Bia Nascimento mostra todos os seus tons e sons no single Brasa Cor, uma prévia de seu primeiro EP assinando como artista solo. A violonista mineira de Juiz de Fora lançou, em 2021, a faixa Azur, em parceria com a cantora carioca Luísa Lacerda, e agora começa a revelar sua estreia onde propõe um encontro da música popular com a instrumental, dos sons com as cores.
A sinestesia inspirou a composição de Brasa Cor, um conceito que motiva os estudos em Música de Bia Nascimento. Os acordes são feitos de cores e formas; a melodia, de gosto; o ritmo, de cheiro. Encontrar a linha tênue entre as técnicas e teorias musicais com as sensações internas e externas foi o que sempre instigou a musicista a compor.
“Neste single, a Brasa é Cor. Tem gosto de fim de tarde ensolarado fora da rotina, com céu vermelho-roxo-dourado que se esconde aos poucos atrás da Serra da Mantiqueira, representado na música por uma afinação mais aguda e pouco usual por violonistas do Ocidente. A melodia e a harmonia de Brasa Cor desenham o êxtase das dores e delícias de ser o que é”, revela Bia.
A faixa foi composta após uma viagem de trabalho a São Paulo, realizada em setembro de 2021. Naquele dia, a compositora guardava a euforia de ter vivenciado uma cidade nova e ter colecionado novos encontros por lá. Compor esta música foi a maneira encontrada pela violonista de traduzir suas sensações de nascer e renascer, começar e terminar, encontrar e despedir, idealizar e realizar – o início e o fim de um dia.
O ritmo compõe essa narrativa firmada pelos toques da bateria do músico Leandro Scio, que trouxe nos timbres dos pratos e tambores a sensação de estar presente no agora, com a bagagem do passado e a coragem do futuro. Por ora, a bateria firma o presente através do ritmo baião, noutra, flutua – como estar viajando em uma estrada assistindo ao sol se pôr. Nenhuma cor no céu é estável quando a terra está em rotação, e neste sentido, Brasa Cor compõe este movimento, também representado pela estética da capa.