Por meio de um mergulho criativo de escrita diária, a niteroiense Rebeca começou a escrever, ainda na pandemia, as canções que integram agora Espiral, o seu segundo álbum solo, lançado pela Deck.
“Antes eu tinha uma abordagem mais tímida, criava com base nas letras de outros compositores. Decidi então descobrir a minha identidade musical, sem me ‘esconder’ atrás de outras composições”, divide a cantora, que contou com a parceria da artista Manny Moura durante essa escrita.
Gravado entre 2020 e 2024 em Niterói, Rio de Janeiro, São Paulo, Boston e Los Angeles, o disco tem produção musical assinada por Rebeca e Rodrigo Martins, indicado ao Grammy Latino por seu trabalho com o cantor Rubel.
“O conceito das músicas evoluiu muito durante a produção, refletindo minha busca para entender quem sou e explorando meus relacionamentos, não apenas amorosos. Abordei minhas reações diante de frustrações, reconhecendo-as e recalculando a rota. Falo sobre medo, desejo, vulnerabilidade, desistência e o espaço para o novo. É uma fase de transição entre os meus 24 e 28 anos, vivendo em três cidades: Niterói, São Paulo e Rio”, compartilha a artista que tem – só no Spotify – mais de 600 mil ouvintes mensais e ficou conhecida por participar do The Voice em 2015, além das performances e canções pela banda Gragoatá e feats com Rubel, Julio Secchin, entre outros.
A sonoridade das faixas traz influências de artistas ouvidas por Rebeca durante a construção do trabalho, como Joni Mitchell, Phoebe Bridgers, Lana Del Rey, Bjork, Clairo, Adrianne Lenker (Big Thief) e Adriana Calcanhoto.
De caráter confessional, as músicas trazem a voz como ponto central para expressar os sentimentos retratados nas composições.
“Meus arranjos vocais são elementos fundamentais na identidade das minhas músicas. A voz, para mim, é mais do que a melodia principal, é meu instrumento principal de expressão por meio do qual exploro noções rítmicas e harmônicas”, conta Rebeca.