“Música triste para dias felizes, ou talvez o contrário”, é assim que a Thrills & The Chase define o estilo de som que faz desde 2010 na capital paulista. Atualmente formada por Calvin Kilivitz (voz), Claudio Guidugli (teclados), Fabio Machado (baixo), Louis Daher (guitarra) e Zé Telles (bateria), a banda lançou o segundo disco de estúdio intitulado Thrills After Dark.
“Há pelo menos três temas que se repetem ao longo das oito faixas – ansiedade, frustração com o mundo moderno (leia-se era da informação e pós-capitalismo) e religiosidade. O resultado é essa justaposição entre letras sorumbáticas e instrumental enérgico”, revela Calvin Kilivitz.
Com letras permeadas de figuras de linguagem cristã – a palavra inferno aparece em metade das faixas, enquanto outras citam demônios, apocalipse, imolação e o conceito da noite escura da alma, Thrills After Dark foi em grande parte gravado ao vivo no Estúdio Aurora, com produção de Carlos Freitas e Júlio Miotto.
“Os únicos elementos que não fazem parte dos takes ao vivo são algumas das vozes principais e as dobras de guitarra. Não há remendos ou truques de estúdio – acredito que as faixas se beneficiam desse estado imperfeito”, conta o vocalista.
Para comemorar o lançamento do álbum pelo selo Craic Dealer Records, a banda divulgou nesta segunda-feira (28), o videoclipe da faixa A Special Place in Hell, que de acordo com Kilivitz, é uma cavalgada conduzida por riffs de guitarra inspirados no glam rock.
“A letra fala sobre a frustração com ativismo de sofá, hustle culture e gig economy (não sei se há equivalente em português para esses termos, e me surpreenderia se houvesse, dada a tendência dos faria limers aos anglicismos). Certas startups e colossos do Vale do Silício são citados diretamente, na expectativa demasiadamente otimista de que no futuro essas referências se tornem obscuras”.
O videoclipe foi dirigido e produzido por Roberta Fabruzzi e conta com a atuação da bailarina Carol Esposito. “O clipe é um acompanhamento não-convencional para o que talvez seja a composição mais convencional do disco”.