O especial dos 50 anos de Woodstock entra em sua terceira parte, com foco na localização do evento e mais alguns desdobramentos até a maratona dos shows. Não leu as duas primeiras partes? Siga aqui a primeira, depois a segunda…
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Depois de definido o local, marcaram os dias 15, 16, e 17 (sexta, sábado e domingo) de agosto para realizar a Feira de Artes e Música de Woodstock.
No entanto, depois de investirem quase US$ 2 milhões em contratos, equipamentos, divulgação e infraestrutura e já terem vendido boa parte do ingressos, veio a notícia que ninguém esperava: a comunidade de Wallkill, onde se localizava Woodstock, reagiu.
Preocupada com a degradação do meio ambiente, entre outras inconveniências, exigiu da câmara de vereadores a cassação da licença para a realização da feira. A decisão veio ao descobrir que a previsão estimava a presença de mais de 50 mil pessoas. Em sua maioria, segundo os moradores, hippies, baderneiros e vendedores de drogas.
Diante do inesperado e com menos de 30 dias da inauguração da feira, os promotores tinham pouco tempo para encontrar um lugar alternativo, caso contrário tudo seria cancelado e os prejuízos seriam incalculáveis.
Novamente o jornal
Foi quando novamente o jornal entrou em cena. Uma nota dava conta do cancelamento da feira. Ao ler a notícia, Elliot Tiber, proprietário de um pequeno resort decadente em White Lake, em Bethel, viu a oportunidade. Não pensou duas vezes na hora de reerguer o movimento dos seus negócios.
Decidiu, então, entrar em contato com os promotores oferecendo seu espaço e a garantia de liberar o evento, uma vez que ele era presidente da Câmara de Comércio da cidade e tinha a licença válida exclusiva para a realização de feiras e outros eventos.
Em poucas horas, Elliot estava reunido com Michael Lang e sua equipe. Entretanto, chegaram a conclusão que o espaço oferecido era muito pequeno.
Sem outra saída, Elliot os levou até seu amigo e vizinho Max Yasgur, proprietário de uma enorme fazenda de laticínios, com um pasto a perder de vista.
Max Yasgur, com 49 anos na época, era um senhor simpático e generoso. Porém, na sua simplicidade de gente do campo, pediu apenas US$ 50 por dia pela área. Inegavelmente, o negócio foi fechado.
A nova casa de Woodstock
A partir disso, a Feira de Artes e Música de Woodstock estava de “casa nova”. Embora distante 80 km do local original, em Wallkill. Posteriormente, ao descobrir que haveria um público acima de 50 mil pessoas, Max Yasgur mudou de ideia. Aumentou o valor para US$ 50 mil pelos três dias.
Mesmo contrariados, os organizadores acharam justo e aceitaram o novo acordo. Para se ter uma ideia, hoje aqueles US$ 50 mil valeriam dez vezes mais.
Posteriormente, entre o novo começo e a primeira atração a subir no palco, muitas coisas aconteceram. Boa parte delas foram relatadas posteriormente em livros e outras publicações.
O livro Aconteceu em Woodstock, escrito pelo próprio Elliot Tiber em parceria com Tom Monte, lançado em 2007, é um deles. A obra retrata com muita propriedade os bastidores e histórias paralelas daqueles dias. Em 2009, o livro foi adaptado para as telas dos cinemas.
*Texto por ALDO FAZIOLI