Cinco anos depois de lançar o festejado Azul Moderno, Luiza Lian está de volta com um disco composto em 2019 que fala muito sobre o momento que vivemos desde 2020. O choque e o trauma que atravessamos nestes anos conversam muito com a temática do novo álbum, que foi meticulosamente trabalhado apenas por Luiza e seu produtor, Charles Tixier, durante todo este período turbulento que atravessamos.
Ao contrário do disco anterior, este novo 7 Estrelas | quem arrancou o céu?, quarto álbum da artista paulistana, é uma obra concebida e criada apenas pelos dois, sem participações externas (à exceção de uma música). E o primeiro passo nessa nova jornada é Eu Estou Aqui, lançado nesta sexta-feira (7).
O primeiro single do disco é o momento em que o álbum torna-se menos sintético e mais orgânico e Luiza Lian retoma sua poesia falada, levantando questões que soam tão absurdas quanto sem resposta (Onde é o fim do mundo? Que horas chega o futuro? Qual é a altura desse muro?), ao mesmo tempo em que lembra de Ataulfo Alves, ao cantar “Morre o homem, fica o drama”, em vez de “fica a fama”, como no samba original.
“Eu sinto que esta música é como um manifesto sobre o disco e também sobre a importância da presença e a falta de presença”, explica a cantora e compositora, enfatizando que o novo álbum também fala sobre essa era virtual e plástica que vivemos atualmente.
“É o momento de dizer ‘eu existo’, apesar do mundo estar acabando, apesar das pessoas estarem perdidas em seus espelhos, a gente ainda está aqui, a gente ainda vive e ainda morre, o mistério segue sendo um mistério, vida e morte com sua dádiva e desorientação.”
Reconhecida por seu trabalho fortemente audiovisual, Luiza traz junto com o single sua primeira obra imagética. Com animação de Brunno Balco, o vídeo manifesto de Eu Estou Aqui surpreende ao apresentar a letra, convidando o espectador para um mergulho na poesia da cantora e compositora paulistana, num jogo de palavras que dão o tom do álbum 7 Estrelas | quem arrancou o céu?.