Disqueria #14 – De Staat é a primeira surpresa de 2019

CARLOS DA HORA

Quando me indicaram o som do De Staat, confesso que não me empolguei muito. Mesmo assim decidi dar uma chance para o grupo. Ao som de Torre Florim e companhia foi a melhor coisa que fiz neste início de ano.

Antes de me aventurar completamente no disco mais recente da banda, o ótimo Bubble Gum, decidi absorver seu antecedente, intitulado O, lançado em 2016. Peptalk foi a amostra que precisava para o De Staat ganhar minha atenção. Murder Death Help Yourself são outras faixas que merecem bastante atenção no álbum.

Também dei uma leve pincelada em I_CON Wait For Evolution, outros trabalhos dos holandeses, os dois são bem legais e gostosos de escutar, mostrando que a banda foca desde o início de sua jornada nessa mescla entre rock com um acompanhamento meio eletrônico.

Notei também que eles evoluem bastante de um disco para o outro, mesmo I_CON tendo músicas clássicas do grupo, como Witch Doctor (música deles com o maior número de plays nas plataformas de streaming), Down Town Get It Together, não consegue se destacar tanto quanto seus sucessores.

E foi ai que decidi encarar o Bubble Gum e, de cara, tive que conter a vontade de dançar em público com a intensa KITTY KITTY, aliás, a escolha de singles por parte da banda foi impecável, todas as quatro músicas escolhidas para divulgar o disco entram facilmente no meu ‘top 5’ das 11 canções escolhidas para compor o álbum. Porém, as outras faixas também são bem legais, o problema mesmo é que os singles são fora da curva, todos são excelentes.

Quando for escutar qualquer música do De Staat, não espere sons crus de guitarras, baixos ou bateria. Sério, eles conseguem harmonizar todos esses sons para uma pegada mais eletro, gerando uma sonoridade única pra banda. E com esse vertente mais eletrônica, obviamente as canções ficam muito mais dançantes e alegres, mesmo às vezes tratando de temas complicados em suas letras.

Recomendo escutar a discografia feita por Florim e seus companheiros na sequência exata, do primeiro disco para o último, pois dá para ter uma noção bem grande da evolução do grupo até aqui.