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Chicano Batman é formada por músicos da Colômbia, México e El Salvador

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Entrevista | Chicano Batman – “Os latinos estão sendo vistos e ouvidos nos EUA”

Chicano Batman. O nome divertido é uma cortina para o som que esse grupo californiano formado por latinos produz. A sonoridade passeia por Caetano Veloso, Tropicália, Beatles, além de diversos grupos de indie pop. Recentemente, a banda lançou o quarto álbum de estúdio, Invisible People.

Blog n’ Roll conversou com o guitarrista e tecladista Carlos Arévalo para entender o significado por trás do nome da banda, as influências latinas no som, a gravação de Invisible People e a ligação com a música brasileira.

Arévalo explica que o nome da banda surgiu como uma provocação para a falta de atenção e representatividade dos músicos latinos no indie rock. De acordo com o músico, no início da década 2010, “a imprensa não ia além dos estereótipos”.

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“Nós decidimos criar a nossa própria representação. Um super-herói latino era subversivo. No momento, basicamente, o nome nos representou ocupando espaço em lugares que não foram vistos. Felizmente os tempos mudaram. Agora, latinos estão lentamente sendo vistos e ouvidos nos meios de comunicação dos Estados Unidos”.

Bardo Martinez (vocalista e sintetizadores) é metade colombiano, metade mexicano. Eduardo Arenas (baixo) é americano de origem mexicana. Gabriel Villa (baterista) é colombiano. Enquanto Carlos Arévalo (guitarrista e tecladista) é norte-americano e descendente de salvadorenhos e mexicanos.

Representatividade latina

Para Arévalo, fazer sucesso nos Estados Unidos com uma música fortemente influenciada por gêneros latinos é ótimo. “Os fãs entendem essas influências subjacentes e apreciam porque não há familiaridade. Então soa como algo novo, fresco, uma porta de entrada para as nossas influências”.

O guitarrista afirma que a influência latina está muito relacionada aos vínculos culturais e familiares dos integrantes. “Músicos são como esponjas. Absorvemos sons que gostamos e liberamos com a nossa própria torção”.

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Mas a latinidade que o Chicano Batman carrega tem uma origem muito bem definida. “Esse molho é geralmente enraizado no funk e ritmos dançantes que vêm de África. O continente africano tem fornecido direta ou indiretamente os batimentos cardíacos para a maior parte da música popular há décadas”.

Paixão pelo Brasil

Questionado sobre a música brasileira, Arévalo contou que Bardo e Eduardo passaram férias e viveram por curtos períodos no Brasil. Isso os aproximou ainda mais dos nossos artistas. “Coletivamente nós somos fãs de Tim Maia, Caetano Veloso, Os Mutantes, Gal Costa, Erasmo Carlos, Arthur Verocai, Gilberto Gil, só para citar alguns”.

Vir para o país com a banda, todavia, é um sonho. “Será um sonho tornado realidade. Queremos muito ir ao Brasil quando isso tudo passar”, comentou em referência à pandemia do novo coronavírus.

Invisible People, o melhor do Chicano Batman

A depender do período que vão conseguir chegar ao Brasil, o Chicano Batman poderá trazer na bagagem o recente álbum Invisible People, lançado no início do mês. Foi um longo período até o lançamento. A gravação do disco teve início em fevereiro de 2019, no Barefoot, em Los Angeles, com o produtor Leon Michels (The Carters, The Arcs e Lee Fields).

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“O processo foi divertido, mas também árduo, às vezes. Sentimos a pressão para fazer o melhor registro da nossa vida. Também queria crescer e explorar diferentes ritmos, sons e instrumentos, como sintetizadores e baterias eletrônicas, para ajudar a criar um álbum de sonoridade mais moderna. Antes nossos álbuns tendiam a soar mais como lo-fi, soul psicodélico”.

Sobre o nome do álbum, Arévalo afirma que tem a ver com uma proclamação dos latinos e outros grupos sub-representados na sociedade norte-americana. “Estamos aqui para ficar, mesmo que você queira ou não nos ver”.

Com o fechamento das casas de shows no mundo todo, o guitarrista conta que tem dividido o tempo em ver TV e fazer pequenas produções em seu estúdio caseiro. Mas sem esquecer da divulgação de Invisible People.
Em relação à promoção do álbum, estamos fazendo várias entrevistas via Zoom, e-mail ou por telefone. Também estou ativo nas redes sociais promovendo algumas lives para interagir com os nossos fãs”.

*Texto e entrevista por Caíque Stiva e Lucas Krempel

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