Um álbum para ouvir a todo momento – seja deitado, no conforto de casa; no ônibus da janela ou do metrô em direção à faculdade ou no trabalho; ou numa viagem com os amigos, tendo as músicas como uma trilha sonora… Esse é Intenso, o segundo álbum de Davi Bandeira.
Do pop dançante ao melancólico, passando por referências nordestinas e indo até o reggae, a mistura de sons marca uma nova fase na carreira do artista. Junto a ele, estão parceiros musicais que trabalharam com outros grandes nomes da música contemporânea brasileira.
“Intenso é muito sobre mim, mas ao mesmo tempo não é um álbum biográfico. É um álbum que foi feito em sua maioria no interior do Ceará, de onde as pessoas talvez não imaginassem ser possível sair um álbum de música pop”, conta Davi, ao citar que o álbum traz como uma visão de mundo que construiu nesses 30 anos de vida.
“É engraçado, porque eu estava ouvindo ele completo e é muito nítido que é um álbum de alguém que cresceu ouvindo de Michael Jackson a Aviões do Forró. Eu sempre fui encantado pela música pop e o forró corre nas minhas veias por ser cearense, mas o desafio foi entender como é ser esse artista que possui referências tão distintas. Fiquei com medo de soar confuso, de não estar coeso, mas eu fui seguindo meu coração e estou muito orgulhoso desse projeto”, destaca.
A concepção do novo projeto teve início ainda em 2019, logo após Davi Bandeira lançar uma releitura de Assim Caminha a Humanidade, do Lulu Santos. O combustível foi o desejo de fazer um álbum brasileiro de música pop, que contemplasse suas origens e referências nordestinas, misturando com o synth-pop mais nostálgico que ele ouvia tocando no rádio quando era criança.
Ele estava morando em São Paulo e trabalhava em uma loja de cuecas para juntar dinheiro e investir em sua carreira. Com a pandemia de covid-19, houve o retorno para casa – e o que poderia parecer o fim do projeto que acabara de ser idealizado era, na verdade, um recomeço.
“Foi interessante porque eu fui embora para tentar minha carreira e voltei para o lugar de onde eu comecei a sonhar para produzir e trabalhar no projeto”, completa, ao dizer que sonha com isso desde muito criança e que, às vezes, sente como se o Davi de hoje encontrasse o Davi criança do início dos anos 2000.
A produção do álbum é assinada por enzo dicarlo, que trabalhou com nomes como Pabllo Vittar e Clara Valverde e coprodução do próprio Davi Bandeira.
“Naquele meio de incertezas, se o mundo ia acabar ou não, eu comecei a trabalhar em uma perspectiva: se eu pudesse fazer o último disco da minha vida, como ele seria?”, comenta Davi. Diante dessa nova realidade, ele se juntou novamente a Dan Morais, também parceiro artístico, e juntos escreveram todas as músicas do álbum. O processo, como afirma o cantor, era como “uma terapia no meio do caos”.