Precursor do urban jazz no Brasil e reconhecido por inserir elementos de outros ritmos em suas produções, o músico afrofuturista Jonathan Ferr lançou o álbum Liberdade.
Com participações especiais em todas as 10 faixas, das quais nove são inéditas – a única já conhecida do público é Lá Fora, com Coruja BC1 e Zudzilla, o projeto chegou às plataformas de streaming na última sexta-feira (27) pelo slap, selo da Som Livre.
Por meio de parcerias com nomes que imprimem diversidade na música brasileira, como Luedji Luna, Kaê Guajajara, Rashid, Tássia Reis e Tuyo, Jonathan busca explorar o conceito de liberdade em diferentes frentes.
O músico multi-instrumentista leva o ouvinte a um mergulho profundo, que reflete muito de Ferr enquanto artista, mas que também pretende provocar a quem ouve, além de estimular a propagação dessa expansão de consciência.
A música de trabalho Meu Sol, que aposta na parceria com rimas do rapper Rashid intercaladas pelo refrão cantado pelo duo Àvuá e pelo próprio Jonathan, uma das novidades neste novo trabalho, chega também com videoclipe no dia do lançamento.
O roteiro é de Ferr, que também assina a co-direção ao lado de Leo Ferraz. O ator Aílton Graça é o protagonista convidado para a produção, que aposta em uma narrativa sobre a posse do primeiro presidente negro do Brasil.
Jonathan aparece como um ativista do partido Irmandade, uma brincadeira que ele já apresenta em seus shows. A música fala de esperança e preencheu os bastidores do videoclipe com muita emoção.
O álbum apresenta vocais em nove das dez canções, sendo 90% cantado por mulheres, e Jonathan faz sua estreia como cantor em três faixas.
O disco encerra com “O amor não morrerá”, produzida com Lóssio, em que Ferr canta sozinho fazendo da letra um resumo de todo o projeto, deixando a provocação: o que é liberdade para você? “Falar de liberdade é falar de algo que é inerente ao ser humano. Espero que as pessoas possam se conectar tanto quanto eu tô conectado com esse tema, e a partir disso possam gerar outras coisas, situações, debates, álbuns… Esse projeto é uma grande provocação, né? Do que é ser livre, do que é emancipar e ser emancipado”, diz o artista, deixando claro que a natureza do novo trabalho é também coletiva.
Jonathan é responsável por toda produção sonora do álbum, e além do piano, o músico também está no comando dos baixos synth, dos sintetizadores e dos pianos rhodes.