Com raízes na MPB e influências psicodélicas, o cantor e compositor Chuengue lançou o primeiro EP solo, Névoa-Nada. O projeto busca nas questões universais da ciência e do existencialismo as respostas para desafios do dia a dia. O transcendental, a busca por sentido, beleza e por evolução se misturam em canções poéticas com texturas sonoras originais. O lançamento chega junto de um lyric video e curta metragem para Frames, com imagens de um curta experimental que o artista gravou em Cuba.
O título simboliza a efemeridade da vida e a importância de viver o presente. “Para mim, faz sentido pensar que uma névoa representa a condição humana. Ela nos mostra o óbvio: que tudo é vapor, vento, poeira, pó; sempre a se dissipar”, explica Chuengue. “Minha escolha por este título é apenas uma lembrança de que nesta vida nos resta viver o presente, celebrando o bom que o acaso nos concede”.
O projeto solo nasceu da necessidade de dar vida a canções que ficaram acumuladas ao longo dos anos de uma carreira no mercado musical e audiovisual. Ex-integrante da banda carioca Cafefrio, ele se uniu ao produtor Hugo Noguchi (Ventre, Posada e O Clã) para a realização do EP.
“Eu tinha as canções prontas e as guias de cada faixa, cerca de 10 músicas violão e voz. A partir daí iniciamos esse processo que durou um ano”, conta ele.
A faixa-foco, Frames, canção deliciosamente envolvente com pegada rock e levada jazzistíca, fala sobre as sensações de uma experiência audiovisual. Sobre o poder e complexidade das imagens e do som e como isso está relacionado ao subconsciente, e até mesmo à percepção de Deus. É uma música com várias camadas instrumentais, principalmente de guitarra, e traz texturas sonoras interessantes nas dobras de vozes e vocais. Pode-se dizer que é o ápice do disco.
Com a colaboração de grandes nomes da cena do Rio como Felipe Duriez (guitarra), Gabriel Barbosa (bateria), Robson Riva (bateria) e Victor Cardoso (guitarra e violão), e técnicos renomados como Bruno Flores (mixagem) e Bruno Gago (masterização), o EP é composto por cinco faixas, cada uma com sua própria história.
Desde a grandiosidade do cosmos (O Nascimento do Universo) até um pequeno momento de grande mudanças (Acerca da Maçã), passando por uma homenagem ao cinema (Frames) e uma faixa livremente inspirada no cultuado jogo Braid (2009) (A Torre Mais Alta) até o épico encerramento em Eu Tenho que Voar. A ilustração e o design da capa são assinados por Pedro Ryan.