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Crédito: Ivan Erick

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Entrevista | Mel – “Ser uma mulher trans no mundo das artes ainda é negociação”

Na década passada, a Banda Uó, de Goiânia, movimentou o cenário musical brasileiro com uma mistura envolvente de música pop com tecnobrega. Além disso, revelou três nomes bem talentosos: Davi Sabbag, Mateus Carrilho e Mel Gonçalves. Do trio, somente Mel ainda não havia mostrado seu trabalho solo, após o término do grupo, em 2018.

Na última sexta-feira (9), ela lançou o primeiro single dessa nova fase, A Partir de Hoje, que ganhou videoclipe.

“Demorei porque o tempo é complicado. Nem sempre a gente consegue se realizar e estar pronta dentro do nosso planejamento. Além do mais, mesmo já tendo uma trajetória na música, ser uma mulher trans no mundo das artes ainda é local de negociação. Tudo isso pesou e fez o tempo ser maior. No fundo considero que foi totalmente necessário”, comenta Mel.

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No entanto, o período sem lançar música solo não a impediu de investir em outras frentes. Mel estreou sua carreira no cinema no longa Vento Seco, de Daniel Nolasco, que foi selecionado para o Berlinale, o Festival de Internacional de Cinema em Berlim, de 2020. O filme tem temática LGBTQIA+ e ainda conta com Leandro Faria Lelo, Rafael Theophilo,Renata Carvalho, Del Neto, Macelo D’Avilla, Leo Moreira Sá e Conrado Helt.

Caldeirão de influências da Mel

Quem escuta o novo trabalho de Mel consegue identificar um caldeirão de influências. Todos muito bem representados. Em resumo, a cantora cita nomes como Gipsy King’s, Maria Bethânia, Loreena Mckennitt, Sade, Erykah Badu, além de ritmos como carimbó, jongo, tribal fusion, zouk love, entre outros.

“Esses artistas e esses ritmos são referências meio universais, é preciso ouvi-los! Ao mesmo tempo a gente sempre acaba imprimindo o nosso jeitinho quando colocamos no nosso corpo”.

A cantora acredita que traz um pouco das vivências com a Banda Uó para o trabalho solo, o que pode facilitar o reencontro com o público.

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“É sempre bom mudar! Mesmo lá na Banda Uó, eu sempre fui camaleoa e agora solo não poderia ser diferente. Aprendi a encarar as coisas de frente e resolve-las mesmo enfrentando o desmembramento e a transfobia. Aprendi a lutar pelo que é meu e pelo que acredito ser bom pra mim, por mim e por quem acredita no meu trabalho. Acho que a principal mudança foram as minhas responsabilidades que aumentaram. Por ser uma artista independente, solo, tudo ainda é barril”.

A Partir de Hoje é o primeiro passo de um álbum completo da cantora. Posteriormente os planos são ambiciosos.

“O que posso dizer ainda é pouca coisa, mas fará parte de um trabalho maior e mais bem diagramado. Temos trabalhado muito pra isso. Espero que se apaixonem pelo que virá”.

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