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Entrevista | Camila Miranda, diretora do filme O Fim do Mundo, Enfim

A diretora do documentário O Fim do Mundo, Enfim, Camila Miranda, sempre teve uma ligação forte com a música. Unir cinema e música sempre foi um desejo dela, que conseguiu isso contando a história de um marco do punk no País.

Qual é a sua ligação com o movimento punk?

Diretamente nenhuma. Mas vim da escola de cinema, e do hip hop, onde o “faça você mesmo” tem a mesma força que tem para os punks. Tudo que faço na vida é movido por isso, seja no cinema, na música ou na fotografia, minhas escolas.

O que te inspirou a produzir esse material?

A ideia de registrar o festival partiu da Fuego Digital (produtora parceira de todos meus projetos musicais), e o Selo Sesc nos procurou com a proposta do documentário, focado nos 30 anos d’ O Começo do Fim do Mundo.

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Eles tinham um material muito valioso da época, gravado em VHS, que deu corpo ao documentário. Poder contar um pouco da história do punk do Brasil foi um prazer e um honra grande.

O que representou O Começo do Fim do Mundo para o cenário punk nacional?

Podemos dizer que a coisa toda se divide em antes e depois do festival. Eles eram segregados, tretados entre si, e nunca tinham tido uma oportunidade de se apresentar num espaço respeitável, com som e estrutura decente como o Sesc. Certeza que isso mudou o rumo da história deles.

Bivar, um dos grandes responsáveis por este acontecimento, teve uma visão e um empenho gigantesco para fazer acontecer.

As bandas só queriam tocar, não tinham grandes pretensões, e muito menos paravam para pensar até onde poderiam chegar… E muitas estão aí até hoje, como Ratos de Porão, Garotos Podres, Inocentes, Olho Seco e, de certa forma, até o Cólera.

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E o revival?

O Fim do Mundo, Enfim, o revival, foi uma celebração de tudo que conquistaram, tudo que alcançaram. E também para mostrar uma segunda geração, bandas que nasceram e cresceram ouvindo os pioneiros.

Acredita que o movimento punk ainda tem força, quase 35 anos após o primeiro festival?

Muita coisa mudou, o cenário político, a comunicação, a forma de expressão, a maneira de se fazer música. Acredito que a força esteja mais espalhada por ai, e não tão concentrada como em 1982, num Brasil pós-ditadura militar.

Mas o movimento existe sim, nos subterrâneos das cidades. Tanto em sua forma mais original quanto de maneira indireta, através de designers, cineastas ou músicos de outros estilos, que foram influenciados por aquela energia tão ingênua quanto intensa.

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