Entre o final dos anos 1970 e o início da década de 1990, a banda britânica Dire Straits emplacou uma série de hits nas paradas. Sultans of Swing, Romeo and Juliet, So Far Away, Money for Nothing e Brothers in Arms foram alguns dos principais. Em 1995, no entanto, o líder da banda, Mark Knopfler, vocalista e guitarrista, decidiu encerrar as atividades do grupo. Sem alarde, comoção, nem nada. Investiu em uma carreira solo logo na sequência.
Hoje, com turnês quase exclusivas na Europa e América do Norte, ele encaixa canções de sua antiga banda em menos de um terço do repertório. Money for Nothing, por exemplo, muitas vezes fica de fora. Com o Dire Straits, nunca veio ao Brasil. Sozinho, tocou uma única vez em 2000, quando cantou em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Foi pensando nisso que ex-integrantes e músicos de apoio da banda britânica se juntaram para dar sequência na história. A Dire Straits Legacy, como o projeto foi batizado, é hoje o mais próximo possível do que um fã pode ter de uma apresentação completa, com faixas clássicas da banda.
Para a felicidade dos seguidores brasileiros, a Dire Straits Legacy chega ao País em maio. Serão seis shows em capitais diferentes: São Paulo (4 de maio), Porto Alegre (5), Florianópolis (6), Vitória (11), Salvador (12), e Recife (13).
“Estamos gravando um novo material e esperamos experimentar algumas das músicas inéditas no Brasil. Será a primeira vez que as canções serão apresentadas no mundo”, antecipa o diretor musical, vocalista e guitarrista do Legacy, Phil Palmer, para A Tribuna/Blog n’ Roll.
Palmer, que integrou o Dire Straits na turnê mundial de 1990, afirma, no entanto, que o foco da apresentação são os clássicos da banda. “Vamos fazer um best of do Dire Straits, incluindo faixas como Romeo and Juliet, Money for Nothing, Sultans of Swing, Telegraph Road, entre outras”.
Iniciado em 2013, o projeto tem conquistado um retorno positivo dos fãs, segundo Palmer. “O amor das pessoas pelo Dire Straits não diminuiu. Por conta disso, desfrutamos de um feedback extremamente positivo dos fãs. Sempre tem os puristas que acreditam que sem Knopfler não há Dire Straits. Em alguns pontos é verdade. Mas o que podemos entregar é o mais próximo que você vai conseguir”.
Questionado sobre uma possível volta do Dire Straits com a formação original, Palmer não mostrou muito otimismo.
“Knopfler comentou nos anos 1990 que ele não iria revisitar mais o Dire Straits. Ele se concentrou em sua carreira solo e está muito feliz nesse formato. Todos nós, no entanto, tentamos convencê-lo”.
Sobre John Illsley (baixista original) e Chris White (saxofonista, 1984-1995), Palmer afirma que ambos os integrantes têm participado de alguns shows do Legacy, tal como Pick Withers (baterista, 1977-1982) e Jack Sonny (guitarrista, 1984-1988).
“Chris e John estão atualmente fazendo seus próprios projetos e essa é a única razão pela qual eles não estarão conosco desta vez, no Brasil”, explica Palmer.
O diretor musical do Dire Straits Legacy, entretanto, exalta a participação de um integrante do início da carreira da banda, o tecladista Alan Clark.
“Ele foi vital para o desenvolvimento da música. Os arranjos épicos do Dire Straits começaram a evoluir com a entrada dele. Nós tentamos, em cada concerto, recriar o mais próximo possível, manter o espírito original. E o Alan é fundamental para esse processo”.
Serviço – no Espaço das Américas (Rua Tagipuru, 795, Barra Funda), em São Paulo, dia 4 de maio. ingressos entre R$ 180,00 e R$ 380,00. Venda online.
Integrantes
– Phil Palmer (guitarras e vocais): tocou na turnê mundial de 1990;
– Alan Clark (piano e teclado): primeiro tecladista do grupo, entrou em 1980;
– Danny Cummings (percussão): gravou o álbum On Every Street;
– Mel Collins (sax): tocou nos álbuns e turnês Love Over Gold e Twisting by the Pool;
– Andy Treacey (bateria): apesar de não ter tocado no Dire Straits, acompanhou músicos renomados como Robbie Williams e Ron Wood;
– Mickey Feat (baixo): excursionou com David Gilmour, Van Morrison e Art Garfunkel;
– Primiano Dibiase (teclados): músico renomado na Itália;
– Marco Caviglia (voz e guitarra): tocou com Notting Hillbillies.