CARLOS DA HORA
O segundo álbum de estúdio dos ingleses do Glass Animals tem a missão de mostrar o que até então não havia sido revelado em Zaba (2014), disco de estreia da banda. Com um som mais pesado, How to be a Human Being traz letras e arranjos que soam bem estranhos em alguns momentos do disco, mas que ao mesmo tempo ainda parecem muito bem elaborados e pensados por Dave Bayley e sua trupe. Uma loucura podemos dizer, mas uma loucura divertida.
Lançado em 26 de agosto de 2016, pela Wolf Tone Studios (Europa) e Harvest Records (EUA), o disco foi produzido por Bayley e John Bettis. O álbum, que podemos classificar como indie rock/pop, conta com 11 faixas que somam 43 minutos de duração. Para a divulgação do disco, foram lançados cinco singles: Life Itself, Youth, Season 2 Episode 3, Pork Soda e Agnes.
Mas vamos ao que interessa, o álbum realmente cumpre sua missão de mostrar um som diferente ao mesmo tempo em que remete ao primeiro trabalho do grupo (ótimo trampo dos produtores), trazendo uma instrumentação padronizada bem original para todas as músicas, algo que encaixa muito bem no estilo da banda. Consegue se moldar entre as faixas mais animadas e as lentas, porém a consequência de manter um padrão instrumental parecido para a maioria das músicas do álbum é que, em alguns momentos do disco, parece que você já escutou aquela música, soando repetitivo, mas nada que prejudique muito o trabalho da banda.
De todos os singles lançados para divulgar o álbum, o único erro foi Agnes, que poderia muito bem ser substituído por The Other Side of Paradise, que se destaca muito no álbum, sendo uma música que gruda na cabeça dos ouvintes e acredito que pegaria uma colocação alta nas rádios inglesas e americanas. Life Itself também é um dos grandes acertos do grupo na obra, sendo uma ótima introdução para o disco. E tem Pork Soda, que é a cara do álbum com sua batida completamente cativante.
Como disse no começo da resenha, o álbum consegue trazer um som mais pesado e maduro que diversifica em alguns pontos o trabalho feito em Zaba, porém em certos momentos senti que estava escutando o disco anterior da banda, o que acaba quebrando um pouco a imersão do ouvinte pelo álbum, principalmente nas três ultimas músicas que se mostram bem previsíveis e sem a “essência” do disco em relação às outras músicas.
No geral, apesar de pequenas bolas foras, How To Be A Human Beign é um registro digno do Glass Animals, mostrando que a banda tem talento para mostrar futuramente coisas muito boas.