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Crédito: Caril

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Jasmin Godoy faz jornada indie pop psicodélica em Show Me The Way

A cantora, compositora, produtora musical e multi-instrumentista Jasmin Godoy convida a uma viagem por curvas tortuosas e inesperadas em seu primeiro álbum solo, Show me the Way, que chegou ao streaming nesta quarta-feira (12).

O trabalho conta com nove músicas pessoais e profundas, que exploram temas como solitude, vulnerabilidade, recomeços e autodescoberta – inspirado por uma experiência transformadora que Jasmin teve ao percorrer, a pé, o Caminho de Santiago. A artista traça um paralelo da sua Europa natal até as montanhas do norte de Minas, criando pontes humanas a partir de vivências universais.

Jasmin Godoy traz dentro de sua alma as marcantes curvas, estradas e traçados que vão desde a arquitetura arrojada de Rotterdam até os rios e cachoeiras de Minas Gerais, passando pelas ruas e colinas de Belo Horizonte. Agora, ela reinventa essas imagens de forma única e em som, mesclando folk alternativo com nuances psicodélicas europeias e um toque de inspiração do Clube da Esquina.

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As canções deste álbum surgiram de um período de solitude vivido pela artista a partir do desejo de recomeçar, se redescobrir e se colocar aberta a novos caminhos. Essa solitude acessa aconchego, fúria, incertezas, mas sobretudo um desejo implacável de continuar. Por isso, o álbum abarca uma sinceridade apurada que cria um laço de intimidade com o ouvinte, uma busca pelo performático, um olhar para o ambiente onde se está como parte da construção social.

“Eu e minha co-produtora visual Caril queríamos que o disco tivesse uma representação visual profunda, ritualística e íntima por isso a gente entrou em um processo criativo muito extenso de um ano e meio, gravando imagens para o disco. Da capa até os visualizadores, e também videoclipes”, revela Jasmin, que já lançou Honestly.

Essas canções surgem da quebra da casca, da transição dolorosa da borboleta saindo do casulo, do sentimento angustiante de passar pela noite escura da alma e do despertar para si mesma. Jasmin sempre foi fascinada pelo caminho, pela estrada da vida e pela busca da autenticidade. Suas músicas são como paisagens musicais, raramente repetindo trechos e quase sempre apresentando uma melodia e harmonia em constante mudança.

Assim como sua vida pessoal, em suas letras ela questiona tudo: crenças, o significado dos eventos, do amor e do amor próprio, e depois busca uma lição espiritual em tudo isso. A maioria de suas canções reflete sua batalha interna com o conceito de “verdade”, não querendo enfrentá-la, mas sabendo que é necessário, e uma busca eterna por esse ideal.

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A jornada

No verão de 2019, Jasmin decide percorrer o Caminho de Santiago para transformar a solidão em solitude, num movimento de introspecção e reencontro pessoal. Ela andou por 700 km, a maior parte do tempo completamente sozinha, pelos vales e paisagens desertas da Espanha, e atravessou três montanhas, carregando apenas uma mochila com duas roupas. Godoy tinha somente a si mesma, e isso era exatamente o que precisava: estar sozinha, mas também aprender a ser amparada pelos outros.

“No Camino, você aprende muitas lições, que tudo o que acontece ali é uma metáfora para a vida, incluindo como lidar com circunstâncias fora do Camino também. É quase como uma vida completa compactada em um mês. Os encontros que você tem, a luta física, o torpor mental, as vozes na sua cabeça, as histórias que você conta a si mesmo. Se você estiver muito consciente, pode extrair muitas lições de todos esses eventos. Parte do meu Caminho foi aprender a estar sozinha e depender apenas de mim mesma. Mas, para isso, eu precisava me aceitar. Aprender a estar plenamente presente exatamente como sou e me apresentar diariamente”, recorda.

As escolhas

A ideia de representar todos os caminhos percorridos foi necessária para esse debut porque o álbum é uma homenagem a todas as escolhas feitas no passado, boas e ruins, que levaram a artista até o momento atual. Através desses caminhos, ela passou por mudanças e se tornou uma pessoa mais autêntica e verdadeira. A inspiração vem da ideia de estar em um eterno caminho, estar consciente dos sinais e olhar para a vida como uma jornada guiada.

Além disso, a importância do Caminho de Santiago na composição do álbum foi como um divisor de águas em sua vida, que recapitulou tudo e deu uma liga em tudo que ela já vinha construindo musicalmente. A experiência trouxe ensinamentos e simbologias que foram incorporados ao disco, como a concha, símbolo do Caminho, que se relaciona com o processo de se abrir e se mostrar como a verdadeira pessoa que ela é.

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Toda essa jornada se conectou ainda mais fortemente com as raízes de Jasmin no Brasil. A região do norte mineiro é a sua mais forte ligação com o país, abarcando sua cultura e musicalidade em suas canções. A equipe e os músicos envolvidos no álbum são predominantemente de Montes Claros e Belo Horizonte, e essa escolha também foi uma forma de valorizar e destacar os artistas da região.

O caminho percorrido

Nascida em Rotterdam em uma família composta por uma mãe holandesa e um pai brasileiro, Jasmin foi extremamente influenciada pelas melodias que ouvia em casa. Seu pai, Marcelo Godoy, é um músico renomado de Montes Claros, no norte de Minas, e os sons do sertão e da música mineira foram se misturando na raiz de tudo que ela foi criando. Compositora desde a adolescência e formada em música na Holanda, a artista escolheu Minas Gerais como seu lar e inspiração.

Colaborando com artistas como André Oliva, Caio Bastos e Pedro Neves, além de A Outra Banda da Lua, ela se aproximou da cena da terra de seu pai, Marcelo. No ano passado, lançou VÉUS, um disco ao vivo, com participação de sua irmã Tiaya Sengers Godoy.

Após anos aprimorando uma identidade, buscando suas raízes e seu caminho, ela apresenta seu debut como um renascimento. Show Me The Way mostra uma artista que, ao não se sentir 100% holandesa e nem 100% brasileira, misturou as duas partes em algo único e usando outra língua, a inglesa.

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A simbologia de todo esse renascimento faz do álbum uma espécie de batismo. “Sempre fui uma pessoa cheia de rituais. Eu rezo muito para os meus anjos, eu peço muita licença à natureza, eu faço limpeza energética sempre com palo santo, eu crio altares, eu escrevo no meu diário. Rituais pra mim são como voltar pro meu eixo e entender a vida através da espiritualidade e encontrar sinais dos meus guias. Quando você abre o portal, as mensagens vêm”, resume Jasmin.

Gravado no conceituado estúdio Ilha do Corvo, o disco foi feito por uma equipe de artistas mineiros com co-produção do vencedor do Grammy Latino Leonardo Marques (Bala Desejo, Maglore).

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