Músico, pianista e compositor brasileiro, Jonathan Ferr transforma jazz, neo soul, hip hop, música eletrônica em jazz psicodélico e futurista. Natural de Madureira, Zona Norte do Rio de Janeiro, Ferr lançou, pela Som Livre, o EP Livre, em parceria com a Orquestra Ouro Preto, com releituras de duas faixas do Charlie Brown Jr.
“Eu ouço muitas coisas que a galera não sabe que eu curto, às vezes acho que até se surpreendem. É o caso da minha relação com o Chorão, eu sempre gostei das músicas do Charlie Brown, além de ter uma empatia com a figura do vocalista. Carismática e simpática, trazia as vivências da rua, do som periférico de forma muito disruptiva. Ele falava coisas que ninguém falava. Por isso a escolha das músicas do Charlie Brown Jr. para este novo trabalho autoral e envolto de muita pesquisa, junto a Orquestra Ouro Preto”, comenta Ferr.
O EP Livre é composto de duas faixas do Charlie Brown que sempre tocaram Jonathan: Céu Azul e Lugar ao Sol. Para o artista, ambas as faixas falam sobre o amor, de forma profunda e sagrada.
Para o projeto, o pianista revisitou as músicas do Chorão e trouxe uma releitura, uma nova versão dentro do jazz futurista dentro do seu trabalho de inovação e pesquisa.
“Eu peguei trechos das músicas que faziam sentido para mim e trouxe para o jazz futurista, para dentro da realidade do meu trabalho. O EP é uma versão de Charlie Brown Jr. por Jonathan Ferr, não um cover. É a experimentação junto a recursos tecnológicos como vocoder e autotune, ferramenta que gosto muito de usar como forma de linguagem, mas que nunca vi ninguém usando dentro de um ambiente jazzístico.
Para o músico, o EP sintetiza o caminho que ele quer seguir, o novo perfil artístico que busca, que é o caminho da inovação. Utilizar as ferramentas tecnológicas dentro da música para experimentar, mesclar as linguagens do trap, rap, do funk, dentro do jazz futurista.
Apesar de nunca ter ido a um show do Charlie Brown, Jonathan Ferr acompanha desde jovem a trajetória musical da banda, além de outras referências que são fora da caixa, como Nirvana e Slipknot, até MC Cabelinho e TZ da Coronel. Somado a isso, o artista também explora dentro do Urban Jazz referências musicais de nomes como John Coltrane e T-Pain, além de claro, a própria Orquestra de Ouro Preto, que Jonathan possui forte admiração.
“Eu já acompanhava o trabalho da Orquestra pelas redes sociais e já tinha visto que eles tinham gravado coisas muito legais, com parcerias incríveis como Pato Fu tocando músicas do Nirvana. Achei super fora da caixa, o que conversa com meu trabalho como um todo, o olhar futurista, de experimentação. Então, os convidei para fazer parte deste projeto e eles logo toparam, pois também acompanhavam o meu trabalho e tudo fazia sentido. Estou muito feliz de realizar esse sonho antigo que é gravar com uma orquestra”, finaliza Ferr.