Entrevista | André Rossi – “Essa experiência me moldou e acabou aparecendo nas letras”

Entrevista | André Rossi – “Essa experiência me moldou e acabou aparecendo nas letras”

O cantor e compositor André Rossi vem colhendo bons frutos com o single Ska Punk, faixa que antecipa seu primeiro álbum de estúdio, Errado é Não Correr o Risco, que deve ter mais um som revelado em breve. Com fortes influências de Charlie Brown Jr., NOFX e nomes do pop punk californiano, Rossi mistura energia, crítica social e sonoridades que vão do ska ao hardcore. Em entrevista ao Blog n’ Roll, ele falou sobre a parceria com a banda DuPont, a cena underground, o conceito do novo disco e os álbuns que marcaram sua trajetória.

Como foi misturar ska e punk no seu novo single?

Tem tudo a ver com Charlie Brown Jr., mas também com Nofx. Essa mistura já existe há anos, mas sempre me fascinou porque são origens muito diferentes: o ska vem do reggae jamaicano, o punk nasceu como movimento na Inglaterra. Juntos, eles criam um choque de ritmos e de ideologias. No single, tentei trazer o ska, o punk e o ska punk em si, somando ainda influências de Blink-182 e Offspring.

Você disse que a música é um grito contra as amarras sociais. O que te inspirou?

Na verdade, é um reflexo pessoal. Saí de casa aos 16 anos e passei por muitas situações de indiferença e frieza. Vindo do interior de Minas, onde tudo é mais caloroso, foi um choque. Essa experiência me moldou e acabou aparecendo nas letras. O single nasceu também da conexão com a Dupoint, banda que se tornou minha família nessa caminhada.

E essa parceria com a Dupoint? Vocês já trabalharam juntos antes?

É natural. Somos amigos e dividimos referências. A música foi mostrada ao Thiago e ele já topou gravar. Não é algo comercial, é verdade. O mesmo acontece com outras bandas próximas, como Navala e Banana Kush. Criamos um movimento baseado em amizade e troca real, não em business.

Quais bandas da cena atual você tem acompanhado?

No Brasil, cito Dupoint, Banana Kush, Navala, Lil House e Frizz, além do Piedro, novo artista lançado pela Base. De fora, gosto de Jack Kays e The Paradox, ligados ao Travis Barker, e também artistas como Yungblud. Tem muita coisa nova surgindo.

O que pode adiantar do álbum Errado é Não Correr o Risco?

O nome resume minha trajetória: sair de uma cidade de 20 mil habitantes para tentar a sorte em São Paulo. O disco tem 11 faixas produzidas pela Base Company, cada uma com uma sonoridade diferente, ska, hard rock, pop punk. Depois de Ska Punk, o próximo single será Fodas, mais leve e divertido, mas ainda com pegada de protesto. A ideia é lançar cerca de quatro faixas antes de liberar o álbum inteiro ainda este ano.

Quais três álbuns mais te influenciaram?

  • Bocas Ordinárias – Charlie Brown Jr. Me marcou quando comecei a ouvir rock.
  • A Esquadrilha da Fumaça – Planet Hemp. Mais pela ideologia do que só pela música.
  • Six Degrees of Inner Turbulence – Dream Theater. Um épico experimental que me abriu a mente musicalmente.