VINICIUS SOUZA
Attack! Attack! foi uma banda de metalcore, de Ohio, que iniciou as atividades em 2007. À época, o emo estava começando a incorporar elementos do metalcore em seu mainstream. Principalmente com grandes referências sendo criadas no MySpace. Attack! Attack! não foi diferente dessas bandas no início. Porém algumas decisões questionáveis quanto às suas influências acabaram fazendo com que se tornasse referência.
Tudo começou com o lançamento do álbum Someday Came Suddenly, em 2008, alinhado com o videoclipe de um single. Para entender melhor é necessário relembrar o contexto. Attack! Attack! se tornou viral e gerou controvérsias entre os fãs de emo e metalcore. Certamente pela introdução de rimas de RAP e batidas pop em meio ao instrumental metal, algo que até então não havia acontecido.
Os sub-gêneros
Como era de se esperar, os emos amaram e os metaleiros odiaram. Isso se deve ao fato de que o emo mainstream do final dos anos 2000 já havia se adaptado completamente ao pop. Porém o que torna esse álbum realmente relevante para a sua época é a criação de dois gêneros baseados nele: o “crunkcore” (metalcore, porém com rimas de RAP) e o “crabcore”.
O crabcore também é conhecido como “emo de festa” ou metalcore pop. Esse nome lhe foi atribuído pois o clipe de Stick Stickly tem todos os seus membros “dançando” com pernas bem abertas e balançado a cabeça, lembrando um caranguejo. Essa dança virou comum entre as bandas de metalcore pop. O clipe de Stick Stickly se tornou viral. Para o bem ou para o mal, influenciou uma geração inteira do emo.
Agora, falando do álbum em si e das músicas que o compõem, ele é introduzido com uma faixa de aproximadamente 40 segundos. Nela, já temos uma boa noção do que está por vir. Hot Grills, And High Tops se baseia em uma batida de RAP, com o cantor rimando e alguns berros.
O grande hit
No final da faixa entram guitarra, baixo e bateria, que já introduzem a Stick Stickly. Se formos tratar apenas da música, é capaz que essa faixa não tivesse criado tanta repercussão. Pois se trata apenas de um metalcore, que apesar de ter uma pegada bem pop, com auto tune e sintetizadores, não é nada demais.
O álbum pode se resumir a isso. Inclusive, um monte de faixas que poderia muito bem ter se tornado um metalcore genérico, graças a introdução do autotune e sintetizadores, criou um novo estilo.
Inovação essa que, apesar de muitos terem inicialmente reprovado, acabou influenciando uma geração inteira da música emo. Estou falando do emo dos anos 2010, ou seja, a partir de meados de 2008 até aproximadamente 2014, quando o “emo de festa” começou a perder sua relevância.
Finalmente, podemos afirmar que o álbum é muito bom para aqueles de mente aberta, que estão procurando uma experiência nova e excêntrica. Mas não pode ter muitos pré-conceitos formados quanto ao gênero emo e suas subdivisões.