Inspirado nas músicas ouvida nos bares, rodoviárias, celulares e ruas da extrema Zona Oeste do Rio, Riko Viana busca a beleza de abraçar as raízes de um modo pop, brega, funkeado, sensual e brasileiríssimo. Metarmofose marca uma fase do artista entre o pop e o bregapunk unindo elementos do hip hop, baião, afrobeat, reggaeton, funk, tecnobrega fazendo referências ao candomblé, em um trabalho que celebra a identidade do cantor, compositor e produtor musical para muito além do pertencimento à multidão.
“Quando se pensa em hip-hop, pensamos logo naquele modelo estadunidense, sem batucada, mas o conceito popular do que é hip-hop é de música feita por pessoas periféricas, com pouco recurso e de alcance de massa, e que transformam esse pouco recurso em linguagem. Quando olhamos para o Brasil, quais músicas são feitas com pouco recurso por pessoas periféricas e que tem alcance de massa? Então o samba é em parte hip-hop, o funk e o brega também são”, reflete Riko.
Após anos com um trabalho voltado para a MPB nos EPs Anelo e Ao Vivo no Estúdio PlayRec, Riko Viana abraçou suas raízes nordestinas e suburbanas ao se reinventar no que chama de XAMEGARIA, um som para ouvir junto, tropical e sexy. Porém, esse reencontro veio de um processo de dor.
“Eu já estava numa jornada de mergulhar na minha ancestralidade nordestina, após sofrer um episódio de xenofobia. Fui chamado de nordestino em tom pejorativo dentro de um supermercado em um bairro nobre do RJ e desde lá mudei como pessoa e como artista. Fiz meu barraco, não deixei por baixo. Mas aquilo fez eu me reconectar com minhas raízes nordestinas”, conta Riko, que faz de sua arte uma reflexão sobre a vivência como fruto do êxodo nordestino se misturando à cultura das favelas e periferias cariocas.
Este é um lançamento do selo 2Bit Records, iniciativa baseada em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, que é ao mesmo tempo o bairro mais populoso do Brasil e uma área com pouco olhar da mídia e autoridades.
Capitaneado por Xavier2bit e Riko Viana, o selo visa a trazer as sonoridades do subúrbio real, indo do rap ao funk, do Piseiro ao Trap, amplificando vozes e mensagens que se comunicam diretamente com as pessoas de forma popular, fazendo música popular de verdade.