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Entrevista | Edu Falaschi – “Vamos tocar o DVD inteiro, Spread Your Fire e Pegasus Fantasy”

O vocalista Edu Falaschi tem motivos de sobra para celebrar. Neste sábado (20), ele se apresenta no Arena Club, em Santos, com a turnê alusiva aos 20 anos do DVD Rebirth Live in São Paulo. Novamente na cidade onde iniciou sua carreira, o músico também fará sua homenagem aos 30 anos do anime Cavaleiros do Zodíaco. Ainda há ingressos disponíveis à venda. Noturnall e Storia também tocam.

“A gente tá tocando o DVD na íntegra, exatamente como ele foi concebido na época, inclusive, com as mesmas falas. Em muitos momentos, repito as falas do DVD. Obviamente a gente colocou algumas coisas extras, né? Então tem Spread Your Fire, que é uma música importante, não dá pra tirar. A gente tá tocando agora Pegasus Fantasy, comemorando 30 anos de Cavaleiros no Brasil”.

Confira abaixo a entrevista que Edu Falaschi concedeu ao Blog n’ Roll, via Zoom, na qual falou sobre o início da carreira em Santos, a importância do álbum Rebirth, além do show que será apresentado no Arena Club.

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Sua trajetória musical teve início ainda nos tempos da escola. O Mitrium foi sua primeira banda ou você teve outras antes? Como é que foi isso? 

Tudo começou na escola Tarquinio Silva. Eu tinha uns amigos lá e montei uma banda… Antes, tinha uma banda com um pessoal que não era da escola, uma banda de covers. Eu era o guitarrista. Tocamos Legião Urbana, Paralamas, Ultraje, essas coisas. Rock nacional.

Só que o vocalista não ia nos ensaios. E aí o cara da banda falou pra mim: ‘passa a cantar porque é mais fácil contratar um guitarrista do que um vocalista’. Então, ele chamou outro guitarrista e eu comecei a cantar apenas.

Foi ali que comecei a realmente ser um cantor, né? Na sequência, montei essa banda com o pessoal da escola para participar do Fico, um festival de bandas do Colégio Objetivo. A gente tirou o segundo lugar.

A partir daquele momento, a gente decidiu montar uma banda de heavy metal, que contava com dois irmãos gêmeos, o Fernando e o Paulo. O Enrico, que era da escola, também tocava.

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Começamos a tocar em Santos, a gente fez show na Cidade Junina, na época que acontecia na praia do Gonzaga. A gente também tocou na Lofty (casa noturna).

A banda foi tomando forma e crescendo, a gente chegou a gravar um LP em São Paulo, com a Army Records. E aí virou um monte de outras coisas.

Mandaram o LP, em 1993, para Londres. Daí veio o concurso do Iron Maiden, que era para substituir o Bruce Dickinson. Fiquei conhecido em São Paulo em função disso. Um pouco depois disso, decidi sair da banda.

Queria focar na minha faculdade de Propaganda e Marketing. Mas foi assim que começou a minha trajetória em Santos.

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E você lembra quais bandas eram contemporâneas de vocês?

Lembro do Last Joker, era uma banda bem conhecida em Santos. Lembro do Mr. Green também, que era uma banda instrumental muito boa, com guitarristas de alto nível. Era uma época rica de bandas.

Tinha o Yankee também, uma banda também de hard. Era a banda que tinha o Lonnie no vocal. Por falar de vocal, o Last Joker tinha o Christopher Clarke, um grande amigo meu que canta muito.

O Rodrigo Alves tinha várias bandas bem atuantes também. Ele é um guitarrista incrível, grande amigo meu de Santos. 

Você teve uma influência familiar também, certo? Isso pesou na hora de ir para a música? 

Tive meu pai, que tocava violão e cantava muito bem. Mas ele cantava MPB, seresta, essas coisas. Porém, tinha uma voz muito bonita, muito afinada. E tocava violão pra caramba. 

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Também tem um tio, o Hernesto, que foi até no Jô Soares, deu entrevista e tal. Ele toca violão pra caramba também de seresta. Podemos dizer que ele foi o último seresteiro. Mas não é profissional da música, é advogado.

O quão importante foi essa sua experiência inicial com o Mitrium? O que você carrega até hoje dessa fase?

Muitas coisas, principalmente a questão de conviver em banda, é bem diferente de você ter algo sozinho. A banda, você tem que ter a tolerância em vários sentidos, aprender a dividir, questões de egos, que tá sempre presente pra você administrar também. Inclusive o seu próprio ego.

Então, tem muitas coisas que você aprende em conviver em grupo e trabalhar em grupo por um benefício que vai ajudar todo mundo, que é a música. 

Aprendi muito a trabalhar em grupo, principalmente com os perrengues que você vai aprendendo na estrada. Tocar em lugar ruim, como se virar em show com equipamento ruim. A gente vai aprendendo, vai vendo que a vida não é fácil e que você tem que tirar leite de pedra muitas vezes. 

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O lance da dedicação, de você saber que você tá em uma roubada. Quando você tá começando é muito roubada, você não tem cachê, não tem nada. Você tá pagando pra tocar, literalmente. Mas você vai aprendendo que aquilo faz parte do processo, que é importante para você chegar no seu objetivo final. Você tem que ter essa caminhada para aprender a negociar. Você começa a aprender a negociar com o contratante, vai tomando as pancadas na cabeça.

