Estação Liberdade (Deck), novo álbum do Vanguart, já está disponível para audição. Após a pandemia e uma pausa na carreira, os compositores Helio Flanders e Reginaldo Lincoln voltam com repertório mais forte até hoje, revelando uma maturidade que apenas duas décadas de estrada poderiam trazer. Canções bem resolvidas, flertes com o passado, refrões assobiáveis, reflexões profundas sobre partidas, chegadas, morte, vidas, sonhos e a dura realidade do dia a dia.
Quando cantam na faixa de abertura que dá título ao disco “O nosso amor vai surpreender o fim” parecem estar cantando para algum amor, mas também para si mesmos — e cá estão, vivos, saudáveis, com a energia de debutantes da música que querem dar.
Destaques para Luna Madre de La Selva, uma espécie de reencontro com a latinidade cuiabana dos primeiros álbuns, O Mais Sincero, com o poderio pop de seus maiores hits de outrora, a lúdica Rodo o Mundo Todo no Meu Quarto (com arranjo de madeiras e sopros de Alberto Continentino) e Pedaços de Vida, o momento mais denso de um disco que parece ser como a vida, ou como uma longa viagem de trem, com seus sabores e dissabores, sorrisos e tristezas.
Ao fim da escuta, a sensação que fica é que o Vanguart retoma o seu próprio trem, de alma lavada e coração aberto, como a estrada que os trouxe até aqui — e novamente os espera.