O quarteto paulistano Hiënaz vai lançar duas músicas que aliam seu stoner rock a outras sonoridades. Em resumo, do violão 12 cordas ao math rock, passeando pelo southern rock ao sludge. O primeiro lançamento é Olhos de Cobra, a música mais complexa e pesada composta pela banda, distribuída pelo selo Abraxas Records.
Olhos de Cobra tem uma introdução de violão 12 cordas, mas logo o peso faz o estardalhaço. Apresenta-se com um potente riff à la Zakk Wylde, que reverbera também num breve solo antes mesmo do refrão. O ritmo vai ficando frenético, com vocalizações que aumentam a tensão da música.
O peso extra em Olhos de Cobra é um ponto de inflexão no atual momento da Hiënaz, desde o ano passado com a formação fixada com Felipe Dhël (baixo), Julio Cëzar (guitarra e vocal), Pëter Kerr (guitarra) e Tömmy Omarsson (bateria).
O quarteto arremata cada pedaço da composição com harmonias e arranjos intrigantes, sempre totalmente audíveis e perceptivos na produção de Cello Nascimento, no m6 Studio, de São Paulo.
Olhos de Cobra fala sobre o vício em jogos e apostas, mas é também sobre desejos. E em um jogo de dados, por exemplo, é melhor não cair no um e um (o fatídico snake’s eys = olhos de cobra), porque a derrota em uma jogatina jamais é o fim, pelo contrário, é a ansiedade e vontade por mais uma rodada.