades, os cuiabanos devem mesclar o repertório com canções dos outros três discos.
Os ingressos estão à venda e custam entre R$ 25,00 (pista/meia) e R$ 50,00 (pista/inteira). Site.
09/03 – Frank Blackfire
Guitarrista alemão famoso pelos seus trabalhos com o Sodom e Kreator será o responsável pela festa da loja Iron Fist Rock Wear (Galeria Ipiranga, loja 11, no Gonzaga), do empresário Pepinho Macia, que acontece no Boteco Valongo (Rua São Bento, 43). Frank tocará os clássicos das duas bandas. A Heavenly Kingdom também se apresenta.
E o show marca o retorno de Pepinho nas produções. “Cenário deu uma melhorada, mas a região ainda carece de casas de shows. No underground, com o Boteco Valongo e Bar do Portuga (Itanhaém), a coisa melhorou bastante”, comenta. Ingressos custam entre R$ 30,00 (antecipado, na loja Iron Fist) e R$ 40,00 (na porta).
17/03 – Fresno, Scalene e Versalle
O lote promocional ter esgotado tão rápido já mostra que é bom o público correr para garantir o ingresso para esse show. A gaúcha Fresno chega com a turnê Natureza Caos. O elogiado A Sinfonia de Tudo Que Há é a base do repertório de Lucas Silveira e companhia.
Premiada no Grammy Latino e vice-campeã da segunda temporada do SuperStar, da Rede Globo, a banda brasiliense Scalene vem com a tour Magnetite, álbum lançado no ano passado pela Slap, da Som Livre.
Também integrante da segunda temporada do reality show da Rede Globo, a Versalle, que terminou o programa em terceiro lugar. Eles chegam embalados pela sequência de shows que cruzou o Brasil e teve uma passagem pelo Lollapalooza, no ano passado. Um novo disco da Versalle deve ser lançado nos próximos meses. Os últimos registros dos caras, que são de Rondônia, foram singles e EPs. Mas toda a versatilidade deles no palco poderá ser vista pela primeira vez em Santos.
Os ingressos custam entre R$ 40,00 (pista/meia) e R$ 80,00 (full experience, que dá direito a acompanhar a passagem de som das bandas, fotos com os integrantes e ingresso para o show). Site.
23/03 – Ratos de Porão
João Gordo, Boka, Jão e Juninho no Boteco Valongo? Sim, pode ter certeza que esse será um dos melhores shows do Ratos de Porão em Santos. A proximidade do público com o palco promete transformar a apresentação em algo insano. E os lendários do punk rock nacional terão as companhias do Surra, Jerseys e Usina. Melhor impossível!
O show, que tem produção de Fabio Hutterer (velho conhecido das bandas locais) e Wladimyr Cruz (Zona Punk), está com ingressos à venda. Eles custam entre R$ 30,00 (primeiro lote/antecipado) e R$ 50,00 (na porta). Site.
31/03 – Garotos Podres
Alguém lembra a última vez que o Garotos Podres incluiu Santos na agenda? Uma semana depois do Ratos de Porão, eles estarão no Boteco Valongo. O que o público pode esperar? Dr. Mao nos vocais para entoar hinos do punk como Papai Noel e Anarquia Oi!
Do ABC paulista vem também a turma do Statues on Fire, que retorna a Santos após quatro anos. Eles vão divulgar o disco No Tomorrow, na última apresentação antes da turnê europeia. As santistas Asco e Three on Never completam a lineup. Os ingressos custam R$ 30,00. Quem quiser curtir Ratos de Porão e Garotos Podres pode comprar o ingresso duplo por R$ 50,00. Site.
06/04 – Paura
Olha o Paura aí para completar a sequência de três semanas de punk e hardcore no Boteco Valongo. A banda paulistana retorna a Santos, agora para lançar seu novo disco, Slowly Dying Of Survival.
Na ativa desde 1995, o Paura tem como vocalista Fabio Prandini, ex-integrante da lendária banda santista White Frogs. Tocam também na mesma noite Hierarchical Punishment, um dos maiores e mais antigos nomes da música extrema da Baixada Santista, o Disenteria e O Circo, ambas da região também. Para essa apresentação, os ingressos custam R$ 25,00. Eles podem ser adquiridos no site. Site.
20/04 – CPM 22 e Dead Fish
Duas das maiores representantes do hardcore nacional, CPM 22 e Dead Fish farão uma dobradinha de peso, na Capital Disco. O show é o grande evento da produtora Rock Show, que comemora 15 anos de existência em 2018. Prova disso está na venda de ingressos. Segundo o proprietário da Rock Show, Celso Bernardes, cerca de 200 ingressos foram vendidos em pleno Carnaval.
Na bagagem, o CPM 22 traz o seu último disco, Suor e Sacrifício, lançado no ano passado, e que conta com a participação especial de Trever Keith, vocalista da banda norte-americana Face to Face. Mas o repertório deve contemplar outros discos da banda de Badauí. Regina Let’s Go, O Mundo dá Voltas, Um Minuto para o Fim do Mundo, Dias Atrás, Tarde de Outubro e Vida ou Morte devem surgir na set list.
A capixaba Dead Fish vem com motivos para comemorar também. Com mais de 25 anos de carreira, eles trazem o DVD XXV Anos – Ao Vivo em São Paulo, que foi lançado no ano passado. Ou seja, um repertório completo que passeará pelos discos Sirva-se, Afazia, Sonho Médio, Zero e Um, Contra Todos, Um Homem Só e Vitória.
Além deles, Surr, The Carrys, Sinera e Bayside Kings também se apresentam. Os ingressos custam entre R$ 50,00 (pista/meia) e R$ 120,00 (área vip/inteira). Site.
