Gabriel Grossi e Arismar do Espírito Santo, renomados representantes da música instrumental brasileira, se uniram em uma homenagem a Dominguinhos. O resultado é o álbum Domingou, que reunirá 15 músicas, sendo 12 do próprio Dominguinhos, duas de Arismar dedicadas ao mestre e uma faixa composta no estúdio, uma parceria entre Arismar e Gabriel, que empresta seu nome ao disco. Para dar o pontapé inicial ao projeto, o single De Volta Pro Aconchego já está nas principais plataformas.
O álbum será lançado pela gravadora Biscoito Fino, e De Volta Pro Aconchego chega próximo de uma data simbólica: 23 de julho marca o aniversário de dez anos da morte de Dominguinhos. O propósito desse resgate é mostrar como está viva a chama de uma das obras mais plurais, inventivas e atemporais do nosso cancioneiro popular.
Não por acaso, De Volta Pro Aconchego foi escolhida para iniciar a divulgação do álbum pelo seu poder de atravessar gerações e conquistar o coração do Brasil ao falar de amor.
Essa canção, fruto da genialidade de Dominguinhos e da sensibilidade de seu parceiro e letrista Nando Cordel, ganha agora uma versão instrumental com gaita e baixo, interpretada por Grossi e Espírito Santo pela primeira vez em disco.
De Volta Pro Aconchego tem uma história tão cativante quanto seu título. Durante um almoço, Dominguinhos contou a Nando Cordel sobre uma briga que havia tido com sua esposa e como ele queria voltar para casa de qualquer maneira. Nesse momento, compartilhou a linda melodia da música. Assim, a composição retrata a saudade de um amor e o reconfortante calor de um beijo da pessoa amada.
A temática ecoou nos corações Brasil afora. Lançada como abertura da novela Roque Santeiro em 1985, De Volta Pro Aconchego conquistou o primeiro lugar nas paradas de rádio e ficou por mais de um ano nos ouvidos dos brasileiros, na voz marcante de Elba Ramalho.
Agora, esse clássico da música nacional recebe uma nova roupagem instrumental com gaita e baixo, interpretados por dois grandes expoentes desses instrumentos e da música instrumental brasileira.
De maneira criativa, Arismar e Gabriel revisitam e reinventam a obra de José Domingos de Morais, o Dominguinhos, apresentando versões emocionantes em um formato único – ou, como eles mesmos gostam de chamar nessa homenagem, zabumbaixo e fole de boca. Além disso, Arismar também tocou violão e piano, enquanto Gabriel assumiu a harmônica baixo.
Toda a motivação desse mergulho intenso na obra de um dos grandes nomes da música regional brasileira veio da admiração em nível pessoal e profissional. Gabriel Grossi e Arismar do Espírito Santo não apenas tocaram e gravaram ao lado de Dominguinhos, mas também foram seus amigos próximos.
Conviveram intimamente com ele e compreenderam profundamente a essência desse gênio da música brasileira. Surge então a necessidade de transformar todo esse amor e admiração em música.