A crueza das ruas cariocas surge de modo explosivo em Lágrimas de Toscanini, disco de estreia de Enio Berlota & A Nóia.
Consolidando uma jornada de diversos nomes do underground do Rio de Janeiro, o álbum já chega com aura de um registro histórico pela Caravela Records.
“Nossa inspiração foi de deixar registrado o calor de nossa apresentação, as canções que nascem uma nas outras através dos arranjos, a dinâmica dos instrumentos. O disco foi gravado ao vivo, em um dia. Então tem essa energia brutal, elétrica de pessoas tocando juntas”, reflete Enio Berlota.
Enio é poeta e uma figura icônica da contracultura carioca, conhecido pela acidez dos seus versos, cantados a plenos pulmões com urgência. Ele formou sua banda com grandes artistas. Após diversos experimentos, a formação atual consolida o que poderia ser um projeto solo com uma realização coletiva.
A banda Enio Berlota & A Nóia conta com o baixista Antônio Paoli, que é presença constante em todas as encarnações do projeto desde seu início e assina ainda como diretor musical do álbum.
Ele e o guitarrista Christian Dias tocaram juntos no power trio instrumental Astro Venga e trazem essa química para o novo projeto. Fecha o grupo o multi instrumentista Gabriel Loddo na bateria. Loddo, como baixista, já trabalhou com artistas como Elza Soares, Abayomi e Illy.
Lançado pelo selo Caravela e produzido por Dias e Loddo, o álbum foi gravado no Estúdio Carolina, em Santa Teresa, bairro boêmio carioca. O disco traz em seu nome e capa uma amostra do conceito do projeto.
“O título Lágrimas de Toscanini também faz uma ironia com o maestro, que com certeza não aprovaria a sua estética, simples e bruta. Aprovaria talvez mais pela ousadia de eu ter conseguido fazer uma obra musical – um cara, que à primeira vista é só um gordinho careca, mas que consegue emoldurar em canções sua poesia naif. Agradeço profundamente aos amigos músicos que acreditam no meu potencial profissional, em minha poesia e melodias. A capa é a fusão de quatro caras num só: através do talento individual conseguimos dar uma coesão única ao som que fazemos”, resume Enio.