Isso tudo que vivi me formou para poder chegar ao Angra pronto, chegar já maduro, pra poder encarar aquele desafio. 

Entre o Mitrium e o Angra teve uma faculdade de Propaganda e Marketing. Qual foi o ponto de virada para seguir na música? 

Nunca desisti da música pra fazer propaganda de marketing ou ao contrário. Eu fui fazer faculdade como uma alternativa como os pais pedem, né? Aquela coisa pra ter pelo menos uma garantia caso a música não desse certo, eu teria já uma formação e tal. Acho que todo mundo deveria fazer isso. Todos os músicos deveriam fazer isso. 

Ter sempre uma segunda opção, terceira, quarta opção na manga. Sempre fui muito cuidadoso com isso, então estudei pra caramba, fiz faculdade e tal.

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Continuando com a música, tive uma banda chamada Symbols, a qual a gente gravou dois discos. Aliás, os discos foram parar nas mãos do pessoal do Angra. No final da faculdade, já teve o teste para entrar no Angra. Nem cheguei a trabalhar com o ramo que me formei. Acabei não trabalhando em agência de publicidade, nada.

Logo no finalzinho do curso, já engrenei no Angra e aí consolidei minha carreira como músico profissional. 

Rebirth, seu primeiro álbum no Angra e foco da atual turnê solo, foi eleito o 15º maior álbum de power metal de todos os tempos pela Metal Hammer. O que você considera mais especial nele? 

Esse álbum é bem legal, um pouco mais direto do que os outros que a gente gravou com o Angra, mas é um disco que tem várias nuances. Tem ritmos brasileiros, tem coisas que as bandas europeias nem sonham em colocar, muito swing, muita melodia, além de muita influência da música erudita. 

O Rafael e o Kiko sempre colocaram isso com bastante classe. Sempre achei muito bem feito, muito chique o jeito que eles construíam as melodias e as harmonias. 

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Fico feliz pra caramba de estar nessa lista. Claro que essas listas são montadas com as opiniões das pessoas, mas acho que a gente tinha que estar no topo da lista. Esse disco é sensacional. 

Gosto muito de álbuns de power metal de outras bandas, mas o Rebirth é sensacional. Na minha opinião, colocaria entre os cinco primeiros fácil. Sei que tem muitas bandas boas, muitos álbuns bons, mas tenho um carinho muito especial pelo Rebirth

O Rebirth é como The Final Countdown, do Europe, um disco que parece uma coletânea, um best of, tudo parece hit. Coloco o Rebirth nesse patamar também. 

Falando sobre o show aqui em Santos, ele será inteiro focado no DVD do Rebirth ou tem espaço para surpresas? 

A gente focou 100% inicialmente no DVD no Rebirth Live in São Paulo. É o show que celebra os vídeos desse disco, então a gente tá tocando aquele DVD na íntegra, exatamente como ele foi concebido na época, inclusive com as mesmas falas. 

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Mas colocamos algumas faixas extras, como Spread Your Fire, que é uma música importante, não dá pra tirar. A gente tá tocando também Pegasus Fantasy, em comemoração aos 30 anos de Cavaleiros do Zodíaco no Brasil. 

Dos discos solo que gravei, o Veracruz e o Eldorado costumam fazer parte do repertório, mas depende muito da logística, dos horários. Em Santos, tocarei com mais duas bandas. Se o show atrasa, por exemplo, meia hora, 40 minutos, a gente tem que cortar músicas do set. 

Você comentou sobre Pegasus Fantasy. Como é sua relação com essa música? Você gosta? 

A música é super importante, além de ser muito boa. Ela é super bem arranjada, super bem composta. Gosto muito da música. E sei que é um anime muito importante pra todo mundo. 

Essa geração que assistiu os Cavaleiros do Zodíaco tem isso como uma memória muito boa. Tem toda a questão do cara lembrar da infância dele e tal, sei que é isso, sei que é importante porque tenho isso, né? 

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Quando eu escuto coisas do Iron Maiden, coisas do Dio, as coisas da minha infância, é algo que me toca muito profundo, muito emocionado, então sei que isso emociona muita gente. O desenho é de uma época que eu já não assistia mais desenho, né? Então, obviamente, não tenho a mesma ligação emocional de assistir o desenho como os fãs que tem. 

É uma música que me trouxe muitos fãs do anime, que passaram a curtir Angra, passaram a curtir as minhas músicas, minha carreira solo, através desse anime, né?

Das bandas que você passou, qual você tem mais vontade de reunir novamente?

Obviamente, a primeira, mercadologicamente falando e de importância dentro da minha história, é o Angra. Não vou ser hipócrita de falar qualquer outra coisa. Foi ali que tive a vitrine pro mundo. Fiquei conhecido mundialmente com o Angra. Sei que isso seria a coisa mais forte dentro da minha carreira.

Quais são os três álbuns que mais te influenciaram como artista ao longo da carreira? Por que? 

Um dos primeiros que tocaram o meu coração foi o Power Slave, do Iron Maiden, foi quando conheci a banda. 

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Depois teve Paris, do Supertramp, um disco ao vivo que aprendi a escutar. Peguei o walkman da minha prima e ouvia o tempo todo. Que música é essa? E fui ouvindo aquele disco, fiquei apaixonado pela banda.
Por fim, tem o The Last In Line, do Dio. Foi a partir dele que conheci o Dio e comecei a colecionar os discos dele.

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