O guitarrista e fundador do Ratos de Porão, Jão, conversou com o Blog n’ Roll sobre a expectativa do show de hoje à noite na Tribal Club, em Santos, novo álbum da banda, festivais, lembranças de Santos e outros assuntos (confira abaixo).
A apresentação de João Gordo e companhia na Tribal Club começa às 23 horas e tem abertura das bandas Al Qaeda, Addiction e Bayside Kings. O baixista do Garage Fuzz, Fabrício Souza é o responsável pela discotecagem.
Os ingressos custam R$ 30 (pista) e R$ 40 (camarote) e podem ser adquiridos na bilheteria da casa. A Tribal Club fica na Rua Júlio de Mesquita, 165, na Vila Mathias, em Santos.
O que podemos esperar do repertório para o show em Santos?
Jão: Temos que agradar gregos e troianos. Vamos tocar músicas da nossa fase trash, punk, hardcore e por ai vai. Beber até Morrer e Aids, Pop, Repressão serão tocadas como sempre. Nunca deixamos de tocar essas músicas. Tentamos colocar um pouco de cada álbum. Não é um repertório fechado, mas é semi-definido. Não vamos tocar músicas novas hoje.
Qual lembrança mais marcante tem do Ratos de Porão em Santos?
Jão: O nosso primeiro show foi no Circo Marinho, nos anos 1980, mas não lembro o ano. Foi lá que nós conhecemos o Boka, nosso baterista e natural de Santos. Já tocamos várias vezes em Santos e nos sentimos em casa ai. Nunca tivemos grandes problemas na cidade.
Tocamos às 5 da manhã, passamos por vários locais e enfrentamos um público mais pesado nos anos 1990. Naquela época, algumas pessoas chamavam o Ratos de traidores do punk e tal. Era um clima um pouco mais hostil.
Aliás, o que você conhece de bandas santistas?
Jão: Tem muitas bandas boas em Santos. O Garage Fuzz é uma delas, bem conhecida. Mas é complicado falar só de uma ou outra. Posso ser injusto e esquecer outras bandas.
O que você tem escutado de som?
Jão: Não sou muito chegado em novidades. Prefiro músicas do século passado. Além do punk rock, que influencia diretamente no som do Ratos, gosto de escutar um jazz antigo, blues. Sou um cara bem eclético nesse sentido.
Jão, tem algum álbum do Ratos que te orgulha mais?
Jão: Gosto de todos os álbuns do Ratos. Na época em que lançamos um álbum atrás do outro, quase sem intervalo, alguns sons não eram tão bons. Mas me orgulho de todos os álbuns, pois todos tiveram a nossa dedicação e empenho.
Como foi o revival do festival Começo do Fim do Mundo?
Jão: Tocamos nas duas edições (1982 e 2012), mas foram duas situações completamente diferentes. Na primeira, vivíamos um período de ditadura e um movimento forte de ganguismo de punks de São Paulo e do ABC. A tensão estava no ar.
A edição deste ano foi mais para celebrar os 30 anos desse marco do punk rock nacional. Juntamos o pessoal da primeira edição com bandas novas, tudo em um clima totalmente diferente. Valeu a experiência nas duas edições.
O que o público pode esperar do novo álbum do Ratos?
Jão: Está muito cru ainda. Entramos no estúdio em junho, mas ainda estamos em processo de composição. Algumas músicas estão prontas, mas precisamos encaixar a letra. Esperamos entrar no estúdio até o final do ano.
A ideia inicial era lançar o álbum este ano, mas ficará para 2013. Todos nós temos projetos e precisamos encontrar o tempo certo para dar sequência no trabalho.