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Foto: Daryan Dornelles

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Entre o space rock e colagens surrealistas, Rod Krieger lança A Assembleia Extraordinária

Pode-se afirmar que A Assembleia Extraordinária (Café8 Music) é uma obra artesanal. Produzida de forma solitária na pequena aldeia de Sobral do Parelhão, no interior de Portugal, ela traz Rod Krieger no seu momento mais particular. Em nove faixas, ele dá vida a uma narrativa por vezes introspectiva, porém quase sempre irônica, que também sairá em filme.

Quase todos os instrumentos do álbum foram Rod Krieger quem tocou, com exceção do piano e a flauta de Cai o Sol e Sobe a Lua, respectivamente assinados por João Nogueira e João Mello, do sitar de Cabelos Longos e da tampura de O Fluxo das Coisas, ambos por Fabio Kidesh, que também está nas vocalizações da introdução, faixa-título do disco.

“Esse foi o primeiro trabalho em que fiz praticamente tudo sozinho, então tive momentos em que eu precisava me acertar comigo mesmo e decidir as coisas para poder ir para a próxima etapa do processo. Foi um aprendizado técnico e pessoal, porque ao mesmo tempo atuei como músico, produtor, compositor e engenheiro de áudio e não ter alguém para decidir as coisas do lado foi uma experiência nova”.

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A assinatura de Rod Krieger pode ser conferida não somente nas músicas, mas também nos vídeos que vão compor o filme do álbum que será lançado ano que vem. Foi ele quem roteirizou, filmou, editou, finalizou.

Para somar, imagens do fotógrafo Daryan Dornelles captadas em diferentes lugares e situações fecham a narrativa proposta. Até o momento, já foram revelados os vídeos de Cai o Sol e Sobe a Lua, Este Comboio Não Para em Arroios, Cabelos Longos e agora, com o disco, é lançado o clipe de Era.

Inclusive, sobre a faixa ter sido escolhida como música de trabalho do álbum, ele comenta.

“A fusão entre as batidas eletrônicas com melodias vocais pop psicodélicas me agradam bastante. Além disso, essa faixa representa uma sonoridade que já venho trabalhando há algum tempo. No momento em que estava gravando a música, brinquei com alguns loops e sintetizadores, o que tirou ela um pouco do rock clássico e deixou com uma sonoridade mais contemporânea.”

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Para o filme, ainda serão captados também registros documentais na turnê do álbum, que já tem datas em Portugal – dia 11 de Outubro em Leiria, no Texas Club, 18 em Caldas da Rainha, no Festival Impulso, 19 no Porto, no Socorro e fecha em Lisboa, dia 25, na Fábrica Braço de Prata – e no Brasil, sendo dia 11 de dezembro no Rio de Janeiro, no Audio Rebel, e 14 em São Paulo, no Bar Alto.

Influências do álbum

“Quando cheguei em Portugal tentei escutar o máximo de música portuguesa possível e achei que a melhor maneira seria vir de trás pra frente. Peguei os primeiros discos dos cantores clássicos como José Cid, Sérgio Godinho, entre outros, e quis entender um pouco da cena musical do país. Um disco, aliás, dois, que me chamaram muito a atenção foram os dois primeiros discos do Jorge Palma, (Como uma Viagem na Palma da Mão e o ‘Te Já). Acho eles sensacionais e escuto frequentemente, tanto que acabaram entrando para a minha lista de álbuns favoritos da vida e, com certeza, eles tiveram uma atuação forte em mim que acabou influenciando também o A Assembleia Extraordinária”, conta Rod Krieger que também aponta Aphrodite’s Child, Beto Guedes, Arnaldo Baptista, Bob Dylan, The Pretty Things e Kraftwerk como artistas que de uma forma ou de outra também guiaram as criações do álbum.

“De vez em quando eu revezava os artistas e ia para os brasileiros e fiz uma imersão no disco Molhado de Suor, do Alceu Valença. Daí, gravei Cabelos Longos. Outro disco que mexeu bastante comigo nessa jornada foi o José Cid 10.000 Anos depois entre Venus e Marte”, recorda.

E finaliza: “As influências sempre foram as mesmas, o que muda é o estado de espírito e, no caso da Assembleia Extraordinária, apesar de o corpo e o espírito estarem em solo português, havia uma parcela que ainda tinha uma saudade do Brasil, o que acabou gerando uma fusão de referências entre as minhas duas casas”.

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