CARLOS DA HORA
Depois de escutar bastante gêneros que não estou habituado durante a semana, decidi me aventurar em terras musicais ainda desconhecidas por mim, e comecei esta jornada com o curioso Cry Baby da Melanie Martinez, cantora que ficou conhecida por participar da terceira edição do The Voice norte-americano.
Cry Baby é o disco de estreia de Melanie que foi lançado 14 de agosto de 2015, dois anos depois de já ter tido sua carreira anunciada através do The Voice. O álbum foi produzido pela Atlantic Records e conta com 16 faixas no total (três incluídas na versão deluxe). Os singles do álbum foram Pity Party, Soap e Sippy Cup, todos bem aceitos pela critica na época.
O mais interessante por trás do disco é todo o clima que a cantora consegue trazer, criando uma personagem fictícia e trazendo muito elementos infantis em suas vestimentas e até nos nomes das músicas do álbum, porém se pararmos pra analisar a fundo as composições da cantora, esse traço infantil serve como metáfora, para letras profundas retratando problemas que muitos vivem, como ansiedade, relacionamentos tóxicos e até o medo de não poder dizer realmente como se sente.
Mesmo com todas essas sacadas, que deixa obra mais interessante, o ponto mais forte do álbum ainda são as 13 faixas (até porque, se as músicas fossem ruins, nada ia salvar). O disco consegue se mixar muito bem entre músicas mais dançantes, mais calmas, focadas mais na letra em si e na voz da cantora. Mas se engana quem acha que as musicas agitadas não trazem também uma mensagem importante, aliás isso que fez eu gostar do álbum ainda mais.
A sonoridade do álbum em si também é muito afetada pela caracterização da personagem, com diversos remixes de choros e risadas de bebês pelas músicas, principalmente na faixa Cry Baby, que como eu disse na resenha anterior, consegue carregar muito bem o peso de ter o nome do álbum e ainda ser primeira faixa do álbum.
Faixas como Tag, You’re It, Alphabet Boy e Pacify Her também merecem uma atenção especial dos ouvintes. Mesmo com toda essa caracterização nas letras e batidas, o som cru do álbum ainda é encaixado facilmente no gênero pop, com lampejos indie e eletro. Cry Baby no geral é um disco muito gostoso de escutar.
Tenho muitas expectativas para o segundo álbum de estúdio da cantora, porque além das músicas serem boas e tratarem de temas importantes, Melanie consegue ser uma “performer” de dar inveja.