A banda santista Zimbra lançou o álbum Pouso, o quinto de estúdio, nesta sexta-feira (30). O novo registro já está disponível em todos os apps de música pela Midas Music. O trabalho é o primeiro desde o acidente com o baixista Guilherme Goes, que perdeu quatro dedos da mão direita.
No final de 2023, a banda manifestou seu desejo de entrar em estúdio novamente. “Conversamos sobre isso com o Rick (Bonadio, produtor musical), que se amarrou em fazer, e então começamos a nos mexer já mandando algumas prévias de músicas pra gente fazer uma seleção do que seria gravado”, conta Bola, vocalista da banda. Esse processo iniciou-se em março deste ano, com o renomado produtor Rick Bonadio e Sergio Fouad no estúdio Midas, onde o álbum começou a ganhar forma.
Pouso traz uma sonoridade mais rock e minimalista, resgatando o conceito de “banda de rock” que marcou os primeiros trabalhos da Zimbra.
“Temos aí o grande ponto dele… quisemos explorar o conceito de ‘banda de rock’ preservando o máximo que a gente pudesse pra fazer a sonoridade soar como se estivéssemos apenas nós quatro tocando mesmo”, explica Bola. Essa abordagem remete aos álbuns O Tudo, o Nada e o Mundo (2013) e Azul (2016), enfatizando um som mais cru e autêntico.
A escolha do título Pouso reflete a introspecção e a autoanálise presentes nas músicas da Zimbra. “Pouso vem da ideia de repouso, você vai voar lá fora e volta para pousar no mesmo lugar. Repensar e viver um novo dia”, comenta Bola.
O álbum aborda temas de autocrítica e debate interno, aceitando e oferecendo palavras duras, mas necessárias, como uma forma de conexão com a comunidade. “É o fio condutor de quase todas as músicas. Aceitando o espaço que criamos nos últimos anos para criar músicas reflexivas e introspectivas. Oferecer de caso pensado para as pessoas”, acrescenta Bola.
A composição das faixas foi um processo colaborativo e detalhado. “Eu (Bola) tinha várias músicas de diversos momentos da minha vida entre 2014 e 2023… outras em parceria com o Vitor, e uma que entrou por último que é uma parceria entre eu, Deco Martins (Hotelo) e Math Basso”, revela.
As músicas passaram por uma pré-produção em Santos antes de serem lapidadas no estúdio Midas. “Conforme a gente ia mandando as músicas pro Rick e pro Serginho, o feedback voltava em cima das que eles gostavam mais e a gente começou uma espécie de pré-produção dos arranjos em Santos, entre nós quatro mesmo”.
A faixa O Que Era Certo, que faz parte do projeto, já foi lançada nos aplicativos de música em 2 de agosto. Esta música reflete sobre o processo de fim e reorganização após mudanças de rota. “O que era certo é uma música sobre viver o processo do fim e lamber as feridas”, descreve Bola.
O próximo single, Eu Vi Tudo, aborda uma autoanálise constante. “Eu vi tudo é uma espécie de olhar pra si… uma prestação de contas consigo mesmo o tempo inteiro”.
A banda está entusiasmada com o lançamento. “Estamos muito empolgados e felizes com o resultado do trabalho, o Serginho e o Rick nos deram muita liberdade e acreditaram muito no que queríamos fazer nesse disco em termos estéticos e conceituais”, comenta Bola.
Com uma trajetória que inclui apresentações em grandes palcos como Rock in Rio (2019) e Lollapalooza (2016), Zimbra continua consolidando seu nome no cenário musical brasileiro.
Zimbra é uma banda de rock alternativo de Santos com influências de música brasileira dos anos 70/80 até os dias atuais. Com fãs espalhados de norte a sul do país, a banda se destaca por sua autenticidade e paixão pela música.