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Morre Sergio Mendes, pianista e maior expoente do samba-jazz, aos 83 anos

O pianista, compositor e arranjador Sergio Mendes, grande nome do samba-jazz, morreu aos 83 anos, nesta sexta-feira (6). Mendes foi um dos responsáveis por popularizar a bossa nova no exterior, fazendo que a música brasileira conquistasse um maior reconhecimento. O músico começou a carreira musical ao lado de grandes artistas como Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Baden Powell.

Garoto prodígio, Sergio Mendes estudava no conservatório, sonhando em seguir carreira como pianista clássico. Até que, aos 15 anos, foi sequestrado pelo jazz e pela bossa nova. Nascido em Niterói, em 11 de fevereiro de 1941, aos poucos o adolescente começou a trocar as salas de aula pelos clubes e bares. Logo seu talento atravessou a Baía da Guanabara e, na virada da década dos 1950 para o 60, virou uma das atrações nos shows e nas jam sessions dos bares do Beco das Garrafas, em Copacabana.

Em novembro de 1962, Sergio Mendes seria uma das atrações do concerto de bossa nova no Carnegie Hall, em Nova York. A partir daí, aumentaram os convites para tocar e gravar com grandes nomes do jazz, encantados com o seu piano fluente, que sempre alternou balanço e lirismo. Foram tantos convites que, em 1964, ele se mudou para os Estados Unidos, onde prosseguiu a escalada rumo ao topo das paradas.

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Mendes estourou no exterior com o grupo Brasil ’66. A música propulsora foi a versão em bossa nova de Mas que nada, de Jorge Ben Jor, lançada em 1966. Anos depois, ele regravou a música com o grupo Black Eyed Peas.

Em 1967, o músico ganhou ainda mais destaque ao apresentar a faixa The Look of Love no Oscar. A música, lançada originalmente por Burt Bacharach e popularizada por Dusty Springfield no filme Casino Royale, alcançou o 4º lugar nas rádios dos EUA na versão bossa nova.

Mendes foi premiado com um Grammy em 1993, com o álbum Brasileiro. Apesar de ter sido indicado pela primeira vez em 1969 com um cover de The Fool on The Hill dos Beatles (elogiado em carta pelo próprio Paul McCartney), o único trabalho do músico a ser premiado pelo Grammy foi o disco Brasileiro, na categoria Melhor Álbum de World Music. O disco conta com ampla colaboração de Carlinhos Brown.

Magalenha, um dos maiores sucessos de Mendes, composta por Carlinhos Brown, está no disco premiado. Esta é a faixa de Sergio Mendes mais ouvida em plataformas de streaming, acumulando mais de 115 milhões de reproduções.

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Sergio foi indicado outras três vezes ao prêmio, e ganhou dois prêmios no Grammy Latino. Em 2005, ele foi homenageado com o prêmio de Excelência Musical por sua contribuição para a música latina. Em 2010, venceu na categoria de Melhor Álbum de Pop Contemporâneo Brasileiro com Bom Tempo.

 Em 2021, lançou a coletânea Sergio Mendes 80 Anos: Bossas do Brasil, que conta com 21 faixas selecionadas e focadas no melhor dos seus primeiros anos nos EUA, apresentando uma perfeita simbiose entre o jazz e a música do Brasil. Elas vêm de quatro álbuns instrumentais lançados originalmente pelo selo Atlantic, The swinger from Rio (1964), In person at Matador! (1965, gravado ao vivo num clube de jazz de São Francisco), The Great arrival (1966) e Favorite things (1967).

Alguns dos principais criadores da bossa nova marcavam presença no repertório, incluindo Tom Jobim (Inútil paisagem, Bonita, Vivo sonhando, Só danço samba…), Carlos Lyra (Maria Moita), João Donato (Jodel, Caminho de casa) e Baden Powell (Consolação). Mas, esses discos também apresentaram ao mundo a então emergente geração da MPB, através de canções de Edu Lobo (Canção do amanhecer e Veleiro), Caetano Veloso (Boa palavra), Dori Caymmi (O mar é meu chão). E ainda há uma das raras e preciosas composições de Sergio Mendes, Noa noa.

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